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NOTÍCIAS       2020       2º Trimestre - Maio
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Obs.: Notas críticas de rodapé por Rodolfo Huhn e não representam necessariamente a posição do GDPAPE.
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Fontes: O Globo - Economia
Greenfield

No rastro da Petrobras, vem aí outras captações bilionárias no exterior

Publicado: O Globo | On Line 31/05/2020 • 10:20
por Lauro Jardim

Lauro Jardim A Petrobras impressionou na semana passada ao captar US$ 3,5 bilhões no exterior em plena pandemia.
Vem mais por aí: estão engatilhadas para serem anunciadas nos próximos dias mais seis operações semelhantes de outras empresas, com valores entre US$ 500 milhões e US$ 3 bilhões.

N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Estadão - Política
Bonat coloca dois no banco dos réus da Lava Jato por esquema que movimentou mais de R$ 100 mi em propina - Ex-presidente da Jurong no Brasil, Martin Cheah Kok Choon, e o operador financeiro Guilherme Esteves foram denunciados pelo Ministério Público Federal por corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo sete contratos de afretamento de sondas firmados com a Petrobras
Publicado: Estadão | On Line 30 de maio de 2020 | 18h09
Por Paulo Roberto Netto

Lava-Jato O juiz Luiz Antonio Bonat da 13ª Vara Federal de Curitiba colocou no banco dos réus da Lava Jato o ex-presidente do grupo Jurong no Brasil, Martin Cheah Kok Choon e o operador financeiro Guilherme Esteves de Jesus. Eles foram denunciados pelo Ministério Público Federal por esquema que movimentou mais de R$ 100 milhões em propinas a partir de sete contratos de afretamento de sondas firmados com a Petrobrás.
De acordo com a Lava Jato, Guilherme Esteves realizou uma série de pagamento de propinas com o conhecimento e autorização do presidente da Jurong no Brasil para obter os contratos com a estatal, cujos valores ultrapassaram R$ 33 bilhões.
As vantagens ilícitas eram transferidas a partir de contas secretas mantidas pelo operador em Liechtenstein, principado europeu conhecido por ser um paraíso fiscal. As propinas caíam em contas secretas na Suíça mantidas pelos ex-executivos da Petrobras Renato Duque, Pedro Barusco e Eduardo Musa.
Parte dos lucros obtidos com os contratos foram repassados por Guilherme Esteves a Martin Chon por contas não declaradas mantidas por ambos em nome de off-shores. Mais de US$ 9 milhões foram transferidos do operador para o presidente do grupo Jurong.
O crime de lavagem de dinheiro ficou configurado pela série de transferências bancárias entre várias contas secretas no exterior, cujo objetivo final era criar um maior distanciamento entre a origem e o destino das propinas e dificultar o rastreamento dos valores por autoridades.
A Lava Jato rastreou os valores ilícitos desviados do Brasil e identificou transferências realizadas no exterior que totalizam US$ 24.507.238,65, equivalente a mais de R$ 100 milhões.

COM A PALAVRA, OS DENUNCIADOS
A reportagem busca contato com a defesa dos denunciados. O espaço está aberto a manifestações (paulo.netto@estadao.com)

N.daR.: Há muito mais a ser apurado...
Na PETROS, nem se fala.

* Fonte primária: Estadão
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Fontes: O Globo - Economia
Plataformas de petróleo têm 403 casos confirmados de Covid-19, diz ANP - Número, que já chegou a 486, vem caindo nos últimos dias. Petrobras chegou aos 20 mil testes na última sexta
Publicado: O Globo | On Line 30/05/2020 - 15:06 / Atualizado em 30/05/2020 - 15:58
Por Ramona Ordoñez

Petrobras RIO — Até a última sexta-feira, 29 de maio, 403 trabalhadores embarcados em plataformas de exploração e produção de petróleo foram confirmados com Covid-19, de acordo com informações da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O total de trabalhadores com o novo coronavírus inclui empregados próprios das empresas petroleiras e também das empresas terceirizadas prestadoras de serviços.
O número de contaminados pela doença entre os trabalhadores em plataformas marítimas vem diminuindo, depois de ter atingido 486 no último dia 21. A Petrobras informou que do total de 46.416 empregados, 217 deles foram confirmados com a Covid-19, sem informar deste total quantos são empregados de unidades marítimas.
A companhia informou, na sexta, ter atingido a marca de 20 mil testes para diagnóstico da Covid-19 em todo país junto a seus empregados próprios e terceirizados.
A Petrobras destacou que, além dos testes, continua executando um rigoroso plano de segurança para evitar a propagação da contaminação, com rigorosas medidas de higienização das suas instalações e a redução em até 90% do trabalho presencial nas áreas administrativas e de 50% de redução de pessoal nas áreas operacionais.
De acordo com a ANP, as empresas continuam diminuindo o número de pessoas a bordo das unidades para reduzir o risco à exposição dos trabalhadores à Covid-19, e mantendo procedimentos de contingência para manter as operações das unidade de forma segura e de acordo com as normas de regulação que são acompanhadas pela agência.
Até o momento, foi registrada uma morte de trabalhador que estava em uma embarcação de apoio às atividades petrolíferas, que foi desembarcado no dia 24 de abril e morreu dois dias depois.

N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia
Investimentos sobem 3,1%, mas alta é puxada por ajuste contábil em gastos com plataformas de petróleo - Equipamentos usam regime aduaneiro especial, que acaba influenciando a estatística
Publicado: O Globo | On Line 29/05/2020 - 10:07 / Atualizado em 29/05/2020 - 16:58
Por O Globo

Plataforma de petróleo - Divulgação RIO - Os investimentos tiveram expansão de 3,1% no primeiro trimestre de 2020, segundo dados do PIB divulgados na manhã desta sexta-feira pelo IBGE. A chamada formação bruta de capital fixo - que mede os investimentos feitos por indústria, agropecuária e serviços para ampliar sua capacidade de produção - registrou a maior alta entre os componente da demanda do PIB, na comparação com o último trimestre de 2019.
Mas parte dessa alta foi meramente um ajuste estatístico relacionado a plataformas de petróleo. E, mesmo com essa expansão, que não estava no radar dos analistas, os investimentos ainda estão num patamar 25% abaixo do pico registrado no segundo trimestre de 2013.
Segundo Rebeca Palis, o aumento dos investimentos foi influenciado por dois fatores: a chegada de novos projetos e a a contabilização de recursos destinados a plataformas, dentro do programa Repetro, regime aduaneiro especial que facilita a importação de bens destinados à exploração de petróleo.
Nos últimos trimestres, a contabilização desses equipamentos para exploração de petróleo tem turbinado o cálculo do investimento brasileiro. Trata-se de um mecanismo contábil. Antes, a embarcação, que não saía do país, era contabilizada como alugada.
A partir de 2018, novas regras permitiram que o benefício estivesse disponível para plataformas que fazem parte do estoque da companhia.
Na avaliação de Luka Barbosa, economista do Itaú Unibanco, a alta não significa que as empresas estão investindo na crise. Trata-se, segundo ele, de uma operação específica de um único setor:
- Não vejo isso (alta dos investimentos) como as empresas fazendo expansão durante essa crise. Isso pode ocorrer mais para o segundo semestre, no ano que vem, mas não é um sinal positivo de agora. É uma operação específica de um setor específico - explica.
No primeiro trimestre de 2020, a construção civil, relevante componente dos investimentos no país, caiu 3% na comparação com os últimos três meses do ano. O setor, que vinha esboçando recuperação ao longo do último ano após a recessão vivida pelo país, corresponde a cerca de 50% do que é investido no país.
Para Francisco Eduardo Pires de Souza, professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador do Grupo de Conjuntura, o crescimento não deve se refletir nos próximos meses, diante da incerteza global.
Ele afirma que o dado não reflete a nova realidade da economia, mas de meses de janeiro e fevereiro onde havia a perspectiva de crescer cerca de 2% no ano.
— Nos próximos trimestres vai despencar, mais que o consumo das famílias. O investimento é atividade será a mais afetada por essa crise. Todo mundo paralisou qualquer decisão de investimentos — alerta.

N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Estadão - empreendedor social
Senai devolve mais de 1.000 respiradores consertados a hospitais - Rede voluntária que reúne indústrias e instituições já recebeu mais de 3.000 aparelhos de 223 cidades para manutenção
Publicado: Estadão | On Line 28.mai.2020 às 15h52
Por

Professor do SENAI conserta respirador danificado em meio à pandemia do coronavírus em São Paulo - Foto: Rahel Patrasso / Reuters São Paulo - Rede voluntária formada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em conjunto com indústrias e instituições já devolveu 1.016 ventiladores pulmonares consertados a hospitais de 223 cidades do Brasil.
Essenciais à sobrevivência de pacientes com graves sintomas da Covid-19, os aparelhos, que estavam sem uso, passaram por reparo nos 39 postos de manutenção localizados em 20 estados.
Desde 30 de março, quando a iniciativa de manutenção dos respiradores passou a operar, foram recebidos 3.151 aparelhos, dos quais 1.351 estão em manutenção e 189 passam por calibração, última etapa antes da devolução ao serviço de saúde.
Estimativa da LifesHub Analytics e da Associação Catarinense de Medicina (ACM) aponta que existem pelo menos 3.600 ventiladores pulmonares fora de uso no país, mas esse número pode ser maior. A avaliação é que cada aparelho pode ajudar no tratamento de até dez pessoas.
A iniciativa conta com a participação de unidades do Senai e dos seguintes parceiros: ArcelorMittal, BMW Group, Fiat Chrysler Automóveis, Ford, General Motors, Honda, Hyundai Motor Brasil, Instituto Votorantim, Instituto de Pesquisas Tecnológicas e Poli-USP, Jaguar Land Rover, Mercedes-Benz do Brasil, Moto Honda, Renault, Scania, Toyota, Troller, Usiminas, Vale, Volkswagen do Brasil e Volvo do Brasil, com o apoio da Petrobras, do Ministério da Saúde, do Ministério da Economia, do Ministério da Defesa, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial e da Associação Brasileira de Engenharia Clínica.
Além da manutenção, o Senai tem iniciativa para ampliar a oferta do número de ventiladores pulmonares, essenciais no tratamento de pacientes graves da Covid-19.
Um dos caminhos é aumentar a produção nacional. Empresas que receberam apoio da instituição têm potencial para produzir até 7.200 equipamentos por mês, após as aprovações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde que haja demanda contratada.
Do projeto, chamado Iniciativa + Respiradores, surgiram modelos de negócio que contam com o apoio em desenvolvimento e inovação da rede de 27 Institutos de Inovação e 60 Institutos de Tecnologia do Senai.
Parte dos projetos foi aprovada na categoria Missão Contra Covid-19 do Edital de Inovação para a Indústria, promovido pelo Senai, pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e pela ABDI.
Um dos projetos fomentados envolve a parceria entre as empresas Novitech Equipamentos Médicos, de São Bernardo do Campo (SP) e Whirlpool, dona das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid.
A Novitech já fabrica respiradores artificiais, certificados pela Anvisa, mas tem uma produção limitada a dez equipamentos por mês. O aparelho modelo Vento S tem uso indicado para pacientes adultos, infantis e neonatais que estejam em condição de insuficiência respiratória, permitindo a ventilação de pacientes desde prematuros de baixo peso até obesos mórbidos.
Com a parceria, o Vento S terá sua produção elevada para cem aparelhos ao mês.
A ideia central da parceria é que cada uma das empresas contribuirá com sua expertise. A Whirlpool, por exemplo, dará suporte com seu conhecimento de aumento de produtividade, para garantir a produção em escala dos respiradores.
Já a Novitech oferecerá suas instalações para a produção dos equipamentos, uma vez que a empresa detém os direitos e a aprovação da Anvisa para realizar a atividade.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: Estadão - mercado
Preço do gás encanado em São Paulo vai cair até 28% em junho - Agência do estado autoriza revisão no valor do combustível ao consumidor após redução na Petrobras
Publicado: Estadão | On Line 28.mai.2020 às 12h33 Atualizado: 28.mai.2020 às 13h21
Por Nicola Pamplona

Gás Natural - Reprodução / Diário de Petrópolis Rio de Janeiro - As tarifas de gás encanado ficarão mais baratas em São Paulo a partir de junho, com o repasse ao consumidor de cortes promovidos pela Petrobras no preço do combustível em maio. Na região metropolitana, a redução será de até 14,6%. No interior, pode chegar a 28%.
A Petrobras reduziu o preço do gás natural em 15% no início de maio, já considerando os primeiros efeitos da pandemia nas cotações internacionais do petróleo. Os repasses ao consumidor final, porém, dependem dos contratos de concessão das distribuidoras estaduais de gás canalizado
Em São Paulo, Comgás e da Naturgy têm reajuste anual no dia 31 de maio. A Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) decidiu antecipar o repasse também à Gás Brasiliano, cujo contrato prevê revisão tarifária em dezembro.
Os cortes tarifários variam entre as distribuidoras e entre as classes de consumo. Clientes residenciais, por exemplo, têm patamares menores: na região metropolitana, praticamente não há corte para residências; na área da Naturgy, varia entre 7,2% e 12,3%; e na da Gás Brasiliano, de 0,9% a 4,7%.
Os maiores cortes serão promovidos na tarifa do gás entregue a postos de combustíveis para ser vendido como GNV (gás natural veicular): 14,6% na área da Comgás, 28% na Naturgy e 14,2% na área da Gás Brasiliano.
Já os clientes industriais verão reduções entre 8,2% e 13,3% na região metropolitana, 18,8% a 27,5% na área de concessão da Naturgy e 9,7% a 13,3% na área de concessão da Gás Brasiliano.
Os percentuais ficaram dentro do esperado pela indústria, que questiona os altos preços do gás nacional em meio à crise gerada pela pandemia e ao derretimento das cotações internacionais do petróleo.
Diferentemente do que ocorre com gasolina e diesel, a política de preços da Petrobras prevê reajustes trimestrais no preço do gás natural, baseados na variação das cotações do petróleo tipo Brent, referência internacional negociada em Londres, nos três meses anteriores.
O corte anunciado em maio já capta os primeiros efeitos da pandemia no mercado internacional de petróleo. Em dólares, o preço de venda pela estatal caiu 36%, mas com a desvalorização da moeda brasileira, o corte em reais foi de 15%.
Em alguns estados, o repasse ao consumidor é feito a cada trimestre, acompanhando de perto os reajustes promovidos pela Petrobras. Assim, já houve cortes no Rio, Bahia, Ceará e Paraíba, entre outros. Santa Catarina estima corte de 20% a partir de julho.
O mercado espera que no próximo reajuste, em agosto, a Petrobras reduza novamente o preço de venda às distribuidoras, já que o reajuste de maio ainda considera semanas com petróleo acima dos US$ 50 por barril -- nesta quarta (27) a cotação era US$ 35,45.
Setores dependentes do combustível reclamam de perda de competitividade em um cenário econômico já afetado pela pandemia, já que o preço do gás no Brasil está em patamares superiores aos praticados nos Estados Unidos e na Europa.
A Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) reclama que a perda de competitividade ajudou a impulsionar as importações de químicos em 2020, mesmo com a desvalorização cambial que encarece os produtos trazidos do exterior.
"Precisamos de um preço de gás competitivo", diz o presidente da entidade, Ciro Marino. A entidade calcula que as importações de químicos cresceram 10,5% entre janeiro e abril, apesar da queda de consumo dos produtos após o início da pandemia.
Na semana passada, produtores europeus passaram a temer a possibilidade de preços negativos, como ocorreu com a cotação do petróleo americano em abril, já que o consumo despencou e os locais de estoque estão cheios. Na Holanda, o gás chegou a ser negociado a menos de US$ 1 por milhão de BTU (unidade de poder calorífico).

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: Estadão -
BNDES quer ‘casar’ investimentos para oferta e demanda de gás natural
Publicado: Estadão | On Line 28 de maio de 2020 | 05h30
Por Anne Warth

Prédio do BNDES, RJ - Foto: Mônica Imbuzeiro Conhecido pela alcunha de “choque de energia barata”, dada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o novo mercado de gás vai ganhar um aliado de peso. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está disposto a financiar toda a cadeia do gás, de ponta a ponta: dos dutos de escoamento do mar até o continente, incluindo-se aí os investimentos do consumidor final – nesse caso, a indústria eletrointensiva. Para ajudar a definir esses investimentos, a instituição acaba de lançar um estudo para “casar” oferta e demanda pelo insumo. Segundo Fábio Abrahão, diretor de infraestrutura, concessões e PPPs da instituição, o objetivo foi solucionar a equação de que é preciso demanda para criar a rede – e ter rede para criar demanda.
O banco identificou os segmentos que mais precisam de gás e mapeou a localização para chegar aos investimentos mais eficientes. Os setores selecionados foram papel e celulose, siderurgia, fertilizantes e químicos, com destaque para o metanol. Outro projeto com potencial é a substituição do diesel utilizado na frota de transporte público de grandes cidades.

Ideia é criar estrutura de gasodutos em longo prazo
A meta é ajudar a reindustrializar o País. Para Abrahão, é preciso agir hoje para ter fábricas construídas, operando e contratando daqui a cinco ou sete anos. Para isso, a instituição vai financiar demanda, escoamento e dutos de transporte.
A proposta do BNDES para a expansão da rede de gasodutos é o compartilhamento pelas empresas de petróleo e gás, com operação por terceiros que não sejam produtores, por meio de Sociedades de Propósito Específico (SPEs). O banco se propõe a fomentar o modelo de negócio e os projetos e a se responsabilizar pela elaboração da estrutura financeira e contratual dos projetos, bem como financiá-los, articular o cofinanciamento e realizar road shows para divulgá-los. À empresa líder, com experiência no setor, caberia elaborar o projeto de engenharia, implantá-lo e operar a infraestrutura.

Proposta será discutida em seminário online
Detalhes do plano serão discutidos em um webinar do BNDES na sexta-feira, 29. Estão previstas a participação de Guedes, do presidente do banco, Gustavo Montezano e do secretário-adjunto do Ministério de Minas e Energia, Bruno Eustáquio. Do setor privado, participam executivos da área de energia, regulação e gás da Petrobras, Shell Energy e Equinor Brasil.
Abrahão diz que o setor de infraestrutura opera sob horizontes de longo prazo, de 20 a 35 anos, e está acostumado a crises. Por isso, a pandemia da covid-19 não é considerada um obstáculo ao novo mercado de gás. A valorização do dólar e a queda dos juros também facilitam os investimentos. Segundo ele, as operações de dutos já são dolarizadas, portanto o efeito é neutro. Há interesse da indústria nacional de bens de capital e de investidores.
Contato: colunabroadcast@estadao.com

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: Estadão - Economia
Apetite de estrangeiro por emissão da Petrobrás adia oferta de debêntures
Publicado: Estadão | On Line 28 de maio de 2020 | 05h08
Por Cynthia Decloedt

Petrobras A emissão de debêntures incentivadas (títulos de dívida isentos de imposto de renda) de cerca de R$ 3 bilhões que a Petrobrás vinha tocando com um grupo de bancos deve ficar em segundo plano, diante ao sucesso da captação feita nesta quarta-feira pela petroleira no exterior. A estatal atraiu mais de US$ 15 bilhões em demanda para a emissão de títulos de dívida (bonds) de US$ 3,25 bilhões, algo não visto nas mais recentes emissões brasileiras. Com isso, reduziu custos e fez com outras companhias brasileiras olharem para o mercado de dívida externa para captar recursos.

Cenário é de grande liquidez internacional
Depois de um período de grande aversão a risco, a elevada demanda demonstra a necessidade dos investidores em alocar recursos no momento em que os governos norte-americano e europeu seguem distribuindo estímulos econômicos e derrubando taxas de juro para conter um colapso das economias e empresas frente ao covid-19. No mercado de dívida local, entretanto, a demanda por debêntures segue limitada, o que impede a redução no custo da captação e reduz a eficiência de novas operações. Na estratégia que vinha sendo traçada pela Petrobrás na emissão de debêntures, os papéis ficariam com os bancos coordenadores a um custo pré-determinado.
Foram levantados US$ 1,5 bilhão em bonds de 10 anos à taxa de 5,60%, inferior aos 6% apresentados inicialmente aos investidores. Em bonds com vencimento em 30 anos, a petroleira captou US$ 1,75 bilhão à taxa de 6,90%, abaixo dos 7,30% iniciais.
Contato: colunabroadcast@estadao.com

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: Estadão - Economia
Crise faz Previ adiar plano de investir quase R$ 5 bi na diversificação do portfólio - Fundo previdenciário do Banco do Brasil suspende ideia de vender ações em Bolsa em meio à pandemia do novo coronavírus
Publicado: Estadão Impresso Pág. B10 | On Line 28 de maio de 2020 | 05h00
Por Mariana Durão

Charge: Genildo - Fundo de Pensão
RIO - A turbulência detonada pelo novo coronavírus levou a Previ, maior fundo de pensão do País, a rever sua estratégia de investimentos em 2020. Diante da crise nos mercados, o fundo dos funcionários do Banco do Brasil suspendeu até segunda ordem a decisão de vender ativos da carteira de renda variável – ações em bolsa e participações em empresas – e o plano de investir quase R$ 5 bilhões na diversificação de seu portfólio.

Com um patrimônio total de R$ 184,58 bilhões, o fundo já trabalha com uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) superior a 6% no ano para o Brasil. O diretor de Investimentos da Previ, Marcelo Wagner, não descarta fechar o ano com déficit, sem bater a meta atuarial (de rentabilidade). “É possível que isso aconteça com todo o segmento (de fundos de pensão)”, disse o executivo, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: Estadão - Economia
Petrobrás capta US$ 3,25 bilhões em emissões de título no exterior - Em meio à pandemia de coronavírus, estatal vê demanda acima do esperado; movimento pode abrir porta a outras empresas nacionais
Publicado: Estadão Impresso Pág. B10 | On Line 28 de maio de 2020 | 05h00
Por Cynthia Decloedt

Plataforma de Garoupa - Foto: Dirceu Neto / Folhapress A emissão de US$ 3,25 bilhões em bônus da Petrobrás realizada ontem – a primeira de empresa brasileira pós-pandemia de coronavírus – deve abrir caminho para outras companhia e bancos do País buscarem recursos no mercado financeiro internacional. A operação mostrou apetite dos estrangeiros por nomes de peso em meio à necessidade de alocar recursos, enquanto as taxas de juros das grandes economias seguem no chão.
Antes da fase da turbulência nos mercados, havia expectativa de que o segundo trimestre fosse recheado de novas captações de emissores brasileiros, em antecipação às eleições norte-americanas.
A fila, no entanto, ficou congelada. Nela estavam algumas grandes companhias frequentes e novos emissores, além de instituições financeiras. O Banco Pan, controlado pela Caixa Econômica Federal e pelo BTG Pactual, abortou sua emissão que seria colocada no exterior justamente na semana seguinte ao carnaval brasileiro, que marcou o início de um forte descompasso nos preços dos ativos, em virtude da expansão do coronavírus, à época, pela Europa.
Mesmo com o forte impacto do vírus nos EUA e no Brasil neste momento, a demanda pelos papéis da Petrobrás, que superou os US$ 15 bilhões, surpreendeu. A cifra acima de US$ 10 bilhões não era vista há bastante tempo nas captações feitas por emissores brasileiros.
Os esforços demonstrados pela petroleira para adequar suas operações ao impacto da covid-19 e à queda no preço do petróleo, assim como o ajuste feito em seu balanço do primeiro trimestre para contabilizar perdas previstas, agradaram o mercado de modo geral.

Pedágio
A companhia, entretanto, pagou o pedágio da crise sem precedente que o mundo vive, uma vez que, no dia 21 de fevereiro, que antecedeu a reviravolta de preços nos mercados financeiros, o título da companhia oferecia com prazo de dez anos um retorno ao investidor de 3,66%.
Os preços de negociação dos papéis no mercado secundário são referência para novas captações. Mesmo assim, o custo da emissão de ontem ficou perto dos bonds emitidos em março de 2019, quando a estatal levantou US$ 750 milhões em papéis com vencimento em 2029 a 5,95%, e US$ 2,25 bilhões com vencimento em 2049, a 6,9%.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: O Globo - Riscos
Petrobras vai pagar caro para emitir dívida agora - Ao menos seis petroleiras concentram centenas de infecções em instalações offshore
Publicado: O Globo | On Line 27/05/2020 • 13:22
Por Por Marcelo Loureiro

Marcelo Loureiro A Petrobras vai pagar mais caro para levantar dinheiro no mercado. A companhia conversa com investidores para ofertar até US$ 3 bilhões em títulos de dívida, e prevê pagar entre 6% e 7% de juros ao ano, em dólares. Um título equivalente da própria Petrobras negociado no mercado pagava menos de 4% de retorno em fevereiro deste ano.
Um especialista do mercado financeiro entende que esse tipo de oferta é normal. A companhia troca dívida bancária por um título de duração mais longa. Às vezes, essas ofertas são exigências dos próprios bancos credores, que querem receber parte do pagamento pelo empréstimo em poucos meses. O problema é o momento atual da economia mundial.
O risco do setor petrolífero disparou nos últimos meses. Antes mesmo do coronavírus, a disputa comercial entre Rússia e Arábia Saudita, que são grandes produtoras, derrubou a cotação do barril. A pandemia pirou a situação, porque a demanda por combustíveis encolheu. Tudo isso é considerado na hora de definir o retorno que a Petrobras vai pagar aos investidores.

N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha de São Paulo - mercado
STF julga efeitos tóxicos da intervenção do Estado sobre preços - Em breve, corte terá de decidir como calcular perdas do setor de açúcar e álcool de 1984 a 1980; se acolher a tese da União, vai privilegiar os ineficientes
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 27.mai.2020 às 8h14
Por Plinio Nastari

Usina de Álcool, Coplasa O progresso das nações está diretamente ligado ao ambiente institucional e à segurança jurídica oferecidos por seus arcabouços legais e instituições. Os Estados Unidos da América iniciaram seu desenvolvimento muito depois do Brasil, e não se pode dizer que sua localização geográfica, solo, clima e disponibilidade de recursos naturais tenham sido mais privilegiados do que os daqui.
Mas lá, desde cedo, foi construído um regramento jurídico claro e eficiente com condições para o seu efetivo cumprimento, que criou um sentido de Justiça aplicada de forma igualitária e certa a todos os agentes, e que levou a uma maior eficiência do sistema econômico e consequente estimulo a investimentos –e com eles emprego, renda, enfim, o progresso.
As Ilhas Britânicas não possuem muitos recursos naturais além do carvão. Com exíguos solos férteis e insolação limitada, desenvolveu-se como nação e obteve progresso pela qualidade e eficiência de suas leis. A segurança do seu sistema legal é reconhecida mundialmente a ponto de muitas empresas preferirem estabelecer contratos baseados na lei inglesa, fazendo com que se consolidasse como grande polo de serviços e arbitragem de negócios. A transferência destes mesmos princípios para Hong Kong e Cingapura, trouxe igual progresso a essas localidades.
No Brasil, ao contrário, não é incomum processos levarem décadas para serem concluídos, assim como arbitrados na justiça comum o cumprimento de contratos. Muitos setores tem sido afetados pela insegurança jurídica e a multiplicidade de decisões e recursos em vários níveis, até se chegar a uma conclusão final.
Por sua relevância econômica, um dos setores mais afetados é o do açúcar e etanol, talvez a atividade econômica organizada mais antiga, e uma das que tem maior expressão econômica em toda a agroindústria brasileira. Ocupando relativamente pouca extensão territorial, gera quase um milhão de empregos diretos e dois milhões e meio de empregos indiretos, e sustenta uma extensa cadeia de produção e comercialização com ramificações em vários outros setores-chave da economia.
Produz alimento e energia líquida na forma de etanol e bioeletricidade, capazes de manter o mercado interno abastecido e exportar volumes consideráveis, com grande impacto positivo na balança comercial.
Em 2019, o etanol substituiu 450 mil barris por dia, ou 46% de toda a gasolina consumida no país, sendo elemento central da engenharia automotiva aqui desenvolvida. Atualmente, é considerado eixo principal do futuro da mobilidade sustentável, com modernas tecnologias de motorização através da eletrificação com biocombustíveis, híbridos em paralelo e em série.
Durante décadas, o setor sofreu a intervenção do Estado. Os preços do açúcar e etanol praticados por produtores eram determinados pelo governo, e as exportações eram monopólio estatal. Exportações foram privatizadas em 1990, e preços liberalizados em julho de 1995 para o açúcar, em maio de 1997 para o etanol anidro, e em fevereiro de 1999 para o etanol hidratado e a cana-de-açúcar.
Em pelo menos dois períodos, entre 1984 a 1989, e entre 2011 e 2014, o setor sofreu os efeitos tóxicos da intervenção do Estado nos preços. No primeiro período, por preços praticados para o etanol abaixo dos custos médios apurados por determinação do próprio governo, segundo regra definida em legislação específica. No segundo episódio, pela decisão do governo, através da Petrobras, de subsidiar fortemente o preço da gasolina, que compete com o etanol em mercado. Nas duas situações, o impacto nos preços trouxe consequências graves para o etanol e seu co-produto, o açúcar.
Na crise gerada pela pandemia da Covid-19, o setor sofre o impacto duplo da queda de preços e de consumo, exatamente no início da colheita da cana, que não pode ser armazenada nem transportada a longas distancias, comprometendo o capital de giro e a sobrevivência de muitas empresas, que em condições normais são responsáveis pelo abastecimento de combustível e de alimento, e a manutenção do emprego e da atividade econômica de importantes polos no interior.
Aproxima-se em breve decisão crucial para o setor no STF (Supremo Tribunal Federal) por recurso impetrado pela União. Estará em julgamento o critério para identificação do dano causado pela política de preços praticados pelo governo no período de 1984 a 1989.
A questão é se o dano deve ser calculado pela perda de receita, advinda da ação direta do governo ao definir preços em desacordo com os custos médios do setor, ou se o dano deve ser calculado pela verificação do eventual prejuízo contábil de cada usina, o que implicaria incorporar na avaliação variáveis completamente independentes do fato gerador do dano. Na prática, se acolhida a tese da União, implicaria compensar e privilegiar os mais ineficientes em detrimento dos relativamente mais eficientes, embora todos, igualmente, tenham sofrido os efeitos da perda de receita, relacionada ao preço do produto.
Em realidade, há 15 anos o STF concede indenizações com base no preço que deveria ter sido fixado, observado o custo médio apurado pela FGV conforme determinado pela regra vigente à época. Já são 40 precedentes inclusive em rescisórias, 61 ações transitadas em julgado, e 138 precatórios expedidos reparando o dano a 72 porcento das usinas afetadas, por valor que corresponde a 88 porcento do dano total calculado. Neste contexto, alterar a jurisprudência atentará contra a segurança jurídica e afetará a isonomia e a neutralidade concorrencial do setor.
O Brasil, e em particular esse setor, não precisa de mais casuísmos, e sim de regras claras e julgadas de forma coerente e consistente com a legislação. A quebra do contrato gera insegurança jurídica que compromete a continuidade da atividade para muitas empresas, e a viabilidade de se repetir e incrementar investimentos, em um setor que é mais do que estratégico para o país. Que o STF julgue mais esta tentativa de tumultuar o processo com a visão de longo prazo sobre o que está realmente em jogo, não só para o setor de açúcar e etanol, mas para a condução da atividade econômica organizada como um todo em nosso país.
Plinio Nastari - Doutor em economia, é presidente da Datagro e Representante da Sociedade Civil no CNPE, Conselho Nacional de Política Energética

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Notas & Informações
Baixa demanda faz IPCA-15 variar -0,59% em maio - Tais projeções reforçam a expectativa de que em junho o Copom reduza novamente a Selic, atualmente em 3% ao ano
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 27 de maio de 2020 | 03h00
Por Notas & Informações

Charge: Jota A - Inflaçãos Com variação de -0,59% em maio, a menor desde o lançamento do Plano Real em julho de 1994, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acumula alta de 1,96% em 12 meses. Esse resultado reforça as projeções de que o IPCA ficará abaixo não apenas da meta de 4% fixada para este ano, como até do limite inferior de tolerância, de 2,5%, da política seguida pelo Banco Central (BC). Tais projeções, por sua vez, reforçam as expectativas de que, em sua reunião de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC poderá reduzir novamente a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 3,0% ao ano, seu nível mais baixo desde que foi criada.
O resultado é consequência da baixa demanda e da fraca atividade econômica, resultado das medidas destinadas a conter a propagação da pandemia do novo coronavírus. “As pessoas não estão comprando”, diz o economista Vinicius Alves, da corretora Tullett Prebon. “Os serviços também estão (com preços) lá embaixo.”
O IPCA-15, calculado normalmente entre os dias 15 do mês anterior e 14 do mês de referência, antecipa o resultado oficial do IPCA do mês. A variação observada em maio é bem inferior à de um ano antes (alta de 0,35%) e está abaixo da de abril (-0,01%). O acumulado dos cinco primeiros meses do ano ficou em 0,35%.
Em maio, cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram queda. A menor variação foi a do grupo transportes, graças, sobretudo, à queda de 8,51% do preço da gasolina. Esse fator deflacionário deve perder relevância nas próximas pesquisas. Ontem, a Petrobrás anunciou aumento de 5% da gasolina e de 7% do diesel.
O grupo alimentação teve, em maio, variação positiva, mas bem menor do que a observada em abril (de 2,46% no mês passado e de 0,46% neste). É provavelmente consequência de procura menos intensa de alimentos, depois de uma corrida aos supermercados nas semanas que se seguiram às primeiras medidas de isolamento social.
Quanto aos preços administrados, registra-se queda de 0,03% no acumulado em 12 meses, segundo cálculos de uma instituição financeira. Provavelmente as próximas medições do IBGE terão uma mudança, pois, além do preço da gasolina, devem subir os da energia e dos remédios.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
Em meio à crise, Petrobrás já projeta a recuperação gradual do petróleo - Para empresa, preço do barril só deve voltar ao patamar dos US$ 50 em cinco anos; foco no pré-sal reflete mudanças de mercado
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 26 de maio de 2020 | 05h00
Por Fernanda Nunes

Castello Branco e Paulo Guedes - Foto: Sergio Moraes / Reuters RIO - A Petrobrás projeta uma recuperação gradual do preço do petróleo nos próximos cinco anos, até voltar ao patamar de US$ 50 por barril – o dobro da cotação média projetada para este ano, de US$ 25. Com a melhora de cenário, deve cair também a dívida da empresa, de US$ 87 bilhões para US$ 60 bilhões, segundo o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, que ontem reiterou o foco de novos investimentos no pré-sal.
Segundo ele, a diretoria avalia os projetos viáveis nesse período de crise. Alguns vão ser reestruturados para se adequarem à cotação mais baixa do barril (ontem, o tipo Brent fechou a US$ 35 o barril), outros vão ser suspensos e até mesmo cancelados.
Em meio à pandemia do novo coronavírus e da queda abrupta do preço da commodity, a Petrobrás reagiu com corte de US$ 3,5 bilhões do seu investimento anual, que passou de US$ 12 bilhões para US$ 8,5 bilhões. Com o trabalho de revisão dos ativos, a estatal espera definir os que geram mais ganhos sobre o capital investido, que tenham menos riscos e, ao mesmo tempo, sejam economicamente viáveis.
“Tem uma questão de alocação de capital. O que você prefere: investir num campo do pré-sal que pode gerar um retorno real em torno de 15% ou investir numa operação de varejo (de combustíveis), que dá um retorno sobre capital empregado de 6% a 7%? O capital é escasso”, afirmou Castello Branco, em entrevista virtual promovida pela Genial Investimentos.
O principal ativo da empresa hoje é o campo de Búzios, localizado no pré-sal da Bacia de Santos e adquirido no ano passado no leilão de áreas excedentes da cessão onerosa. Esse reservatório é complementar a outro concedido à estatal em 2010, logo depois de a empresa descobrir o pré-sal e anunciar sua viabilidade técnica e econômica. Búzios é o maior campo já descoberto no mundo. Assim como esse, devem ser priorizados reservatórios de grande dimensão, baixo risco e custo de extração do petróleo próximo a US$ 3 por barril.
A empresa já anunciou o fechamento de pelo menos 62 plataformas no início de abril, com a justificativa de que o retorno econômico da produção onde estão instaladas não justifica a continuidade da operação. A maior parte está localizada em campos em terra, alguns deles já em fase de declínio, e em águas rasas. Mas há também campos na Bacia de Campos, no litoral do Estado do Rio de Janeiro.
Muitos desses ativos já eram considerados inviáveis pela empresa e tinham sido incluídos no programa de privatizações. Mas, com a crise, mesmo sem compradores à vista, foram desmobilizados.
Também está no radar a venda e, alguns casos, o fechamento de subsidiárias, principalmente daquelas consideradas inadequadas ao perfil da estatal – uma petroleira focada na exploração e produção de petróleo e gás, sobretudo no pré-sal. Em fevereiro, foi anunciado encerramento da atividade da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, no Paraná. A demissão de centenas de funcionários motivou a realização de uma greve pelos sindicatos. Já a privatização completa da companhia foi descartada por Castello Branco.

‘Rigor’
“Comparando com outras operadoras, a Petrobrás foi bastante rigorosa no ajuste de ativos. Considero que essa será uma justificativa para focar no pré-sal e enxugar investimentos e gastos com empregados. Mas, se o preço se recuperar, como alguns cenários apontam, a empresa poderá se reposicionar”, afirma Luciano Losekann, especialista em petróleo e gás natural e professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Para ultrapassar a fase atual, a empresa está reduzindo custos e dívida. Contratos estão sendo renegociados com fornecedores, principalmente com os de maior porte, que, segundo Castello Branco, têm mais capacidade de resistir à crise. A meta financeira para o ano, relativa à dívida, “é impossível de ser atingida”, afirmou o executivo na entrevista. A Petrobrás planejou fechar o ano com o mesmo patamar de compromisso de pagamento a credores de 2019, de US$ 87 bilhões.
Há uma expectativa de retomar medidas de retração da dívida no começo do ano que vem, mas isso vai depender do ambiente econômico mundial.

N.daR.: Há ainda quem acredite nas palavras formuladas por Castello Branco, presidente eda Petrobnras e acóltio de Paulo Guedes.
Fato é que o desmanche da Petgrobras continua.
Só deu uma paradinha em razão da epidemia.
Mas já houve manifestações de que a empresa está continuando a receber propostas por parte de seus ativos.

* Fonte primária: Estadão
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Fontes: O Globo - Economia
Casos de Covid-19 se espalham pelos campos de petróleo do Brasil - Ao menos seis petroleiras concentram centenas de infecções em instalações offshore
Publicado: O Globo | On Line 26/05/2020 - 21:02 / Atualizado em 26/05/2020 - 21:15
Por Reuters

Petróleo A norueguesa Equinor ASA, a brasileira Dommo Energia SA e a anglo-francesa Perenco estão entre pelo menos seis petroleiras que registraram casos de Covid-19 entre funcionários ou contratados em instalações offshore no Brasil, de acordo com fontes reguladoras e da própria indústria. A Royal Dutch Shell PLC e a Enauta Participações S.A. do Brasil registraram um caso cada. E centenas de casos foram registrados em campos de petróleo operados pela Petrobras.
As infecções ilustram a ameaça que o novo coronavírus representa para os trabalhadores que dormem em quartos apertados, a quilômetros da costa. E levantam questões sobre a eficácia dos esforços de testagem para conter a propagação da pandemia nas plataformas.
Juntamente com a mineração e o empacotamento de carnes, a produção de petróleo está sob escrutínio durante a pandemia, pois os funcionários são forçados a trabalhar, dormir e comer em áreas confinadas. Isso é particularmente verdadeiro em plataformas offshore, navios de serviço e os flutuadores, nos quais uma única infecção pode se multiplicar rapidamente.
Na maioria das outras nações, os surtos foram contidos em um punhado de plataformas. A Associação Nacional das Indústrias Oceânicas dos Estados Unidos afirma ter registrado apenas 99 casos de coronavírus entre trabalhadores offshore no país, segundo dados compartilhados com a Reuters na semana passada.
No Brasil, que na semana passada se tornou o segundo país do mundo em casos de Covid-19, este número é maior. Na quinta-feira, a Agência Nacional de Petróleo registrou 544 casos ativos entre os trabalhadores que acessaram instalações offshore. Esse número não inclui aqueles que se recuperaram. Com isso, o total de infecções permanece um mistério.
A Equinor registrou aproximadamente 60 casos na semana passada, de acordo com uma fonte com conhecimento direto dos dados coletados pelos reguladores e uma fonte com conhecimento das operações da empresa. Já a Perenco contabilizou cerca de 40 em seu campo de Pargo, de acordo com uma fonte do governo e uma fonte separada com conhecimento das operações da empresa.
Enquanto isso, a Dommo registrou em torno de 50 casos em um poço no campo Tubarão Martelo, disseram duas fontes reguladoras. O poço está paralisado desde o início de maio.
Questionados, Shell e Enauta disseram à Reuters que cada um deles registrou um caso. Em comunicado, a Equinor reconheceu que havia registrado casos, mas não forneceu detalhes de quantos. A Perenco se recusou a confirmar ou negar que algum funcionário havia sido infectado pelo vírus.
A Petrobras registrou mais de 300 casos entre trabalhadores offshore, incluindo contratados, disse uma fonte do governo. A estatal reconheceu as infecções e disse que, no sábado, tinha 181 casos ativos entre todos os 46.416 funcionários. Este número, contudo, não inclui contratados e nem os funcionários já recuperados.
A empresa afirma ter adotado várias medidas de segurança, como testes em larga escala, e que o número de casos se estabilizou nos últimos dias. Segundo a Petrobras, mais de 15.000 testes foram realizados até esta terça.
Os representantes da Dommo não responderam a vários e-mails, mensagens de mídia social ou telefonemas.

Medidas tomadas
Muitas petroleiras estão aumentando os testes e exigindo longos períodos de quarentena entre os funcionários antes de embarcarem. No entanto, isso não foi suficiente para conter todos os surtos no exterior.
As infecções no extenso campo de Peregrino, da Equinor, se espalharam por trabalhadores que realizam obras de construção em uma nova plataforma de petróleo. O surto ocorreu em mais de uma onda, disseram as fontes. Em alguns momentos, os esforços para conter o coronavírus levaram a empresa a suspender algumas operações de construção. A petroleira afirmou à Reuters que os funcionários foram infectados "apesar de todas as medidas preventivas e proativas" tomadas.
A Shell disse que seu único funcionário testou positivo para Covid-19 ao desembarcar de um navio contratado pela empresa e que ele estava em quarentena. Nenhum outro trabalhador parece ter sido infectado, acrescentou. Já a Enauta afirmou que um de seus contratados contraiu o vírus, mas já se recuperou.

N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia
Petrobras sobe preço da gasolina em 5% e do diesel em 7% nas refinarias - Aumentos vêm na esteira da subida gradual de preços do petróleo no mercado internacionall
Publicado: O Globo | On Line 26/05/2020 - 16:49 / Atualizado em 26/05/2020 - 16:52
por Ramona Ordoñez

Petrobras RIO - Na esteira dos aumentos dos preços do petróleo no mercado internacional nas últimas semanas, a Petrobras decidiu fazer novo reajuste de 5% nos preços da gasolina e de 7% nos preços do diesel em suas refinarias -- que entrará em vigor a partir desta quarta-feira, dia 27.
É a quarta vez no mês de maio que a Petrobras reajusta os preços da gasolina, e a quinta no ano até agora. Já o reajuste no diesel nas refinarias é o segundo do ano.
Com os novos reajustes, o preço médio do diesel da Petrobras para as distribuidoras passou a ser de R$ 1,51 por litro, em média.
Já com o reajuste de 5% na gasolina, seu preço de venda nas refinarias ficou em R$ 1,32 por litro, em média.
O repasse nas bombas para os consumidores depende das políticas comerciais dos postos revendedores e das distribuidoras.
Além dos cinco aumentos de preço da gasolina feitos nas refinarias, a Petrobras promoveu ainda 12 reduções de preços ao longo dos últimos meses. O produto acumula ainda uma redução de preços de 30,9% em seus preços nas refinarias neste ano.
Já o diesel, além dos dois reajustes, teve ao longo do ano um total de 13 reduções de preços nas refinarias. O diesel acumula uma queda de 35,4% nas refinarias neste ano.
As altas ocorrem na esteira do aumento gradativo nos preços do petróleo no mercado internacional nas últimas semanas, depois de os valores terem despencado abruptamente desde o agravamento da pandemia de coronavírus, que provocou uma paralisação na economia mundial.
Agora, com a reabertura gradual na economia que vem sendo feita em alguns países, nesta terça-feira o petróleo Brent está sendo cotado a US$ 36,17 o barril. Já o petróleo do tipo WTI, negociado nos Estados Unidos, que já chegou a ter cotação negativa em abril último, está sendo negociado a US$ 34,35 o barril.

A primária política de preços "vai-vem" da Petrobras continua. Até quando? N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
Não é você, sou eu - Radicalismo fundamentalista uniu o presidente Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes; o populismo pode separá-los
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 25 de maio de 2020 | 05h00
Por Luís Eduardo Assis

Charge: Sponholz Enquanto a epidemia avança, sob a proteção da incúria do governo federal, ficam claras as condicionalidades que nos esperam logo mais adiante.
Sabemos hoje que o déficit primário vai explodir. A previsão da Instituição Fiscal Independente é de um rombo de R$ 706,4 bilhões em 2020, quase seis vezes mais que o déficit originalmente previsto no Orçamento. Sabemos, também, que teremos uma recessão histórica, com queda do PIB de 6% ou mais. Nenhum brasileiro vivo testemunhou o que veremos neste ano.
Sabemos, ainda, que a crise política vai se agravar, fomentada pela verve primitiva do presidente da República. Pesquisa XP/Ipespe divulgada na semana passada mostra que 50% dos pesquisados avaliam o governo Bolsonaro como “ruim” ou “péssimo”, índice que estava em 39% em janeiro. É, ainda, bem menos que os 68% com que Michel Temer deixou o governo, mas a tendência deve se acelerar quando o desemprego subir. Bolsonaro já sente o bafo do impeachment e optou pelo populismo extremista de direita. Já está em modo de sobrevivência e qualquer projeto econômico que prometa resultados de longo prazo não serve. Do que ele precisa para evitar as labaredas da interrupção prematura do mandato? Crescimento da renda e do emprego, logo.
O que Paulo Guedes pode oferecer? Princípios liberais fundamentalistas e continência fiscal. O primeiro embate será com a suspensão do auxílio emergencial. Sem ele, o apoio ao presidente vai erodir ainda mais. Outro conflito surgirá com o Orçamento de 2021. Com a inflação muito baixa, a lei do teto orçamentário, se for mantida, imporá cortes descomunais em despesas que financiam atividades essenciais. O governo poderia propor uma reforma administrativa que sinalizasse corte nas despesas de pessoal. Mas não só seria pouco, como essa pauta contraria a natureza corporativista do presidente. Aumento de impostos? O presidente também não aceita, já que iria carcomer ainda mais sua base de apoio, agora entre os ricos. Quem sabe, então, um programa acelerado de privatizações para mitigar o avanço da dívida pública? Não, também não dá, porque o presidente não aceita a venda dos bancos oficiais e da Petrobrás, de onde poderia sair algum dinheiro graúdo.
Paulo Guedes pode oferecer apenas sangue, suor e lágrimas. Bolsonaro precisa de rápida recuperação do emprego para comprar tempo e mudar de assunto quando o impeachment for ventilado. O ministro pensa em reformas estruturais que podem preparar o País para uma arrancada – mas isso exige tempo e habilidade que faltam ao presidente. Bolsonaro está enredado no radicalismo autoritário da direita. Guedes é um liberal juramentado. A cloroquina econômica que demanda Bolsonaro o ministro não pode oferecer. Talvez Guido Mantega, se estiver disponível, possa pensar em algum programa de crescimento baseado em expansão fiscal que encante o presidente. Mas não Paulo Guedes.
Não tardará para que os dois tenham de discutir a relação. Algum pragmatismo poderia superar divergências. Um programa de investimentos públicos, apartado do Orçamento e fiscalizado por uma comissão específica, poderia dar algum alento ao nível de atividade. Mas o ministro não engoliu o sapo do Plano Pró-Brasil e parece não estar disposto a ingerir nenhum girino. Da parte do presidente, sua reconhecida visão ignara das coisas da economia o impede de perceber a gravidade da situação fiscal. Ele não quer saber se o pato é macho – ele quer o ovo. Sem recuperação rápida da economia – inviável, se a tônica for a austeridade –, a chapa vai esquentar. Tudo somado, a dupla está em rota de colisão. Eles (mas não nós) guardarão boas lembranças. O radicalismo fundamentalista os uniu. O populismo pode separá-los.
Luís Eduardo Assis - economista, foi diretor de Política Monetáriado Banco do Cedntral e professor de Economia da PUC-SP e da FGV-SP. E-mail: LUISEDUARDOASSIS@GMAIL.COM

N.daR.: Se Bolsonaro fosse contra a venda da Petrobras, não estaria assistindo omisso ao seu desmanche sob a tutela de Paulo Guedes e de seu acólito e presidente da Petrobras, Castello Branco.
Br Disribuidora foi passada para concorrente Shell, "venda" de gasodutos...

* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Cultura
Caixa deve anunciar esta semana pagamento de auxílio emergencial por adquirentes
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 25 de maio de 2020 | 00h40
Por Sonia Racy

Pedro Guimarães - Foto: Wanderson Rosa A Caixa deve anunciar, esta semana, a liberação do pagamento do auxílio emergencial por meio de adquirentes. Isto é, quem vendeu para alguém que recebeu ou receberá o coronavaucher poderá ser pago diretamente pelo banco. Indagado ontem pela coluna, Pedro Guimarães, presidente do banco, se limitou a dizer que “a medida está em testes”. Sobre sua fala durante a gravação da reunião de Bolsonaro com sua equipe – realizada em 22 de abril e liberada pela Justiça – o economista, com mestrado na FGV do Rio e PhD em Rochester, nos EUA, afirma quer não tem mais nada a dizer além da nota que soltou por meio de sua assessoria na Caixa. Lá, explicou que “me encontrava sob forte emoção” e que em nenhum momento “pretendi desabonar pessoas ou instituições”.
É fato que Guimarães, ano passado, teve que garantir o saque do FGTS para 60 milhões de brasileiros – o que exigiu dois meses de trabalho interno para começar a ser concretizado. Desafio parecido voltou à sua mesa, semanas atrás, quando o governo anunciou, por meio do Ministério da Cidadania, a distribuição da ajuda emergencial de R$ 600. “Nosso prazo foi de cinco dias para começarmos a pagar”, explica. Em parceria com a Dataprev contratada para montar toda base para evitar duplicidade ou fraudes no pagamento, a Caixa recebeu do ministério o papel de desenvolver aplicativo para credenciamento e pagamento. Calculou-se o número de pessoas: não ultrapassaria 50 milhões. No fim das contas, revela Guimarães nesta entrevista – a primeira exclusiva que dá em tempos de pandemia – se cadastraram “cerca de 100 milhões de brasileiros, quase metade da população”. As filas foram históricas, houve dificuldades no acesso ao sistema digital montado. Para o futuro, ele espera que a lição tenha servido: “Já temos a operação organizada, sabemos quem vai receber, onde eles estão e decidimos pagar por data de nascimento”.

Como a Caixa reagiu ao receber a tarefa de distribuir R$ 600 para milhões de brasileiros, tudo de uma vez?
Tivemos no ano passado o maior programa, até então, da Caixa, o saque do FGTS para 60 milhões de brasileiros. Foram dois meses para nos preparar. Nessa distribuição emergencial, a lei foi promulgada em 2 de abril e no dia 7 já estávamos com o aplicativo de milhões de pessoas. No dia 9, já estávamos pagando a 2,5 milhões. Essa questão é importante no momento atual, porque revela, de um lado, a agonia, o auxílio urgente a dezenas de milhões de pessoas e, de outro, a urgência da vida, evitar-se a aglomeração. Ficou a Caixa toda em função desse pagamento. Cerca de 8 milhões num só dia. O que aconteceu? Filas.

Mas vocês não aproveitaram alguma base do FGTS que pagaram no ano passado?
Foi muito difícil. Pegamos somente os 19 milhões de inscritos no Bolsa Família, grupo que não se alterou. De outros 30 milhões a gente não tinha nenhuma informação. Existia um grupo do Cadastro Único, mas a base de dados teve de ser refeita, pois a maioria não tinha a ponta digital. Olha, a Caixa está acostumada a pagar grandes benefícios, mas nada se compara ao que a gente pagou agora.

Teve reclamação de filas em tempos de pandemia. Como foi isso?
Claro que a fila estava muito grande. A gente teve que resolver e com foco. Nessa questão, eu acho as críticas da imprensa fundamentais. Mas não havia grande base de dados. Ninguém podia imaginar que 50 ou 70 milhões de pessoas fossem se cadastrar. No final, sabe quantos se cadastraram? Uns 100 milhões de brasileiros. Metade da população.

O recebimento da segunda parcela também vai ter filas?
Não, organizamos por mês de nascimento. Nesta semana (a passada) e na próxima (a de agora) mais de 30 milhões vão receber sem fila. Nos outros dez dias, mais 30 milhões.

Os que não têm conta têm de ir ao banco, não?
Há três semanas atrás ia todo mundo. Ia quem tinha direito, quem não tinha, quem estava sob análise, quem não havia conseguido… Mas como 50 milhões já receberam, deu uma acalmada, as pessoas já têm certeza de que vão receber. Enfim, a maior parte de pessoas não tinha noção se podia ou não receber. Mas nos últimos dez dias as filas foram bem menores, eu diria que normais. O que a gente quer reforçar agora é que ninguém precisa ir de madrugada. Já temos a base de dados, organizada por mês de nascimento, separamos os grupos de Bolsa Família, de quem não tinha conta digital.

Pode explicar melhor as tarefas da operação, quem fez o quê, por que aconteceram pagamentos indevidos?
No caso do auxílio emergencial, a portaria do Ministério da Cidadania contratou a Caixa e a Dataprev. O papel da Caixa foi desenvolver um aplicativo para credenciamento e fazer o pagamento. Cabia à Dataprev aplicar a elegibilidade. Eles pegaram critérios da lei, “conversam” com o sistema do INSS, com o da Receita Federal. Mas não “conversaram” com a Defesa, apesar de militares terem recebido. Enfim, a relação entre as bases não foi a ideal. No cruzamento com a Receita, por exemplo, não olharam direito os dependentes, gente da classe média que está desempregada e recebeu, mesmo sendo filho de quem tinha renda.

Faltou uma campanha prévia de esclarecimento geral?
Há uma coisa em vias de ser fechada: parceria do Ministério da Cidadania com os Correios. Vai facilitar muito porque Correio tem em qualquer lugar. E a gente está com carros de som nas periferias, contratou outdoor social – no qual você paga pra pessoa pra usar o muro dela e dar o aviso.

Há outros benefícios que a Caixa vem dando, para micro e pequenas empresas. Dias atrás, a Luiza Trajano, do Magazine Luiza, me disse que para esses casos a Caixa tem de se alinhar com o Banco do Brasil. Os pequenos precisam de liquidez, os micro estão desesperados, dizendo que o dinheiro não chega?
Olha, no auxílio emergencial, mais 52 bancos estão participando. No caso, é preciso entender o foco de cada banco. O foco da Caixa nesta gestão é o crédito imobiliário, auxílio social, com microcrédito e obras de infraestrutura ligadas ao saneamento. Temos total interesse nessa questão das pequenas empresas. O que precisa ficar entendido, porém, é que isso não é uma doação. Sabemos que muita gente já tinha problema antes da crise.

No caso dos recursos do BNDES ao micro e pequeno empreendedor, como é esse repasse?
Há uma lei, ainda a ser promulgada, esses detalhes precisam ser operacionalizados. Ainda não temos essa linha operacional fechada. Provavelmente, no BNDES, quem pegará esse recurso serão as fintechs, os bancos médios. No auxílio emergencial há mais de mil sites que aceitam o Caixa Tem.

No início do ano passado, quando você assumiu a Caixa, o que esperava? E o que acha hoje?
A Caixa mudou a minha vida. Digo isso de coração. Comecei a viajar junto com a equipe pelo Brasil inteiro. Nunca tive facilidade na vida, perdi meus pais há muito tempo, nunca tive dinheiro. Ao entrar na Caixa já era clara, pra mim, essa necessidade de equilibrar a maximização do resultado com a ajuda social. Foi o que fizemos.

Quando você assumiu, talvez tenha pensado: o Brasil já tem o Banco do Brasil, pra que a Caixa? Como você vê isso?
Tenho total liberdade para tocar o banco. Não há nenhum tipo de indicação. E posso dizer que tiramos a Caixa de uma situação inaceitável, ela não tinha nem balanço, desde 2016, porque nenhuma auditoria aceitaria assinar um balanço que tivesse um montão de maluquices. Fizemos uma série de coisas ano passado, como vender ações da Petrobrás, só aí foram R$ 8,5 bilhões. O que precisamos fazer mais? Abrir o capital das operações de seguridade, cartões, assets, loterias. Isso é um passo grande para a questão da governança corporativa. Para dialogar com mais brasileiros e investidores estrangeiros.

Com o mapeamento desses novos brasileiros que não têm conta, para quem vocês pagaram R$ 600,00 a perspectiva é de conseguir mais clientes?
Certamente, para o microcrédito. Gente que, quando tinha acesso a crédito, tinha de pagar 20% ao mês. Praticamente ninguém tinha microsseguro. Estamos focando o digital e queremos manter esse público. O Caixa Tem exige uma memória 15 vezes menor que a média, pode ser acessado num simples celular pré-pago.

Nessa inclusão toda, a Caixa corre risco de ter prejuízo?
Não, ela é um banco da matemática. Nunca tivemos tanto lucro, o do ano passado foi recorde. Não posso adiantar aqui, mas em um ou dois dias vamos anunciar o balanço do primeiro trimestre, muito sólido. Não fazemos nada que seja para perder dinheiro. Porque, se não for assim, o governo vai ter de capitalizar a Caixa, como já fez no passado. Foram colocados R$ 40 bilhões numa coisa de nome esquisito, Instrumento Híbrido de Capital e Dívida – porque há dez anos atrás a Caixa distribuiu muito dinheiro barato e mal dado.

Qual o índice de inadimplência?
É a menor inadimplência do mercado. E por quê? Porque temos uma grande carteira imobiliária, que é a mais sólida, pois tem uma garantia real. Isso faz parte do nosso legado, daqui a dois anos e meio, ou seis anos e meio, quando eu sair, a Caixa estará defendida.

N.daR.: Nossos grifos.
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: O Globo - Economia
Petróleo volta a cair com escalada da tensão entre EUA e China, que fala em nova Guerra Fria - Troca de acusações entre os dois países interrompe recuperação do preço da commodity e levanta dúvidas sobre retomada da demanda global
Publicado: O Globo | On Line 25/05/2020 - 08:42 / Atualizado em 25/05/2020 - 12:59
por Bloomberg News

Plataforma Petrobras CINGAPURA - O preço internacional do petróleo voltou a cair com a escalada na guerra de palavras entre os Estados Unidos e a China, aumentando as incertezas sobre as perspectivas de recuperação global da demanda. No início da tarde, no entanto, se recuperaram e estavam sendo negociados em alta.
O mercado futuro de petróleo em Nova York começou a semana com queda de 1,2% após já ter caído 2% na sexta-feira. O barril do tipo West Texas Intermediate (WTI) para entrega em julho caiu para US$ 32.86 na manhã desta segunda-feira em Cingapura. No início da tarde, o barril do petróleo leve americano, referência nos Estados Unidos, registrava alta de 2,05%, sendo negociado a US$ 33,93.
O Brent, referência para a produção no Brasi e no mercado internacionall, começou a segunda com queda de 1,5%, com o barril para julho cotado a US$ 34,60 no mercado futuro europeu. Agora à tarde, era negociado a US$ 35,76, alta de 1,79%.
O mercado de petróleo reage ao aumento da tensão retórica entre os dois país. A China alertou que alguns nos EUA estão empurrando os dois países na direção de uma nova Guerra Fria (a tensão entre EUA e União Soviética que perdurou por décadas após a Segunda Guerra Mundial).
As declarações alimentam preocupações de que uma deterioração das relações entre as duas maiores potências econômicas do planeta poderia complicar a recuperação do mercado de petróleo de uma derrocada sem precedentes na demanda por combustíveis provocada pela pandemia de coronavírus.
Na semana passada, Pequim abandonou sua tradição de décadas de estabelecer uma meta anual para o crescimento econômico devido à incerteza provocada pelo coronavírus. A decisão foi anunciada no Congresso Nacional do Povo.
Entretanto, há sinais de que o mercado de petróleo está se posicionando na direção de uma recuperação. Produtores de petróleo não convencional (shale gas) reduziram o número de plataformas em atividade ao nível mais baixo desde 2009, cortando ainda mais a produção.
Isso acontece ao mesmo tempo em que os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) empreendem vêm cortando a produção diária em cerca de dez mil barris diários em um esforço para reduzir o excesso de oferta e favorecer a recuperação dos preços.
O petróleo, que chegou a ser cotado a preços negativos nos EUA pela primeira vez na história, já subiu 75% este mês na medida em que China e Índia começam a relaxar restrições de isolamento, e os estoques americanos começam a se reduzir.
Entretanto, a recuperação da commodity é prevista como longa e incerta, com o risco de uma segunda onda de infecções prejudicar essa trajetória.
Em entrevista à Bloomberg, o diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (AIE) alertou que o consumo global por petróleo não atingiu o pico, jogando um balde de água fria na esperança de que o coronavírus reduza a demanda e as emissões causadas pela mudança climática.
“Na ausência de políticas governamentais fortes, uma recuperação econômica sustentada e baixos preços do petróleo devem levar a demanda global de petróleo de volta para onde estava e além”, afirmou Fatih Birol.
No ano passado, o consumo global de petróleo totalizou quase 100 milhões de barris por dia. Alguns especialistas do setor de energia acreditam que o volume pode marcar o pico da demanda global. A hipótese é que o surto de coronavírus vai desencadear mudanças, como o trabalho remoto generalizado e menos viagens ao exterior, o que deve reduzir o consumo permanentemente.
Birol alertou governos que o coronavírus só reduzirá brevemente a demanda por petróleo: o consumo deve cair em 2020 para cerca de 91 milhões de barris por dia e se recuperar em 2021 e nos anos seguintes.
“Mudanças comportamentais em resposta à pandemia são visíveis, mas nem todas são negativas para o uso de petróleo. As pessoas estão trabalhando mais em casa, mas, quando de fato viajam, é mais provável que estejam em carros do que em transporte público”, disse Birol à Bloomberg News de Paris.

Nem gasolina barata nos EUA anima
No principal mercado mundial, os EUA, nem a gasolina mais barata em quase duas décadas animou os americanos a tirar o carro da garagem e pegar a estrada no feriado nacional do Memorial Day, nesta segunda-feira.
— O aumento das tensões entre EUA e China vão continuar a contaminar o cenário — avalia Stephen Innes, estrategista-chefe de mercado da AxiCorp Ltd. However, para quem o impacto geral da atual situação será limitado se não houver o que chamou “retaliação combativa” de Pequim contra os EUA.
No domingo, o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, disse que os EUA devem desistir da sua “ideia fixa” de mudar a China. A declaração foi dada durante sua entrevista anual à margem das reuniões do Congresso Nacional do Povo. Ele também advertiu os EUA a não cruzar a “linha vermelha” em Taiwan, cuja independência da China Pequim não reconhece.
Assembleias de acionistas anuais das grandes petroleiras do mundo nos Estados Unidos e na Europa esta semana devem dar uma visão mais clara sobre quão fortemente as companhia do setor foram atingidas pela pandemia.
Enquanto isso, a Rússia, um dos maiores produtores mundiais, deu prazo até o dia 15 de junho para seu governo apresentar um plano de suporte à indústria petrolífera do país. No Brasil, o governo voltou a admitir mudanças nas regras de leilões de petróleo, unificando regimes, para torná-los mais atraentes.

N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Obs.: Não foram encontradas notícias relevantes sobre a Petrobras, BR e Petros em 24/05/2020 nos jornais pesquisados.
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
O Centrão, as reformas e a austeridade fiscal - A história recente mostra que, na verdade, este grupo de partidos não é contrário a essa agenda reformista
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 23 de maio de 2020 | 04h00
Por José Márcio Camargo

Charge: Zé da Silva - Bolsonaro e o Centrão Os primeiros 16 meses do governo Bolsonaro representaram uma mudança importante na forma de fazer política no Brasil. Ao contrário dos governos anteriores desde a redemocratização, o presidente se negou a montar uma base parlamentar no Congresso por meio da distribuição de cargos a pessoas ligadas aos partidos.
Ainda que o Executivo tenha aprovado reformas importantes, como a reforma da Previdência, o cadastro positivo e a Lei da Liberdade Econômica, a ausência de base parlamentar, além de fazer com que várias medidas provisórias caducassem e vetos presidenciais fossem derrubados, agravou o conflito entre Executivo e Legislativo, que quase gerou uma crise institucional no final de abril.
Diante deste cenário, o presidente da República iniciou uma negociação com os partidos do chamado Centrão, com o intuito de formar uma base parlamentar capaz de lhe dar suporte. O pedido de demissão de Sérgio Moro e as acusações do ex-ministro de que a causa do pedido era a tentativa do presidente de interferir na Política Federal e ter acesso a investigações em andamento – o que, no limite, poderia levar a um pedido de impeachment – aceleraram as tratativas.
O Centrão é um conjunto de partidos com perfil conservador, composto por políticos importantes em nível regional, em grande parte quase desconhecidos nacionalmente. Para manter a fidelidade de suas bases eleitorais, necessitam de cargos para colocar à disposição de seus apoiadores nos Estados. O grupo esteve no centro de várias denúncias de corrupção nos governos Lula e Dilma: venda de votos no Parlamento (mensalão) e corrupção na Petrobrás (Operação Lava Jato).
Existe um receio legítimo na sociedade de que episódios como estes possam voltar a acontecer. Mas isso depende mais do Executivo do que do Centrão. Se um não quer, dois não brigam!
Por outro lado, o apoio destes partidos parece já começar a dar resultados concretos nas votações no Congresso. Em especial, na negociação da ajuda a Estados e municípios. O projeto aprovado na Câmara dos Deputados propunha uma compensação integral aos Estados e às prefeituras pela redução de receitas com ICMS e ISS em 2020, na comparação com 2019, e foi considerado pela equipe econômica do governo fiscalmente insustentável, por não se conseguir prever a despesa em que se incorreria e por gerar incentivos perversos para governadores e prefeitos.
Apesar dessa oposição, o projeto foi aprovado na Câmara e enviado para o Senado. Em lugar de colocá-lo em votação, o presidente Davi Alcolumbre, após negociações com o Executivo, o substituiu por outro projeto, que atendia às demandas da equipe econômica: criou um limite nominal de transferência de recursos (R$ 60 bilhões em quatro meses) e introduziu o congelamento dos salários dos funcionários públicos até o fim de 2021. Uma importante vitória do Executivo, que será confirmada caso o prometido veto imposto ao artigo que cria exceções ao congelamento de salários seja aprovado pelo Congresso.
O acordo com o Centrão tem, também, deixado alguns analistas pessimistas quanto à capacidade do governo de persistir com a agenda de austeridade fiscal e reformas estruturais. Na verdade, a história recente mostra que o Centrão não é contra essa agenda. Ele foi um dos sustentáculos do presidente Michel Temer no Congresso quando o governo aprovou grande conjunto de reformas estruturais, sem as quais teria sido impossível reduzir as taxas de juros da economia brasileira sem gerar pressões inflacionárias. Sem o Centrão, nenhuma reforma teria sido aprovada. E sem abrir mão da austeridade fiscal. Afinal, os cargos colocados à disposição do Centrão já estão no Orçamento. Não precisa de gasto adicional.
Em outras palavras, se o governo negociar com cuidado, não ceder às pressões para aumentar os gastos públicos (o que sempre acontece) e não permitir corrupção, o apoio do Centrão poderá ser instrumental para ter reformas com austeridade fiscal.
José Márcio Camargo - prfessor do Departamento de Economia da PUC/RIO. É economista-chefe da Genial Investimentos.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: Folha de São Paulo - mercado
Justiça manda Petrobras detalhar casos de Covid-19 no Rio - Em liminar, sindicato ganha o direito de acessar dados por unidade operacional
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 22.mai.2020 às 15h41 Atualizado: 22.mai.2020 às 15h51
Por Nicola Pamplona e Diego Garcia

Castello Branco e Paulo Guedes - Foto: Sergio Moraes / Reuters Rio de Janeiro - A Justiça do Trabalho do Rio concedeu liminar ao sindicato dos petroleiros do Rio determinando que a Petrobras forneça detalhes sobre contaminação por Covid-19 em suas unidades operacionais. Em outra frente, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) fez denúncia ao MPT (Ministério Público do Trabalho) por omissão dos dados.
Os petroleiros acusam a empresa de subnotificar casos confirmados e óbitos por Covid-19 em suas unidades operacionais, o que prejudica a fiscalização das medidas sanitárias adotadas para conter a pandemia pelos sindicatos.
Segundo a Folha revelou na segunda (18), há relatos de contaminação e mortes em refinarias. Trabalhadores ouvidos pela reportagem dizem que a empresa não vem adotando procedimentos sanitários, como o isolamento dos casos confirmados, o que ajudaria a propagar a doença.
"A identificação dos casos registrados por unidade permite não apenas a fiscalização das medidas profiláticas adotadas em consonância com as especificidades do ambiente de trabalho, como também permite que o sindicato possa atuar junto aos trabalhadores contaminados", alega, na ação, o sindicato do Rio.
A liminar determina abertura dos dados apenas na área territorial do sindicato, que abrange as atividades corporativas da sede da estatal, além de refinarias e terminais localizados na região metropolitana do Rio e em Angra dos Reis, no litoral sul do estado. A empresa tem até 72 horas para divulgar as informações, sob pena de multa de R$ 10 mil por dia.
As refinarias são o segundo foco de preocupação dos sindicatos, depois das plataformas de exploração e produção de petróleo em alto mar. Em abril, empresas contratadas pela Petrobras tiveram que suspender as operações em duas unidades em alto mar, uma no Rio e outra no Espírito Santo, devido ao elevado número de contaminados.
"É notório o elevado índice de contaminação nas unidades da Petrobras", diz a FUP na denúncia encaminhada ao MPT nesta quinta (21). A maior parte dos contaminados, diz, são trabalhadores terceirizados que atuam nas unidades. A entidade contabiliza quatro mortes em instalações da estatal e acusa a empresa de omitir a informação de órgãos fiscalizadores.
A Petrobras já havia iniciado a aplicação de testes rápidos antes do embarque para plataformas e, após as primeiras denúncias de contaminação em refinarias, passou a testar também os empregados desse tipo de unidade.
A estatal diz que não detalha o número de casos por unidade para respeitar o sigilo médico. Na última sexta (15), a companhia contabilizava 238 empregados próprios contaminados. O número, porém, diferia muito de balanço divulgado pelo MME (Ministério de Minas e Energia) uma semana antes, que falava em 806 casos.
O MME afirmou à Folha que sua estatística envolvida mais de 150 mil trabalhadores diretos e indiretos, incluindo, portanto, as prestadoras de serviços terceirizados da empresa. No último boletim que divulgou, na segunda, o ministério reduziu para 243 o número, informando agora que só contabilizava os empregados diretos.
A Petrobras disse à Folha que foi notificada da decisão da Vara do Trabalho no Rio sobre o detalhamento dos casos e "avalia seus termos para adoção das medidas cabíveis". No texto, ela defende que presta informações regularmente a autoridades sanitárias e realiza reuniões periódicas com sindicatos.
"A companhia reafirma que vem adotando todas as ações de prevenção e combate à pandemia e segue as recomendações das autoridades sanitárias", escreveu a empresa, afirmando que foi uma das primeiras a adotar testes para Covid-19 em larga escala e que monitora? casos suspeitos desde o primeiro reporte ou identificação de sintomas

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: O Globo - Economia
Greenfield

Royalties do petróleo contaminados pela Covid-19

Publicado: O Globo | On Line 22/05/2020 • 07:15
por Lauro Jardim

Lauro Jardim A Covid-19, enfim, contaminou os royalties do petróleo. O pagamento de royalties de petróleo em maio alcançou R$ 1,3 bilhão, uma queda significativa de 35% em comparação ao registrado no mesmo mês do ano passado (R$ 2 bilhões), de acordo com a ANP.

N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: ESTADÃO - Política
Lava Jato devolve R$ 55 mi recuperados em delações para Petrobras e Transpetro - Montante estava depositado em conta judicial e é referente a acordos de colaboração premiada, repatriações de valores e renúncias voluntárias
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 21 de maio de 2020 | 16h38
Por Redação

PETROBRAS Atendendo a pedido da força-tarefa da Lava Jato, juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, determinou a transferência de R$ 55.556.559,64 para os cofres da Petrobras e da Transpetro. O montante estava depositado em conta judicial e é referente a acordos de colaboração premiada, repatriações de valores e renúncias voluntárias.


A decisão foi dada em fevereiro e no mês seguinte, março, os bancos foram oficiados sobre as transferências. O despacho prevê e destinação integral dos valores acordados a título de reparação, perdimento e multa às empresas vítimas dos ilícitos narrados pelos colaboradores, sendo R$ 54.822.725,03 encaminhados à Petrobras e R$ 733.834,61 para a Transpetro.
As informações foram divulgadas pela Procuradoria.
Segundo a força-tarefa, do montante restituído aos cofres das estatais, R$ 44.438.844,60 foram devolvidos por investigados no âmbito de doze acordos de colaboração. Em quatro dos casos, houve repatriamento de valores houve além do pagamento de multa.
Engenheiro Glauco Colepicolo Legatti, ex-gerente da Petrobras - Foto: Pedro França / Agência Senado O restante, R$ 11.117.715,04, corresponde a uma parte dos valores bloqueados em três contas bancárias mantidas pelo ex-gerente da Petrobras Glauco Colepicolo Legatti em nomes de offshores na Suíça.
Ao longo da operação, já foram bloqueados e repatriados R$ 55.588.575,21 de contas do investigado. Os outros R$ 44.470.860,17 foram devolvidos à Petrobras em agosto de 2018.

R$ 4 bilhões
A força-tarefa da Lava Jato afirma que já recuperou mais de R$ 4 bilhões por meio de acordos de colaboração premiada, acordos de leniência e renúncias voluntárias de valores de réus ou condenados.
De tal montante, R$ 3.023.990.764,92 foram destinados à Petrobras, R$ 416.523.412,77 aos cofres da União e R$ 59 milhões para a 11ª Vara da Seção Judiciária de Goiás – decorrentes de ilícitos que vitimaram a estatal Valec.
Além disso, o Ministério Público Federal no Paraná indica que dos valores recuperados, R$ 570 milhões foram utilizados para subsidiar a redução dos pedágios no Paraná e R$ 150 milhões vêm sendo investidos em obras no Estado.

N.daR.: Há mutíssimo mais a ser apurado...
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: SINDMAR - Notícias
Justiça isenta marítimos de pagamento de IR sobre cotas extras do PPSP
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 20 de maio de 2020
Por Denise Luna

SINDMAR O Tribunal Regional da 1ª Região acatou o pedido de tutela de urgência feito pelo Sindmar e pelo Sindfogo em janeiro de 2019, para isentar marítimos participantes do Plano Petros do Sistema Petrobras – PPSP do pagamento de Imposto de Renda – IR sobre as cobranças extras referentes ao plano de equacionamento do déficit técnico – PED.
Na decisão, a Justiça determinou à Fazenda a dedução dos valores pagos a título de contribuição extraordinária na próxima declaração de IR.
O documento diz que “fica a União (Fazenda Nacional) condenada à repetição de todos os valores que foram retidos ou recolhidos indevidamente corrigidos monetariamente, e acrescidos de juros de mora no importe de 1% (um por cento) ao mês desde a data de cada desembolso até a devida restituição”.
Ficou estabelecida, ainda, a aplicação de juros e correção monetária nos termos do Manual de Cálculos da Justiça Federal, bem como o pagamento de custas e honorários advocatícios.
O Sindmar ressalta que a decisão é liminar e cabe recurso. Fique atento aos canais de comunicação do Sindicato para manter-se atualizado.

N.daR.: A decisão judicial teve um mínino de bom senso. Como pagar IR sobre algo que não se recebe?
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
Petrobrás aumenta preço da gasolina pela terceira vez no mês e alta já chega a 37% em maio - Reajuste acompanha avanço na cotação do petróleo, após cortes na produção de alguns países e ao relaxamento de medidas de isolamento contra o coronavírus na Europa e nos Estados Unidos
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 20 de maio de 2020 | 15h53
Por Denise Luna

PETROBRAS RIO - A Petrobrás informou às distribuidoras nesta quarta-feira, 20, que vai aumentar a gasolina em 12% a partir de quinta-feira, 21, seguindo a recuperação do preço do petróleo no mercado internacional. Esse é o terceiro aumento no mês, os outros foram feitos nos dias 7 e 14. Com isso, só em maio o combustível já teve alta de 37,47%.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o aumento será de R$ 0,1350 por litro.
Os reajustes ocorrem após o preço do petróleo tipo Brent, referência internacional, ter avançado cerca de 40% em maio, reagindo a cortes de produção de grandes produtores e a um relaxamento de medidas de isolamento contra o coronavírus em países da Europa e nos Estados Unidos, o que chega com a promessa de reativação da economia nesses lugares.
Ainda assim, os valores da gasolina da Petrobrás neste ano ainda acumulam queda de 34%, depois de o mercado de petróleo ter sofrido fortemente com uma desaceleração da economia global, diante de impactos da pandemia. O recuo acumulado do Brent neste ano é de aproximadamente 47%.
Esta semana, a Petrobrás não alterou o valor do diesel, que havia sido elevado na terça-feira, 12, em 8%, na primeira alta aplicada ao combustível pela petroleira neste ano. No caso do diesel —um produto sensível aos caminhoneiros, categoria que costuma apoiar o presidente da República Jair Bolsonaro— a queda acumulada no ano é de cerca de 40%.
O reajuste no preço da gasolina agrada a importadores e ao setor de etanol, que reivindica aumento no valor da gasolina para reduzir as perdas com as vendas observadas desde o início da pandemia, quando o combustível fóssil caiu cerca de 5% nos postos de abastecimento.
Depois de ter sido cotado abaixo dos US$ 20 o barril em meados de abril, o petróleo iniciou na semana passada uma escalada de alta, motivado pela volta de algumas economias após meses de retração decorrente da pandemia do coronavírus.
Nesta quarta, o petróleo tipo Brent para os contratos de julho tinha alta de 2,91%, cotado a US$ 35,66 o barril, por volta das 14h. / COM REUTERS

N.daR.: A primitiva política de "vai-vem" de preços da Petrobras. Absoluta falta de profissionalismo.
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: O Globo - Economia

Cedae indica nome de réu, alvo de sete processos, para gerir fundo de pensão
- Em comunicado, estatal informou à Prece que Frankilin Dias de Oliveira está apto a assumir diretoria

Publicado: O Globo | On Line 21/05/2020 - 04:30 / Atualizado em 21/05/2020 - 07:15
por Maiá Menezes

Sede da CEDAE, no RJ - Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo RIO — A diretoria de investimentos da Prece, fundo de investimentos da Cedae, foi trocada na terça-feira à noite, por determinação do governo estadual. O fundo foi comunicado pela direção da estatal, por meio de um documento. Em geral, as indicações são feitas pela própria companhia. O nome escolhido foi de Francklin Dias de Oliveira. Ele está indicado para substituir Antônio Carneiro, nomeado em março pelo presidente da Cedae, Renato Espírito Santo. A escolha causou polêmica entre os conselheiros da Prece: Franklin é réu em sete processos sobre irregularidades que lesaram fundos de pensão. Ele responde junto com a corretora BRL Trust Serviços Fiduciários, da qual era gestor.
Os processos estão em curso. Em dois deles, houve arresto de bens. Um aberto pela Refer, Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social, outro pela Fundação de Previdência dos empregados da Finep, CNPq e Impa. Nesse segundo, em 29 de abril de 2013 decisão judicial apontou risco de “graves danos” ao patrimônio do fundo, diante de “ilícitos administrativos”.

Escândalos no passado
Em 2014, a pedido do Instituto Infraero de Seguridade — o Infaprev — , foi aberto inquérito na Justiça Federal para apurar “supostos atos fraudulentos e simulações de negócios jurídicos, acarretando desvio de recursos”.
Rio surreal:o momento caribenho da Praia de Botafogo
Procurado, o governo do estado informou que a Cedae responderia sobre a escolha do novo diretor. A estatal, no entanto, repassou a incumbência para a Prece, que alegou que ainda são necessários “procedimentos legais” para a formalização da troca. Sobre o nome apresentado pela diretoria, a Cedae não respondeu.
A Prece administra planos de benefícios para complementar as aposentadorias de servidores da Cedae. Atende 10.517 pessoas. Em dezembro do ano passado, tinha uma carteira de investimentos de R$ 1,8 bilhão.
Em gestões passadas, desvios no fundo de previdência já foram investigados. Delatores da Lava-Jato, como o doleiro Lúcio Funaro, deram detalhes de como funcionava o esquema de corrupção, que envolvia o ex-deputado Eduardo Cunha, que foi preso.

N.daR.: Qualquer semelhança com momentos passados da PETROS, não será mera coincidência.
Aos participantes desses fundos só resta o desespero, já que poucos dos ex-dirigentes são denunciados (e com muito atraso), processados e presos.
Vide os casos do ex-presidente Wagner Pinheiro e Luiz Carlos Afonso, dos ex-diretores, como Newton Carneiro, Maurício França, e Carlos Fernandes Costa.
Estes respondem a ações de improbidade administrativa na Justiça Federal

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha de São Paulo - mercado
Petrobras prevê venda de ativos mesmo em meio à pandemia - Estatal afirma que projetos de desinvestimentos permanecem intactos; principal grupo de ativos são refinarias
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 19.mai.2020 às 14h46
Por Diego Garcia

Castello Branco e Paulo Guedes - Foto: Sergio Moraes / Reuters Santos - Mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, a Petrobras espera anunciar venda de ativos, principalmente refinarias, afirmou nesta terça-feira (19) o presidente Roberto Castello Branco, em live com o Banco Safra transmitida pelo Youtube.
Segundo o executivo, os projetos de desinvestimentos permanecem intactos, apesar da recessão influenciada pela pandemia. Ele diz que deve ter boas notícias sobre o assunto em breve, sendo que o principal grupo de ativos são as refinarias.
"Até agora não ouvimos manifestação de desinteresse. Pediram para postergar a entrega de propostas para junho e tudo permanece normal. A nossa expectativa continua sendo positiva e estamos confiantes que vamos conseguir assinar acordos de compra e venda até o final desse ano e concluir transações no próximo ano", disse Castello Branco.
O presidente afirmou que nada mudou no plano de desinvestimentos, apesar das dificuldades. Ele quer a dívida bruta da estatal em US$ 87 bilhões ao final do ano, mesmo patamar de 2019, o que no contexto atual, segundo ele, seria uma vitória. Na semana passada, a Petrobras anunciou prejuízo recorde de R$ 48,5 bilhões no primeiro trimestre de 2020.
Em dezembro, Castello Branco já havia apontado o futuro da Petrobras, em apresentação para investidores estrangeiros, com ativos apenas na região Sudeste e a possibilidade de investimentos em logística para atender Sudeste e Centro-Oeste, vendendo todas as operações em terras ou águas rasas em outros estados.
"A recessão influencia no atraso na execução de alguns projetos, mas até agora [o desinvestimento] permanece intacto", analisou o presidente da Petrobras.
Outro ponto abordado pelo executivo foi a redução drástica de demanda —a de gasolina caiu 60%, enquanto a de querosene de aviação vendeu apenas 6% do que vende normalmente. Castello Branco prevê que, com o tempo, haverá uma recuperação da economia mundial, que será lenta, e consequentemente a recuperação da demanda por petróleo também vai ocorrer.
A queda na demanda foi acompanhada também de diminuição drástica nos preços??. A Petrobras realizou pelo menos 11 cortes no preço da gasolina até o mês de abril, reflexo da queda das cotações internacionais do produto em meio às medidas de isolamento para enfrentar o coronavírus em vários países.
"Temos que nos preparar para viver com preços mais baixos do que estávamos imaginando até fevereiro de 2020", disse o executivo. "Nossa nova trajetória de preços esperada vai reagindo lentamente até se acomodar em US$ 50", acrescentou.
Em maio, após uma sequência de cortes, a Petrobras voltou a aumentar o preço da gasolina nas refinarias, no que foi o primeiro reajuste positivo desde o início da pandemia. Na semana passada, aumentou novamente o valor, em reajuste de 10%. O movimento acompanhou a escalada do dólar no Brasil e a elevação do preço da gasolina no mercado internacional.
Castello Branco também apontou que a empresa não elimina do painel de riscos a hipótese de mais de um surto de Covid-19 no Brasil e no mundo. Ele destaca que a nuvem de incertezas só vai desaparecer quando existir uma vacina.
"Estamos trabalhando de forma cautelosa. Nada impede que tenha uma nova onda da pandemia. A gripe espanhola teve três ondas, a primeira em 1918, a segunda em 1919, a mais mortal, e uma menor em 1920. Torço para que nada aconteça desse tipo, mas não vejo um céu azul brilhando nesses movimentos de curto prazo", disse o executivo.
Nesta segunda-feira (19), o Brasil registrou 674 novas mortes por coronavírus, 13.140 novos casos e é agora o terceiro país com mais casos no mundo ao superar o Reino Unido —são 254.220 ao todo, contra 244.995 dos britânicos. O total de óbitos no Brasil é de 16.792. Outros 2.277 óbitos estão em investigação.
Também nesta segunda, a Folha mostrou que, depois das plataformas de petróleo, refinarias da Petrobras têm focos de contaminação pelo novo coronavírus, segundo sindicatos de trabalhadores da estatal. Eles denunciam surtos em unidades em Cubatão (SP), no Rio de Janeiro e em Manaus. A empresa diz que tem tomado uma série de medidas para proteger os seus empregados.

N.daR.: Repetindo o que já dissemos.
Castello Branco,presidente da Petrobras e acólito de Paulo Guedes, este ministro da Economia, sistemáticamente produzem fatos que projetam imagens negativas da empresa.
Em época de crise, além do uma política injustificável de "vai-vem de preços", realiza uma operação de "reavaliação de ativos', que resultou num prejuízo significativo para a empresa.
Apenas faz com que o valor da empresa seja diminuído, faciltando a venda de seus pedações em operações bastante questionáveis como foi (e é) o caso dos gasodutos, venda da BR Distribuidora para a concorrrência, etc.
Este governo, com seus tapetes vermelhos e seus capachos, políticos e ex-militares ou não, estão em catarse omissiva e coniventes em seus silêncios.
Chegamos a ser um vergonha mindial. Inimaginável para os que já estão em sua fase de vivência mais vivida.

* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
PGR pede ao STJ investigação de governadores do Rio, Pará e Amazonas - Os pedidos de investigação da PGR foram feitos pela subprocuradora-geral Lindôra Araújo, uma das principais auxiliares do procurador-geral da República, Augusto Aras
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 19 de maio de 2020 | 19h27
Por Rafael Moraes Moura

PGR - Brasília A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a investigação dos governadores do Rio, Wilson Witzel (PSC); do Pará, Helder Barbalho (MDB); e do Amazonas, Wilson Lima (PSC); por compras emergenciais realizadas no enfrentamento da pandemia ao novo coronavírus. Segundo o Estadão apurou, no caso de Lima, o inquérito já foi aberto por decisão do ministro Francisco Falcão. O caso de Barbalho deve ser analisado nesta quarta-feira (20).
Os pedidos de investigação da PGR foram feitos pela subprocuradora-geral Lindora Araújo, uma das principais auxiliares do procurador-geral da República, Augusto Aras. Como os governadores possuem prerrogativa de foro perante o STJ, os despachos da Procuradoria foram encaminhados para aquele tribunal. Os casos tramitam sob sigilo.
Na semana passada, a ministra Laurita Vaz, do STJ, determinou a abertura de um inquérito para investigar a conduta do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em um contrato milionário com a Petrobrás envolvendo o fornecimento de combustível à Secretaria de Segurança Pública. A PGR aponta suspeita de que o contrato provocou prejuízo ao Erário de cerca de R$ 267 mil.
A movimentação de Aras sobre os governadores ocorre em um momento em que o chefe do Ministério Público Federal sofre pressão interna para adotar uma postura mais contundente contra os excessos cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro e governadores de todo País têm travado publicamente uma briga por conta do relaxamento das regras de distanciamento social, uma das principais medidas defendidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades do mundo inteiro para reduzir a velocidade de propagação da covid-19. Bolsonaro defende a reabertura do comércio para reativar a economia e combater o desemprego.
Após a divulgação de denúncias de irregularidades na compra de equipamentos, o governador do Rio exonerou o então secretário de saúde do Estado, Edmar Santos. A decisão do afastamento de Santos agora foi motivada por denúncias de fraudes na licitação para a compra de respiradores no valor de R$ 3,9 milhões.
De acordo com a assessoria de Witzel, uma força-tarefa foi criada no estado do Rio de Janeiro para investigar todos os contratos emergenciais realizados pela Secretaria de Estado de Saúde. “As denúncias estão sendo auditadas pela Controladoria Geral do Estado para verificar possíveis ilegalidades e danos aos cofres públicos”, informou o governo fluminense.
O governo do Maranhão, por sua vez, lamentou em nota que um “membro do Ministério Público se preste a levar adiante uma aventura jurídica, com propósitos que serão oportunamente apurados e revelados”. “O governo do Maranhão esclarece que obviamente não é o governador do Estado que pratica atos administrativos sobre compra de combustíveis na Polícia Militar, tampouco é quem abastece veículos ou aeronaves”, informou a assessoria do governador Flávio Dino.
O Estadão procurou os governos do Pará e Amazonas e até a publicação deste texto não havia obtido resposta.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
O que é um doleiro? Entenda por que a prática é ilegal - A figura dos doleiros, frequentemente associada à corrupção, é uma das peças-chave de muitos escândalos de corrupção como a Operação Lava Jato; entenda o que significa
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 19 de maio de 2020 | 18h40
Por Bruno Nomura

Operação Lava-Jato Em 2014, um doleiro fechou um acordo de delação premiada que desencaderia, segundo o Ministério Público Federal, “a maior iniciativa de combate a corrupção e lavagem de dinheiro da história do Brasil”: a Operação Lava Jato. Em troca da redução de pena, Alberto Youssef revelou seu papel em esquemas criminosos que envolviam a Petrobrás e entregou o nome de políticos, empresários e agentes públicos envolvidos com corrupção.
A reação em cadeia do depoimento de Youssef é explicada pelo papel central que doleiros comumente desempenham nos esquemas de corrupção, que movimentam milhões de reais. Entenda o que faz um doleiro e por que sua atividade é ilegal:

O que um doleiro faz?
O doleiro é um operador de câmbio paralelo, ou seja, negocia moedas estrangeiras fora do sistema oficial de transações. Como essas operações costumam ser realizadas em dólar, o nome ficou associado à moeda norte-americana.

Por que ser doleiro é ilegal?
A atividade dos doleiros é considerada ilegal porque toda operação de câmbio deve ser realizada por meio de instituições bancárias ou agentes autorizados pelo Banco Central. Doleiros não têm autorização para exercer a atividade.
Existem regras e taxas sobre todas as operações de câmbio, além da incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Como atuam no mercado paralelo, sem controle oficial, os doleiros não estão sujeitos à aplicação dessas regras e burlam o sistema.
A remessa de valores a outros países para a lavagem de dinheiro é uma das principais formas de atuação de um doleiro.

Como um doleiro lava dinheiro?
Com frequência, doleiros são acionados para esconder dinheiro proveniente de crimes de corrupção. O objetivo é buscar um destino seguro para os valores, já que o dinheiro não pode ser depositado no sistema bancário, sujeito à fiscalização, para não despertar desconfiança.
Uma manobra comum para lavar o dinheiro é depositá-lo em contas no exterior registradas em nome de offshores, empresas sediadas em paraísos fiscais frequentemente utilizadas para ocultar o dono do dinheiro. De lá, o dinheiro é trazido de volta ao País, desta vez “limpo”, por meio de transações forjadas que aparentam ser legais.
Entre os principais crimes envolvidos na operação de doleiros estão a evasão de divisas (quando valores são enviados ao exterior sem declaração aos órgãos competentes) e lavagem de dinheiro (dissimular a origem de valores provenientes de infrações penais).

Doleiros na política
Doleiros são, com frequência, peças-chave em casos de corrupção, já que são acionados para esconder e lavar grandes quantias de dinheiro. Dario Messer, Adir Assad, Juca Bala e Alberto Youssef estão entre os doleiros envolvidos em esquemas de corrupção desvendados pela Operação Lava Jato, que apurou desvios de dinheiro em contratos da Petrobrás. Eles já haviam sido investigados em casos de corrupção anteriores, como o do Banestado e do Mensalão

Qual é a diferença entre doleiro e lobista?
Ambos têm atuações diferentes, embora estejam, com frequência, próximos a agentes políticos. O doleiro trabalha com operações cambiais e sempre de forma ilegal, porque burla o sistema financeiro.
Já o instrumento de trabalho do lobista é o convencimento. Ele atua entre detentores do poder para representar os interesses de empresas ou setores. Embora seja frequentemente associado à corrupção, não é necessariamente criminoso. Tudo depende do que é utilizado como forma de exercer pressão ou influência entre políticos. Entenda melhor o que é lobby aqui.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
Presidente da Petrobrás diz que revisão dos ativos no 1º trimestre foi um 'banho de sangue' - Castello Branco disse, em encontro virtual com o Banco Safra, que a maior preocupação da empresa no momento é proteger seu caixa
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 19 de maio de 2020 | 15h09
Por Denise Luna e Wagner Gomes

Castello Branco - Foto: Adriano Machado / Reuters RIO E SÃO PAULO - A reavaliação dos ativos da Petrobrás no primeiro trimestre deste ano foi considerado "um banho de sangue" pelo presidente da empresa, Roberto Castello Branco, pela amplitude do reconhecimento de perdas que a estatal decidiu fazer diante do impacto no novo preço do petróleo em projetos da companhia.
Ao todo foram reavaliados R$ 65,3 bilhões, sendo R$ 57,6 bilhões em campos produtores em águas rasas e profundas, que determinaram o maior prejuízo já registrado na história da Petrobrás para um trimestre: R$ 48,5 bilhões.
Segundo Castello Branco, a revisão de ativos, conhecida no jargão financeiro como impairment, não foi surpresa nem para ele nem para o mercado, já que muitos projetos foram contratos por preços bem maiores no assado do que os praticados atualmente.
"A revisão dos nossos ativos foi um banho de sangue, mas foi necessária", disse hoje Castello Branco durante videoconferência promovida pelo Banco Safra
A revisão levou em conta preços do petróleo a US$ 50 o barril, diante da cotação em torno de US$ 70 usados para avaliar esses ativos no ano passado. O preço do petróleo mudou de patamar no início deste ano, com o impacto da retração da demanda por conta da pandemia do novo coronavírus (covid-19), chegando a ser cotado a menos de US$ 20 em meados de abril. Nos últimos dias, porém, a ligeira melhora de algumas economias mundiais, principalmente Estados e China, fizeram a commodity retomar parte do preço, operando acima dos US$ 30 o barril.
O executivo observou que mesmo com a melhora esta semana, ainda é cedo para dizer se a alta veio para ficar. "Vemos a alta do petróleo de forma cautelosa, pode haver uma 2ª onda (covid-19), a gente não pode eliminar do painel de risco essa possibilidade", afirmou.
Castello Branco disse no encontro virtual com o banco, que a maior preocupação da empresa no momento é proteger seu caixa, e que para isso tem buscado a redução de custos para fazer frente às mudanças que o setor de petróleo vem enfrentando. Entre as estratégias está a utilização cada vez mais de tecnologia para diminuir os custos de produção e citou o projeto EXP1000, que visa aumentar a possibilidade de achar óleo, com 100% de sucesso em cada perfuração, e o Prod1000, que reduz de 3 mil dias (8 anos) entre a descoberta e o primeiro óleo, para 1 mil dias.
"São projetos revolucionários e nos colocaram em posição competitiva muito forte", afirmou o executivo.
Segundo ele, empresas como a fabricante de carros elétricos como a Tesla serão também concorrentes da Petrobras no futuro, e é necessário que a Petrobrás reduza o máximo possível os seus custos para enfrentar a nova realidade de redução do uso dos combustíveis fósseis pela energia renovável.
Ele afirmou ainda, que um dos principais problemas da empresa é o alto endividamento, já reduzido em relação a anos anteriores, mas que se torna desafiadora diante da crise trazida pela pandemia.
"Nós pretendemos continuar a manter, apesar de todas as dificuldades uma colcha de liquidez e evitar a queima de caixa, para chegar (ao final do ano) com dívida de US$ 87 bilhões. Manter a dívida constante vai ser uma vitória", disse o executivo.
A Petrobrás fechou o primeiro trimestre com dívida de US$ 89 bilhões e pretende chegar ao final do ano com endividamento de US$ 87 bilhões, conforme já anunciado pela companhia.

N.daR.: A reportagem demonstra a incessante procura de Castello Branco na destruição da imagem da Petrobras e sua desvalorização para que possa continuar o desmanche da empresa concretizando "vendas" suspeitas de seus ativos (casos dos gasodutos e outros).
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
Petrobras prepara captação de R$ 3 bilhões em debênture incentivada
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 19 de maio de 2020 | 04h20
Por Cynthia Decloedt

Perobras São Paulo, 19/05/2020 – Em meio à crise, Petrobras prepara captação de R$ 3 bilhões em debêntures incentivadas, que deve chegar ao mercado esta semana. Debêntures incentivadas são títulos de dívida de uma empresa isentos de imposto de renda. O papel a ser lançado pela petroleira deve ficar com Itaú BBA, BB Investimentos e Safra, que são os coordenadores da operação. Entretanto, se houver demanda no mercado secundário para os títulos, pelo menos uma parte pode ser vendida. Formado basicamente por investidores pessoas físicas, o mercado de debêntures incentivadas, tem tido alguma demanda por papéis. Já no de debêntures tradicionais, no qual os principais compradores são as gestoras independentes e assets, o apetite por novas operações segue nulo.
Bom negócio. O modelo, de distribuição de oferta diretamente no mercado secundário, foi testado na semana passada com uma emissão de R$ 800 milhões em debêntures incentivadas de 10 anos da Rumo Logística. O BTG Pactual foi o coordenador líder, tendo também Itaú BBA e o Banco Safra na operação, ou seja, as debêntures foram para o balanço das três instituições. A remuneração paga pela empresa aos bancos na emissão da debênture foi de 6,80%. No secundário, os papéis foram vendidos em torno de 5,40%. O BTG, que deu garantia de subscrição de 50% do total de R$ 800 milhões, vendeu 5% do que levou. O Itaú BBA, que deu garantia a 25% do montante da emissão, vendeu praticamente tudo no secundário.
De olho. A Petrobras esperava a divulgação do balanço, na semana passada, para dar andamento à operação. A estatal amargou prejuízo de R$ 48,5 bilhões no primeiro trimestre, após lucro de R$ 4 bilhões no mesmo período do ano passado. Apesar do número e da queda da demanda do petróleo, os analistas gostaram do fato de a petroleira ter ajustado o valor de seus ativos a uma commodity mais baixa. O conjunto da operação da Petrobras foi deteriorado em R$ 65,3 bilhões, o que pesou no resultado final do trimestre. Procurados, os bancos e a Petrobras não retornaram, enquanto o BTG Pactual não comentou.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: O Globo - Economia

Petróleo agora sobe forte com otimismo de investidores
- Repasse ao consumidor não é imediato e depende dos postos

Publicado: O Globo | On Line 18/05/2020 • 12:00
por Marcelo Loureiro

Marcelo Loureiro A volatilidade do mercado de petróleo chama a atenção. Os investidores começaram a semana mais otimistas com o desenvolvimento de uma possível vacina, e impulsionam a cotação no mercado futuro. O preço do barril tipo WTI sobe 11,6% esta manhã, nos contratos com final em junho. Agora vale US$ 32, um mês após chegar a valores negativos. Naquela época os estoques de petróleo estavam lotados, com boa parte da economia mundial paralisada pela pandemia.
A origem do problema era a queda da demanda, que agora começa a voltar. Dados da China embalam a alta na cotação neste começo de semana. O tipo Brent sobe 7,3%, cotado a US$ 34. A “Bloomberg” apurou que o consumo de petróleo no mercado chinês se aproxima do nível pré-pandemia, após ter caído 20% durante o fechamento da economia.
Anúncios de possíveis tratamentos contra a Covid-19 também motivam os investidores. Mas a recuperação nos preços do petróleo não está garantida. A marca por ora é a volatilidade.
Isso atrapalha, por exemplo, a Petrobras. Na semana passada, a companhia divulgou um prejuízo recorde no primeiro trimestre, de R$ 48,5 bilhões. As perdas vieram do ajuste contábil. A cotação menor do barril obrigou a companhia a revisar o preço dos seus ativos, o que gerou um impacto de R$ 65,3 bi.
O preço dos combustíveis também tem relação direta com a arrecadação dos governos aqui no Brasil, especialmente dos estados. O interesse pelos leilões de áreas de exploração varia de acordo com a cotação do barril. O dinheiro levantado nessas concessões vinha sendo uma receita relevante para a União nos últimos anos.

N.daR.: Na coluna de Marcelo Loureiro é destacada a hipótese de que o aumento do preço do petróleo atrapalha a Petrobras.
Sem dúvida que é o contrário.
Mas da forma como foi redigido o texto ele dá a entender o oposto.
Sendo usuais estes tipos de abordagens, indaga-se a quem interessa esse tipo de divulgação? Será que estão a favor do desmanche da empresa em concordância e apoio ao Paulo Guedes?

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia
Greenfield

A alavancagem recorde da Petrobras

Publicado: O Globo | On Line 19/05/2020 • 07:15
por Lauro Jardim

Log Petrobras Lauro Jardim Fora o prejuízo recorde de R$ 45 bilhões no primeiro trimestre, que ganhou as manchetes na sexta-feira passada, o balanço da Petrobras apresentou um outro número alarmante — o da alavancagem, que alcançou estratosféricos 67%, o maior da história da estatal.
O recorde anterior, de 60%, foi observado no quarto trimestre de 2015 durante a crise do “petrolão”.

N.daR.: Espera-se que o resultado seja postivio considerando o risco envolvido na operação de alavancagem.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia

Na primeira alta do ano, Petrobras eleva diesel em 8% na refinaria; valor da gasolina é mantido
- Repasse ao consumidor não é imediato e depende dos postos

Publicado: O Globo | On Line 18/05/2020 - 14:36 / Atualizado em 18/05/2020 - 14:44
por Reuters

PETROBRAS RIO - A Petrobras elevará o preço médio do óleo diesel nas refinarias em 8% a partir desta terça-feira, na primeira alta aplicada ao combustível fóssil pela petroleira neste ano, informou a assessoria de imprensa da companhia.
O preço médio da gasolina vendida às distribuidoras, por sua vez, será mantido sem alterações. Na primeira semana do mês, com a recuperação da cotação do petróleo no mercado internacional e a disparada do câmbio, a Petrobras anunciou o aumento dos preços da gasolina no país. O reajuste médio nas refinarias foi de 12%, ou, em média, R$ 0,1097 por litro.
Esta foi a segunda vez que a Petrobras aumentou os preços da gasolina no ano. No dia 20 de fevereiro o reajuste foi de 3%, que foi seguido por sucessivas reduções após o início do isolamento social, que fez a demanda despencar, e da crise internacional do petróleo.
Nas refinarias, os preços da gasolina acumulam redução de 46,6% no ano, já considerando o novo reajuste de 12%. Com o aumento, o litro da gasolina passa a custar, em média, R$ 1,02, o menor valor desde setembro de 2005.
O repasse dos reajustes nas refinarias até os consumidores finais, nos postos, não é imediato e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de biodiesel.
Na última sexta-feira, a estatal divulgou que teve prejuízo de R$ 48,523 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado é o oposto do lucro obtido no mesmo período do ano passado, de R$ 4,031 bilhões. Trata-se do pior resultado na história da companhia. Até então, a maior perda em um trimestre havia sido de R$ 36,9 bilhões no quarto trimestre de 2015, devido às investigações da Operação Lava-Jato.
Segundo a estatal, o resultado foi  afetado pela baixa contábil de R$ 65,3 bilhões (ou US$ 13,4 bilhões) em campos de petróleo. A companhia explicou que a queda no preço do petróleo no mercado internacional derrubou a expectativa de geração de caixa futuro de diversos ativos devido ao Covid-19. A estatal destacou a hibernação de 62 plataformas de produção em águas rasas. 

N.daR.: Castello Branco,presidente da Petrobras e acólito de Paulo Guedes, este ministro da Economia, sistemáticamente produzem fatos que projetam imagens negativas da empresa.
Em época de crise, além do uma política injustificável de "vai-vem de preços", realiza uma operação de "reavaliação de ativos', que resultou num prejuízo significativo para a empresa.
Apenas faz com que o valor da empresa seja diminuído, faciltando a venda de seus pedações em operações bastante questionáveis como foi (e é) o caso dos gasodutos, venda da BR Distribuidora para a concorrrência, etc.
Este governo, com seus tapetes vermelhos e seus capachos, políticos e ex-militares ou não, estão em catarse omissiva e coniventes em seus silêncios.
Chegamos a ser um vergonha mindial. Inimaginável para os que já estão em sua fase de vivência mais vivida.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia
Greenfield

MPF entra na Justiça com quatro ações de improbidade por fraudes na Petros

Publicado: O Globo | On Line 18/05/2020 • 10:20
por Lauro Jardim

Petros derretendo Lauro Jardim O MPF entrou com quatro ações de improbidade administrativa na Justiça Federal do Distrito Federal contra cerca de 60 pessoas envolvidas em esquemas de corrupção e fraudes na Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras.
As ações, no âmbito da Operação Greenfield, são relativas a investimentos da Petros em fundos e empresas: o FIP BEP, FIP Enseada, Providax e V55.
Entre os envolvidos figurinhas carimbadas dos escândalos da Petros nos governos petistas, como o ex-presidente Wagner Pinheiro, e ex-diretores, como Newton Carneiro, Maurício França, Luiz Carlos Afonso e Carlos Fernandes Costa.

A propósito, a Petros pediu à Justiça para ser incluída como assistente de acusação no processo.



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Imagens de arquivos;
Luiz Carlos Afonso Wagner Pinheiro Newton Carneiro
Carlos Fernandes Costa Maurício França Rubem Wagner Pineiro - Daphni - Mauricio Rubem - Foto> Revista Petros
N.daR.: Ainda há muito mais a serem investigados.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha de São Paulo - colunas e blogs
Petroleiros dizem que Petrobras subnotifica e omite mortes por coronavírus em refinarias - Estatal afirma que tem divulgado números gerais e tomado medidas para conter avanço da Covid-19
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 18.mai.2020 às 8h05
Por Diego Garcia e Nicola Pamplona

Charge:Gilmar Fraga - Bolsonaro x Coaronavirus Santos e Rio de Janeiro - Depois das plataformas de petróleo, refinarias da Petrobras têm focos de contaminação pelo novo coronavírus, segundo sindicatos de trabalhadores da estatal. Eles denunciam surtos em unidades em Cubatão (SP), no Rio de Janeiro e em Manaus.
Citando diferenças entre as estatísticas da empresa e as apresentadas pelo MME (Ministério de Minas e Energia), os sindicatos questionam ainda os números de contaminados divulgados pela companhia, acusada de subnotificar casos e até omitir mortes.
A Petrobras diz que divulga apenas os números gerais de contaminados para resguardar o sigilo médico e que reporta somente dados de empregados. A empresa afirma ainda que tem tomado uma série de medidas para proteger os seus empregados.
Petroleiros ouvidos pela Folha relataram situações de descasos com pessoas que trabalhavam diretamente com infectados, o que teria ajudado a propagar a doença.
Os sindicatos cobram reforço na segurança e falam na possibilidade de “greve sanitária”, uma paralisação não voluntária pelo número de infectados.
"Esse tipo de relato se espalha em unidades pelo Brasil, de pessoas que não foram afastadas após contato direto com contaminados nem foram submetidas a exames. Há descuido da Petrobras com essas pessoas. Os casos estão se proliferando", afirma Deyvid Bacelar, diretor da FUP (Federação Única dos Petroleiros).
Segundo ele, sindicatos relatam seis mortos entre trabalhadores da empresa que não estariam contabilizados nas estatísticas oficiais. "Temos receio de unidades pararem. Podem parar refinarias, termelétricas. E vai parar sem organização da categoria, pela doença mesmo", diz Bacelar.
De acordo com levantamentos de petroleiros ouvidos pela Folha, há ao menos 11 casos confirmados em Cubatão, no litoral de São Paulo, onde trabalham geralmente cerca de 1.200 pessoas.
Cinco deles estariam internados em hospitais da região, sendo três na UTI. Outros 28 trabalhadores estão afastados por suspeita de Covid-19, segundo informações do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista.
"As medidas tomadas não foram suficientes para evitar a propagação do vírus, e os números provam", diz o diretor do sindicato Fábio Mello.
Só em um grupo de trabalho, que atua em local confinado e sem ventilação, são 16 suspeitos entre os 60 funcionários, com sintomas como tosse, febre e coriza.
"Sem falar na subnotificação nos setores terceirizados, que às vezes vão até trabalhar doentes, com medo de perder o emprego", ressalta Mello. De acordo com pessoas ouvidas pela Folha, o surto em Cubatão começou após a confirmação de Covid-19 em um parente de um empregado.
Eles acusam a empresa de ter permitido o retorno do funcionário sem realizar exame, apesar de alertas dos colegas de trabalho. Ao mesmo tempo, outro companheiro passou a ter os sintomas e não foi dispensado.
Eles relatam medo diário e insegurança, também pela possibilidade de estarem assintomáticos e infectarem familiares em suas casas.
Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, petroleiros relatam ao menos 64 casos confirmados. Incluindo os terceirizados, o número de casos passaria de cem.
Na última terça (12), a Petrobras divulgou nota dizendo que estava iniciando a realização de testes rápidos na refinaria.
Há relatos sobre incidência da Covid-19 também em outras unidades, como as refinarias de Manaus e de Betim (MG). Nesta última, segundo o sindicato local, houve uma confirmação em trabalhador terceirizado, mas não houve testes nem isolamento de pessoas que estiveram em contato com ele.
Outra com infecção é a obra do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), onde há 34 casos confirmados entre 6.000 funcionários, considerando empregados da obra e da Petrobras, também segundo os sindicatos.
O local está com redução do efetivo para 30%, conforme determinação de decreto. A Petrobras chegou a suspender a obra, mas diz que seguiu recomendação das autoridades locais para reduzir o tráfego de trabalhadores na região.
A acusação de sindicatos é que a Petrobras vem omitindo as informações de contaminados por unidade, fornecendo apenas números globais, mesmo assim, com contradições.
Na semana passada, um balanço do MME (Ministério de Minas e Energia) falava em 806 casos. Oficialmente, porém, a estatal contabilizava na sexta-feira (15) 238 empregados contaminados.
Os números referem-se apenas aos empregados próprios e, portanto, não contabilizam os terceirizados que atuam em obras ou atividades como limpeza e alimentação nas refinarias.
À Folha, o MME disse que o boletim divulgado na semana passada envolvia mais de 150 mil trabalhadores, diretos e indiretos, incluindo as empresas prestadoras de serviços à estatal. A Petrobras tem 13 refinarias e 91 plataformas de petróleo.
Os petroleiros reclamam da falta de informações de contaminados por unidades e sobre contaminações de terceirizados. "Como eles escondem os casos por unidades, não sabemos o que acontece e onde", afirmou Eduardo Henrique, diretor do Sindipetro do Rio de Janeiro.
Questionam ainda que as obras no Comperj serão retornadas gradativamente até o mês de junho, mesmo com a escalada da doença pelo país.
"O Comperj está em obras e não produz nada essencial. Do ponto de vista do trabalhador, a melhor opção é fazer a quarentena total. Um mês mais, um mês menos, não vai afetar o mundo nem a Petrobras falir por isso", disse Claiton Coffy, diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).?

Outro lado
A Petrobras diz que todos os empregados em estágio ativo da doença confirmado por teste estão em isolamento e sendo monitorados por equipes de saúde da empresa.
"Adotamos medidas muito fortes no sentido de garantir que nossas instalações estejam seguras em relação a suspeitos e infectados", disse na sexta (15) em entrevista à imprensa o diretor de Relações Institucionais da companhia, Roberto Ardenghy.
Ele afirmou que o número de 800 infectados está incorreto. "E temos outra coisa importante: mais de 50% dos contaminados já estão recuperados, já voltaram às suas atividades e estão trabalhando normalmente", completou o executivo.
Questionada pela Folha sobre o número de óbitos, a Petrobras não respondeu. Disse que vai manter em sigilo quando algum colaborador tiver confirmação ou complicações decorrentes da Covid-19 por "compromisso com o cuidado e a proteção dos nossos colaboradores, incluindo seus familiares e pessoas próximas".
A empresa apontou que está investindo R$ 30 milhões em ações de saúde e prevenção para seus colaboradores, reduziu o efetivo operacional a cerca de metade e começou a testar seus trabalhadores em refinarias.
Na semana passada, a empresa divulgou nota apontando que ampliou a testagem e disse que realizou 8.000 testes até 11 de maio, inclusive com empregados que tiveram contato com profissionais com sintomas.?
A estatal ainda diz que tem atuado junto às empresas prestadoras de serviços para que as mesmas medidas sejam adotadas.
"A companhia reforça que as medidas preventivas adotadas em suas unidades –entre elas monitoramento da saúde antes do embarque ou início do turno; canais de comunicação e orientação para colaboradores; testagem de colaboradores com suspeita ou para triagem– são extensivas aos colaboradores terceirizados com a finalidade de reduzir a propagação do vírus em nossas unidades", afirmou a empresa, em nota.
"A Petrobras não tem medido esforços para enfrentar a pandemia de Covid-19, que assola não só a empresa, mas todo o país e o mundo".
A contaminação de trabalhadores pela Covid-19 chegou a paralisar operações em duas plataformas da estatal em abril, uma no litoral capixaba e outra no Rio. As unidades foram desinfectadas e voltaram a operar. ?
Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), até a quarta (13) havia 196 casos confirmados entre pessoas que acessaram instalações relacionadas à produção de petróleo em alto mar. Duas mortes foram confirmadas em uma embarcação de apoio a plataformas.?

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Obs.: Não foram encontradas notícias relevantes sobre a Petrobras, BR e Petros em 17/05/2020 nos jornais pesquisados.
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Fontes: O Globo - Economia

Apesar da crise, royalties do petróleo tiveram alta no primeiro trimestre

Publicado: O Globo | On Line 16/05/2020 • 15:25
por Lauro Jardim

Lauro Jardim No primeiro trimestre deste ano, foram distribuídos R$ 6,9 bilhões a estados e municípios em royalties de petróleo, um aumento de 26% em relação aos três primeiros meses do ano passado, de acordo com a ANP.
Foi o último trimestre de bom resultado que vai se ver em muito tempo. Podia, evidentemente ser muito melhor se março o terremoto não tivesse se iniciado.
Já as participações especiais no período registraram uma queda de 20% (R$ 7,123 bilhões em 2019 contra R$ 5,695 bilhões em 2020).

N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia

Com prejuízo recorde no primeiro tri, Petrobras prevê cenário de 'recuperação lenta e recessão profunda'
- Estatal revisa para baixo previsão de preços do petróleo, mas mantém meta de produção para o ano e plano de desinvestimentos

Publicado: O Globo Impresso 16.05.2020 PÁG. 22 | On Line 15/05/2020 - 18:04 / Atualizado em 15/05/2020 - 18:42
por Sérgio Matsuura

Sede da  Petrobras no RJ - Foto: Tânia Rêgo  / Agência Brasil RIO - Um dia após a Petrobras divulgar prejuízo recorde no primeiro trimestre do ano, o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, afirmou que a empresa trabalha com o cenário mais provável de “recuperação lenta e recessão profunda”. Contudo, destacou que a companhia tem resiliência para sobreviver com o preço do barril de petróleo a US$ 15, bem abaixo das projeções traçadas para o longo prazo.
Segundo o executivo, além dos reflexos diretos da pandemia do novo coronavírus na demanda por combustíveis, a companhia terá que lidar, após a retomada das atividades econômicas, com um novo cenário, marcado por mudanças de hábitos das pessoas.
— Temos que considerar que esse período de quarentena que as pessoas estão passando em vários países do mundo, contribuirá para mudanças de hábitos, como a utilização mais intensiva da digitalização em detrimento da mobilidade. As empresas precisarão de menos viagens, de menos área de escritório — afirmou Castello Branco, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira. — Esse novo cenário nos fez rever a posição anterior e prever preços mais baixos. A Petrobras pode sobreviver, hoje, com preços de petróleo tão baixos como US$ 15. Nós temos musculatura para fazer isso. Temos caixa, temos custos baixos, mas queremos gerar muito mais valor.
A diretora executiva de Finanças e Relacionamento com Investidores, Andrea Marques de Almeida, informou que a estatal reduziu a previsão de preços para o barril de petróleo para o longo prazo, de US$ 65 para US$ 50.

Dividendos em risco
No primeiro trimestre do ano, a companhia registrou prejuízo de R$ 48,523 bilhões, o pior resultado na história da companhia. Até então, a maior perda trimestral havia sido de R$ 36,9 bilhões, no quarto trimestre de 2015. O tombo já ameaça o pagamento de dividendos aos acionistas.
— De fato, é difícil recuperar o impacto que a gente teve no primeiro trimestre — afirmou Andrea. — Se o cenário continuar semelhante ao que vivemos agora, provavelmente não teremos dividendos.
Mas a empresa já vê sinais de melhora na demanda por combustíveis no mercado interno. Segundo Anelise Lara, diretora executiva de Refino e Gás Natural, no início de abril a retração era na faixa de 50% para o diesel, de 65% na gasolina e de 90% para o querosene de aviação. No início de maio, a queda na demanda é de 30% para o diesel e está na faixa de 40% a 45% na gasolina.
— O que vai demorar mais para a retomada da demanda é o querosene de aviação — afirmou.
Apesar do momento de incertezas, a companhia planeja manter o ritmo de produção de petróleo em patamares elevados, mantendo a meta para o ano de 2,7 milhões de barris de óleo equivalente diários, afirmou Carlos Alberto Pereira de Oliveira, diretor executivo de Exploração e Produção.
Segundo o executivo, em abril a produção foi na faixa de 2,8 milhões de barris, nível que está sendo mantido no início de maio, apesar da hibernação dos campos de águas rasas.
— Fizemos a hibernação de 62 plataformas em campos de águas rasas. Essas plataformas produziam em torno de 1% da produção total de óleo no Brasil — afirmou Oliveira.

Plano de desinvestimentos está 'de pé'
Castello Branco ressaltou que o foco da companhia está na segurança e na saúde dos funcionários. Até o momento, 238 funcionários da estatal testaram positivo para a Covid-19, sendo que mais da metade já se recuperaram e retornaram às atividades. Mais de 9 mil trabalhadores já foram testados para a doença.
— Com respeito à saúde da companhia, procuramos assegurar a liquidez durante esse momento de incerteza — afirmou o presidente da estatal. — Subimos nosso caixa para US$ 15,7 bilhões, tomamos medidas para reduzir os investimentos em US$ 3,5 bilhões, estamos desenvolvendo iniciativas para reduzir os custos em pelo menos US$ 2 bilhões este ano.
O plano de desinvestimentos está mantido. Segundo Castello Branco, não há qualquer sinal de desistência dos interessados na compra das oito refinarias postas à venda pela Petrobras. Sobre a participação na Gaspetro, o executivo afirmou que a companhia recebeu manifestações de interesse, e aguarda o recebimento de propostas não vinculantes, a primeira fase do processo de venda.
— Ele (plano de desinvestimentos) está de pé. Nenhum interessado veio a nós dizer que estava desistindo. E nós estamos confiantes que, até o final do ano, alguns acordos de compra e venda serão fechados, ficando a conclusão da transação, como estava previsto anteriormente, para 2021 — afirmou Castello Branco. — Ainda este ano eu creio que teremos boas notícias para dar.

N.daR.: Não é possível esconder a obsessão de Castello Branco, presidente da Petrobras e acólito de Paulo Guedes, este ministro da Economia, em continuar o desmanche da Petrobras.
Com pandemia, com o sem crise, deivulga a todo momento que venderá refinarias da Petrobras.
Gasodutos já se foram em operações mutio suspeitas. A entrega da Br Disribuidora para concorrente, também.
O que o Brasil ganhará com isso? Absolutamente nada. Só perderá. como perdido tem.
Então quem ganha o quê?
Mas, políticos, ex-militares ou não, nada vêem, ouvem ou dizem.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
Gasolina segue em queda no posto apesar de alta na refinaria, mostram dados da ANP - Litro do combustível foi negociado nas bombas pelo valor médio de R$ 3,80; diesel também caiu para R$ 3,055 e etanol é vendido a R$ 2,548
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 15 de maio de 2020 | 23h39
Por Agências Internacionais, Reuters

Foto: Domingos Peixoto Os preços da gasolina continuaram a cair nos postos do Brasil nesta semana, conforme mostraram dados da ANP nesta sexta-feira, 15. O resultado vem em meio à alta nas cotações do petróleo e depois de a Petrobrás ter anunciado dois significativos aumentos do combustível em suas refinarias no mês.
O litro da gasolina foi comercializado nas bombas por em média R$ 3,80, ou 0,39% abaixo do visto na semana passada, na décima quinta redução semanal consecutiva dos valores do produto, de acordo com números da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O movimento de baixa continuou embora a Petrobrás, que domina o mercado de refino no Brasil, tenha anunciado uma alta de 12% da gasolina em suas refinarias a partir de 7 de maio e um aumento de 10% a partir de 14 de abril.
A tendência nos postos do Brasil também foi na contramão dos preços internacionais de petróleo, que subiram nas últimas três semanas à medida que alguns países já aliviam as restrições e medidas de isolamento adotadas para impedir a propagação do coronavírus.
Apesar desse movimento mais recente, as cotações do petróleo ainda acumulam perdas de cerca de 50% desde o início de 2020 devido à menor demanda por combustíveis decorrente da pandemia.
No mesmo período, os preços da gasolina nos postos brasileiros tiveram uma queda total de 16,45%, segundo os dados da ANP. Já os reajustes da Petrobrás cortaram em quase 40% os valores da gasolina na refinaria ao longo de 2020.
A política de preços da Petrobrás guia-se por fatores como o mercado internacional de petróleo e a taxa de câmbio. O repasse dos reajustes nas refinarias aos consumidores finais nos postos não é imediato e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de etanol anidro.

Outros combustíveis
No diesel, combustível mais utilizado do Brasil, as cotações também caíram nos postos durante esta semana, em 0,7%, para R$ 3,055 por litro.
No ano, o valor do diesel nas bombas acumula retração de 19%, enquanto a Petrobrás já reduziu os preços em 44% nas refinarias. Nas últimas dias semanas, a estatal manteve estável a cotação do combustível, apesar das elevações aplicadas à gasolina.
O etanol hidratado, por sua vez, teve a maior queda semanal nos postos, de 1,2%, para em média R$ 2,548 por litro. No ano o biocombustível acumula recuo de 20%, mostraram os dados da ANP.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
Top Picks: Após resultados do 1º trimestre, analistas se mantêm otimistas com Petrobrás - Para o mercado, a petroleira tem boa capacidade para solucionar problemas e sair de crises; no entanto, o coronavírus ainda deve afetar os números de 2020
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 15 de maio de 2020 | 21h00
Por Renato Carvalho

Petrobras A Petrobrás apresentou um prejuízo de quase R$ 50 bilhões somente no primeiro trimestre de 2020, mas isso não afetou a visão otimista dos analistas sobre a empresa. As perdas foram provocadas por impairments (revisão no valor de ativos), mas operacionalmente, os números até março foram considerados melhores que o esperado, e a gestão é apontada como o maior trunfo da estatal para conseguir passar pela crise provocada pela pandemia de covid-19.
Para o analista de renda variável da Daycoval Investimentos, Enrico Cozzolino, a Petrobrás sabe lidar com crises e tem agilidade para solucionar problemas. Ele aponta a cotação do petróleo e a piora nas projeções para atividade econômica global como os principais desafios para a companhia. "Dito isso, a companhia segue seu plano de desinvestimento, focando em ativos core e operacionalmente fazendo aquilo que 'pode ser feito' internamente", destaca Cozzolino.
A rapidez da petroleira para lidar com a queda da demanda chinesa no primeiro trimestre foi um ponto destacado por Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos. "A diminuição da participação da China no mix mostra quão imprescindível é seu petróleo de baixo teor sulfúrico globalmente, e a companhia conseguiu maior diversificação de clientes, mitigando riscos". Ele ressalta ainda que a maioria dos ativos incluídos no impairment foi de águas rasas e profundas, e somente um dos campos do pré-sal entrou na revisão, e reforça a mensagem de que estes últimos são o foco da Petrobrás.
Alvaro Bandeira, sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais, continua confiante na "boa gestão atual da Petrobrás, sem interferências governamentais e que conseguirá sair mais forte depois da crise". Por isso, o banco mantém a companhia como boa opção de investimento de médio e longo prazo, principalmente com a gradual reabertura de algumas economias.
Para Sandra Peres, analista da Terra Investimentos, o cenário de crise deve fazer com que os resultados de 2020 fiquem abaixo do esperado pelo mercado inicialmente. "Entretanto, a empresa vem demonstrando agilidade em solucionar problemas e sua estratégia de manter o desinvestimento e a melhora na gestão de custos e despesas, continuaram favorecendo a empresa nos próximos resultados".
Para a próxima semana, o destaque nas carteiras recomendadas pelas corretoras é a Via Varejo. Ela entrou em quatro listas. A Mirae, uma das que selecionaram a ação para a próxima semana, ressalta os bons resultados operacionais apresentados pela companhia no primeiro trimestre, além da expectativa de que essa tendência continue no segundo, por conta das vendas via e-commerce.
Além de Via Varejo ON, a Mirae incluiu também Banco do Brasil ON em sua carteira, retirando GPA ON e Minerva ON. O Daycoval também inseriu Via Varejo ON no lugar de Vale ON. A MyCap foi outra a incluir Via Varejo ON, juntamente com B3 ON, nos lugares de BR Distribuidora ON e Bradesco PN. Por fim, a Guide fez três mudanças, inserindo Via Varejo ON, Gerdau PN e JBS ON.
A Ativa fez uma alteração, trocando Embraer ON por Camil ON. E a XP também realizou uma troca, retirando GPA ON e incluindo Vivara ON.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Política
Alexandre determina imediata destinação de mais de R$ 150 mi do Fundo da Lava Jato para Maranhão, Tocantins e Mato Grosso combaterem o coronavírus - Valores já haviam sido destinados para combate a queimadas e serão realocados; decisão acolheu a pedido dos Estados, que deverão comprovar a efetiva utilização dos montantes
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 15 de maio de 2020 | 15h34
Por Pepita Ortega, Rafael Moraes Moura e Fausto Macedo

Alexandre de Moraes, ministro do STF - Foto: Dida Sampaio / Estadão O ministro Alexandre de Moraes determinou nesta quarta, 13, a imediata destinação de recursos recebidos pelo Maranhão (R$ 44 milhões), Tocantins (R$ 29,6 milhões) e Mato Grosso (R$ 79,4 milhões) do Fundo da Lava Jato para o custeio das ações de prevenção, contenção, combate e mitigação à pandemia do coronavírus. Os valores já haviam sido repassados aos Estados para ações de prevenção, fiscalização e combate ao desmatamento e outros ilícitos ambientais, mas não haviam sido efetivamente aplicados.
O ministro considerou que a realocação dos recursos ‘não acarretará nenhuma descontinuidade de ações ou programas de governo, ao mesmo tempo em que virá ao encontro de uma necessidade premente que ameaça a vida e a integridade física da população dos Estados’.
A decisão atende a pedidos feitos pelos Estados, sendo que os mesmos deverão comprovar a efetiva utilização do montante autorizado.
“A emergência causada pela pandemia do COVID-19 exige das autoridades brasileiras, em todos os níveis de governo, a efetivação concreta da proteção à saúde pública, com a adoção de todas as medidas possíveis para o apoio e manutenção das atividades do Sistema Único de Saúde”, escreveu Alexandre na decisão.
Alexandre já homologou pedido semelhante do Acre para destinar à contenção do coronavírus cerca de R$ 32,7 milhões que inicialmente seriam empregados no combate a queimadas.
Os valores foram repassados aos Estados para ações de prevenção, fiscalização e combate ao desmatamento, incêndios florestais e ilícitos ambientais conforme acordo firmado entre a Procuradoria-Geral da República e o Congresso Nacional, homologado pelo Supremo Tribunal Federal. As partes anuíram com o redirecionamento dos recursos indica Alexandre.
Tal acordo destinou R$ 2,6 bilhões do Fundo da Lava Jato para a proteção do Meio Ambiente (R$ 1 bilhão) e para a Educação (R$ 1,6 bilhão) . O valor é resultado de uma multa paga pela Petrobrás em ação nos Estados Unidos, a qual definiu que 80% do valor deveria ser remetido ao Brasil.
Como já afirmado as referidas decisões, a emergência causada pela pandemia do COVID-19 exige das autoridades brasileiras, em todos os níveis de governo, a efetivação concreta da proteção à saúde pública, com a adoção de todas as medidas possíveis para o apoio e manutenção das atividades do Sistema Único de Saúde.
Nos depois os Estados alegaram que os recursos não tiveram sua execução indicada, seja ‘por dificuldades administrativas’ ou pela ‘forte demanda de recursos para a aquisição de insumos para os serviços de saúde e demais ações de enfrentamento à pandemia de coronavírus’.
Parte do fundo da Lava Jato já foi destinado ao combate do novo coronavírus. Alexandre acolheu pedido de Aras e determinou que R$ 1,6 bilhão do acordo fossem destinados para o enfrentamento da pandemia. A verba, inicialmente, era destinada à Educação, em razão de decisão do próprio ministro, mas ainda não havia sido executada.
No entanto, segundo a decisão dada por Alexandre nesta quarta, 13, parte do R$ 1,6 bilhão já havia sido empenhada, tendo o ministro esclarecido que a desvinculação somente será válida a valores que não apresentavam tal situação na data da homologação do acordo.

Petrobras


N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: Folha de São Paulo - colunas e blogs
Processos envolvendo Covid-19 sinalizam conta da crise pendurada - Já é possível vislumbrar uma senhora fila de processos relacionados à pandemia se formando na Justiça do Trabalho
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 15.mai.2020 à 0h00
Por Marcos de Vasconcellos

Marcos de Vasconcellos As lojas fechadas, os voos cancelados e os turnos reduzidos por causa da pandemia de coronavírus carregam consigo uma preocupação que vai além da queda imediata da receita ou do uso do caixa para pagar despesas operacionais.
Essas atitudes conduzem aos temidos afastamentos de empregados, redução de carga horária ou demissões. Tudo previsto em lei, ou em Medida Provisória, como é o caso da redução de salários e suspensão de contratos de trabalho (MP 936).
É na hora da demissão que o empregado vai à Justiça cobrar, por exemplo, por horas extras às quais julga ter direito. E a insegurança de renegociar contratos com base numa MP pode ser vista no recente caso da famigerada carteira verde e amarela, criada em 2019 pela MP 905, revogada há menos de um mês.
A medida presidencial, que reduzia os impostos na contratação de jovens, bem como o valor recebido por esses empregados em caso de demissão, caducou por falta de articulação entre governo federal e Congresso. Empregados e empregadores já consultam escritórios de advocacia sobre processos em potencial.
Esse é o tipo de conta que chega bem depois, na ressaca da crise. Demitidos têm até dois anos para processar seus antigos patrões. E processos trabalhistas demoram de 2 a 5 anos para chegar ao fim.

R$ 830 milhões na conta.
Já é possível vislumbrar uma senhora fila de processos relacionados à pandemia se formando na Justiça do Trabalho. São 15,8 mil ações trabalhistas que citam, em suas petições iniciais, “covid”, “coronavírus” ou “pandemia”. Somados, os valores das causas chegam a praticamente R$ 830 milhões.
Os dados vêm do Termômetro Covid-19 na Justiça do Trabalho, feito pelo site Consultor Jurídico, com a empresa Datalawyer e a instituição de ensino Finted. E isso é apenas um sinal do que está por vir. Os processos começaram a aparecer só em março.
Uma busca nos diários oficiais mostra que, contra a Petrobras, zjá são, pelo menos, 90 ações trabalhistas citando a pandemia. As causas somam R$ 8,9 milhões. Contra o Bradesco, são 79, avaliados em R$ 5,6 milhões. Contra o Santander, 60 processos, somando R$ 5,4 milhões.
Há ainda as ações milionárias do Ministério Público do Trabalho obrigando empresas a seguir normas de segurança específicas contra a Covid-19.
O Bradesco afirma que a maior parte das ações contra o banco registradas com base nesse cenário são coletivas e envolvem “aspectos organizacionais das agências”, em caso de incidência da Covid-19. As ações individuais, diz o banco, são “residuais”, com valores semelhantes aos das ações comuns.
Já a Petrobras aponta que muitas das ações classificadas como relacionadas à pandemia são para que a companhia tome ou deixe de tomar alguma atitude (“obrigação de fazer”), de forma que o valor atribuído ao processo não é algo preciso.
“A companhia está investindo mais de R$ 30 milhões em ações de saúde e prevenção para seus colaboradores. Entre as principais medidas adotadas estão a adoção do teletrabalho para cerca de 30 mil trabalhadores”, afirma a petroleira, em nota enviada à coluna.

Fora do caixa
Ainda que os atuais R$ 5 milhões de valor de causa não façam cócegas no lucro de quase R$ 26 bilhões do Bradesco, por exemplo, as três companhias com ação em bolsa já terem tantos processos relacionados ao tema mostram um relance de mais um dos efeitos da Covid-19 na vida do investidor.
É bom ressaltar que as empresas são obrigadas a provisionar os valores para as ações cuja perda é provável, de forma que o dinheiro sai do caixa já antes de qualquer condenação.
E como tirar dinheiro do caixa é sempre um problema, o ideal é estar atento a como a companhia na qual se investe tem se comportado com seus empregados durante a crise.
A situação atípica traz uma nova variável (mais uma!) para sua tomada de decisão na hora de comprar ou vender uma ação. A boa notícia, é que acompanhar o noticiário já pode ajudar nessa tarefa. E se você está lendo essa coluna, é sinal de que se preocupa com isso.
Para quem quiser ir mais fundo, as provisões para processos são listadas pelas companhias no formulário de demonstrações financeiras padronizadas (DFP), acessível pelo site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Se o histórico for de grandes provisionamentos, o “empurrãozinho” da Covid-19 pode se transformar num problemão.
Marcos de Vasconcellos - Jornalista, empreendedor e fundador do site Monitor do Mercado.

N.daR.: A Petrobras detém, 47% do capital votante da Braskem.
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
Petrobras reverte lucro e tem prejuízo de R$ 48 bilhões no 1º trimestre
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 15/05/2020, 7:39 ( atualizada: 15/05/2020, 7:47 )
Por E-Investidor

Petrobras

▶ Prejuízo ocorre no mesmo período em que obteve lucro líquido de R$ 4 bilhões no ano passado
▶ No quarto trimestre de 2019, a companhia teve lucro líquido de R$ 8 bilhões
▶ Já a receita líquida teve alta de 6,5%, somando R$ 75,5 bilhões entre janeiro e março de 2020
(Estadão Conteúdo) – A Petrobras reportou prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 48,523 bilhões no primeiro trimestre de 2020 ante lucro líquido de R$ 4,031 bilhões no mesmo período do ano passado. No quarto trimestre, a companhia obteve lucro líquido de R$ 8,153 bilhões.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da petroleira foi de R$ 37,504 bilhões, frente os R$ 27,4 bilhões no mesmo período do ano passado, o que significa portanto alta de 36,4%. Em relação ao quarto trimestre do ano passado, o Ebitda representa alta de 2,7%.
A receita líquida somou R$ 75,469 bilhões entre janeiro e março de 2020, o que representa alta de 6,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o quarto trimestre, a receita líquida apresentou queda de 7,7%.

Fundo de ações da Petrobras de alto risco
O mercado futuro de petróleo entrou em parafuso em abril quando o preço do WTI para maio fechou em território negativo. Mas após semanas de volatilidade, as cotações do WTI e do Brent exibiram reações, embora esse mercado caminhe sem muita referência diante da crise causada pela pandemia de coronavírus ao redor do mundo.
Para profissionais do mercado financeiro consultados pelo Broadcast, os preços do barril de petróleo vão permanecer muito baixos no horizonte de curto prazo, o que impactará os resultados das petrolíferas, e por consequência indireta, nos fundos com recursos do FGTS e mono ações da Petrobrás.
“O preço negativo do WTI (que chegou em -US$ 37 por barril) foi um fenômeno restrito ao mercado futuro, uma marca sem precedentes na história em função da falta de espaço para armazenamento dos estoques. Mas o mercado voltou reagindo em maio. Nossa expectativa para o final desse ano é de US$ 30 para o WTI, e US$ 35 para o Brent”, diz José Francisco Cataldo Ferreira, estrategista de análise de Ágora Investimentos.
Ele lembra que o petróleo tipo Brent serve mais como referência para o mercado brasileiro. “O Brent tem maior capacidade de armazenamento na Europa. O Brasil exporta muito pouco para o EUA e mais para outros países. A Petrobrás está bem posicionada nesse caso, mas nossa recomendação é neutra para o papel, com preço alvo de R$ 18,50 para o longo prazo”, afirma Cataldo.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: O Globo - Economia

Petrobras registra prejuízo de R$ 48,523 bilhões no primeiro trimestre
- Produção de petróleo e gás ficou em 2,606 milhões de barris diários, uma queda de 4,5%

Publicado: O Globo Impresso 15.05.2020 PÁG.16 | On Line 14/05/2020 - 19:12 / Atualizado em 14/05/2020 - 21:31
por Bruno Rosa e Ramona Ordoñez - Colaborou Gabriel Martins

Sede da  Petrobras no RJ - Foto: Tânia Rêgo  / Agência Brasil RIO - A Petrobras registrou prejuízo de R$ 48,523 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado é o oposto do lucro obtido no mesmo período do ano passado, de R$ 4,031 bilhões. Trata-se do pior resultado na história da companhia. Até então, a maior perda em um trimestre havia sido de R$ 36,9 bilhões no quarto trimestre de 2015, devido às investigações da Operação Lava-Jato.
Segundo a estatal, o resultado foi  afetado pela baixa contábil de R$ 65,3 bilhões (ou US$ 13,4 bilhões) em campos de petróleo. A companhia explicou que a queda no preço do petróleo no mercado internacional derrubou a expectativa de geração de caixa futuro de diversos ativos devido ao Covid-19. A estatal destacou a hibernação de 62 plataformas de produção em águas rasas.
Em 2014, afetada pelo início das investigações da Operação Lava-jato, estatal teve prejuízo de R$ 21,6 bilhões. Em 2015, as perdas foram para R$ 34,8 bilhões. Na ocasião, também foram feitas diversas baixas contábeis em ativos, que foram alvo de corrupção. Em 2016, o prejuízo foi de R$ 14,8 bilhões e em 2017, as perdas chegaram a R$ 446 milhões. A partir de 2018, a estatal votou a lucrar.
Petrobras: Lucro líquido no 1º Tri/2020 - RJ - Fonte: Perobras Em carta aos acionistas, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco destacou que as baixas não têm efeito no caixa da empresa. “Consideramos que nosso forte compromisso com a transparência deva prevalecer sempre, e decidimos aplicar o teste o mais rapidamente possível contemplando um novo cenário de preços e taxas de câmbio”, disse a estatal. A mesma coisa foi feita pelas petroleiras estrangeiras.
Segundo a Petrobras, os impairments levaram a estatal a registrar despesas de R$ 75,616 bilhões, um aumento de 569% em relação do mesmo período do ano passado. Os gastos também foram motivados pelo aumento do dólar e pelas maiores exportações.
O presidente da estatal disse reforçar “a disciplina na alocação do capital procedendo à completa revisão do portfólio de projetos de exploração e produção de petróleo e gás para decidir os que serão efetivamente implementados em seu formato atual ou revisados num cenário de preços em lenta recuperação para um patamar estimado em US$50/bbl“.
Castello Branco diz que a recuperação da atividade econômica será lenta, assim como a demanda por combustíveis. “Trata-se de um choque de natureza diferente e mais poderoso. A perda súbita de renda está acelerando  a alavancagem financeira das  famílias, empresas e governos, e as incertezas associadas à inexistência de uma  vacina, que  só  deverá  estar  disponível  em  2021, e  à  persistência  das  tensões  político  comerciais  entre  EUA  e  China,  país  que  exerce papel crítico na cadeia global de suprimentos, dificultam a recuperação vigorosa da economia global”, destacou a empresa.

Receita sobe
A receita de vendas chegou a R$ 75,469 bilhões no primeiro trimestre. É uma alta de 6,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A geração de caixa, medida pelo Ebitda, foi de R$ 37,504 bilhões, aumento de 36,4% ante o início de 2019.  Os negócios foram influenciados pelo aumento da exportação de petróleo em janeiro e fevereiro deste ano em relação ao início do ano passado. Por outro lado houve queda  de 7,7% na receita se comparar com o fim de 2019 por conta da menor venda de derivados como gasolina e diesel no mercado interno.  
Apesar do prejuízo, a companhia manteve os investimentos, de US$ 2,4 bilhões. É um avanço de 6,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A produção de petróleo e gás da Petrobras atingiu no primeiro trimestre deste ano um total de 2,606 milhões de barris diários, uma queda de 4,5% em relação ao último trimestre do ano passado.  Na comparação com os primeiros três meses de 2019, houve alta de 13,3%.
Entre janeiro e março, foram processados na refinaria 1,763 milhão de barris por dia, que representa um fator de utilização de 79% - um aumento de 3% em relação ao quarto trimestre do ano passado.
Porém, segundo a Petrobras na ocasião do anúncio, no dia 27 de abril, “apesar do resultado positivo, as restrições para a movimentação de pessoas e para o funcionamento de segmentos da economia a partir do final do trimestre tiveram como consequência a queda abrupta na demanda interna por derivados de petróleo, com exceção do GLP”.
O prejuízo surpreendeu o mercado. Para lan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, o balanço da dá um recado claro de que, diante do atual cenário, a companhia precisará encontrar outras soluções como o aumento das exportações. Disse ainda que a capacidade de gerar fluxo de caixa foi reduzida:
— A Petrobras tem desafios futuros com a conta a nova dinâmica do mercado.
Para Pedro Galdi, da Mirae Asset, a baixa pode pesar no comportamento das ações na sexta-feira no mercado. Hoje, na expectativa dos resultados, os papéis ordinários (ON, com direito a voto) e preferenciais (PN, sem direito a voto) da estatal perderam, respectivamente, 2,43% e 1,08%. O Ibovespa (índice de referância B3) avançou 1,59%, aos 79.010 pontos. O dólar caiu 1,39%, a R$ 5,818, após duas atuações do Banco Central no mercado de câmbio.

N.daR.: É a consequência da adoção, pela Petrobras, de uma polítca de preços injustificável, para não dizer incompátivel com a tradição da empresa.
É de se acrescentar, também, o objetivo maior de seu presidente, Castello Branco, em promover o desgaste da empresa e seu desmanche total.
Ou seja, a pandemia não é uma razão em si mesma.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha de São Paulo - empreendedor social
Braskem doa 90 toneladas de gás para hospitais de campanha de SP - Empresas da petroquímica abastecem ONGs, hospitais e até Força Aérea Brasileira
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 13.mai.2020 às 17h36
Por Giovanna Reis

COVID-19 São Paulo - Pelos próximos três meses, 90 toneladas de gás liquefeito de petróleo, chamado de GLP, serão doadas pela Braskem a dois hospitais de campanha construídos em São Paulo para atender os infectados pelo coronavírus, o do Ibirapuera, na zona sul da cidade, e o do Anhembi, na zona norte.
Cada hospital de campanha vai receber 15 toneladas de GLP por mês. No Anhembi, que abriga mais de mil leitos entregues pela Prefeitura de São Paulo, o gás doado é suficiente para a preparação de até 2.500 refeições diárias para médicos, enfermeiros, pacientes e demais profissionais essenciais para a operação do hospital.
No Complexo Ginásio do Ibirapuera, que conta com mais de 240 leitos disponibilizados pelo governo do Estado de São Paulo, além de ser utilizado para o preparo das refeições, o gás também contribui ao aquecimento de chuveiros e ao funcionamento das lavanderias.
O gás GLP doado é produzido e fornecido pela própria Braskem e o valor estimado desta ação é de cerca de R$ 240 mil.
A distribuição, que teve início na última semana de abril, é feita em parceria com a Ultragaz. A empresa líder na distribuição de GLP ftransportará o combustível aos hospitais, além de ser também responsável pelos investimentos necessários à adequação da estrutura dos hospitais de campanha para utilização do combustível.
Outra petroquímica que decidiu usar seu produto para combater a pandemia é a BR Distribuidora, que já investiu mais de R$ 45 milhões em frentes solidárias.
A empresa está doando combústivel para a frota da Cruz Vermelha Brasileira, composta por caminhões, ambulâncias e outros veículos usados para transportar profissionais de saúde, pacientes, equipamentos e doações.
A BR Distribuidora creditará em cartões pré-pagos o valor suficiente para que a instituição consiga, pelo período de um mês, abastecer seus veículos em postos da rede BR.
Além da Cruz Vermelha, a empresa acertou recentemente com a Força Aérea Brasileira a doação de 100 mil litros de combustível (querosene de aviação) para as missões de combate à pandemia, como os voos que trazem suprimentos da China.
Os abastecimentos serão realizados nos aeroportos do Galeão, Brasília e Manaus, pela BR Aviation, unidade de negócios para abastecimento de aeronaves e atividades correlatas da BR Distribuidora.
Baterias também entram na lista de doações de energia. O Grupo Moura, maior fabricante de baterias da América do Sul, doou 1.200 unidades para garantir o funcionamento de respiradores utilizados no tratamento de pacientes graves da Covid-19.
Em São Paulo, o Hospital das Clínicas receberá 930 acumuladores elétricos que têm como principal função manter os equipamentos em atividade em casos de queda de energia na unidade hospitalar. As baterias possuem acionamento mais rápido que as estruturas de backup montadas para abastecer todo o hospital.

N.daR.: A Petrobras detém, 47% do capital votante da Braskem.
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: Folha de São Paulo - mercado
Petrobras sobe gasolina pela segunda vez em uma semana - Reajuste de 10% ocorre após questionamentos do presidente Bolsonaro
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 13.mai.2020 às 14h27 Atualizado: 13.mai.2020 às 15h04
Por Nicola Pamplona

Petrobras Rio de Janeiro - Uma semana após a primeira elevação no preço da gasolina desde o início da pandemia do novo coronavírus, a Petrobras informou seus clientes nesta quarta (13) que aumentará novamente o valor de venda do combustível em suas refinarias. Desta vez, o reajuste será de 10%.
O movimento acompanha a escalada do dólar no Brasil e a elevação do preço da gasolina no mercado internacional. Na semana passada, o combustível era vendido nos postos dos Estados Unidos a um valor 3,4% superior ao registrado na semana anterior.
O reajuste vale a partir desta quinta (14), quando a gasolina passará a ser vendida nas refinarias da estatal, em média, a R$ 1,12 por litro. O repasse às bombas depende da política comercial de postos e distribuidoras.
Segundo a estatal, o valor cobrado nas refinarias equivale a 19% do preço final. O resto são margens de lucro e custos de revenda e distribuição, além dos impostos federais e estaduais.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro questionou o primeiro reajuste após o início da pandemia, que foi de 12%. "Pelo que eu sei, não subiu o petróleo lá fora. Não sei porque o petróleo brasileiro aumentou", afirmou, frisando que não tinha interesse em interferir na política de preços da estatal.
A declaração, porém, acendeu sinal de alerta entre investidores. Em relatório intitulado "Fantasmas do passado?", divulgado nesta quarta, analistas do banco UBS calculam que o preço da gasolina no Brasil estava, antes do reajuste anunciado nesta quinta, 14% abaixo das cotações americanas.
Para eles, a empresa precisava anunciar aumento para evitar perda de margens. "Embora tenha destacado que não intervirá na política de preços da companhia, acreditamos que qualquer comentário do governo sobre a Petrobras ampliar a percepção de risco dos investidores", escreveram.
Os dois aumentos ocorrem após uma sequência de quedas que acompanharam o colapso das cotações internacionais do petróleo, que refletiram as projeções de queda do consumo com as medidas de isolamento em todo o mundo. No ano, o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras ainda acumula queda de 45%.
Nas bombas, a gasolina caiu 16% em 2020, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Na semana passada, o litro do combustível era vendido, em média no país, a R$ 3,823, 2,7% a menos do que na semana anterior.
O preço do diesel será mantido nas refinarias, informou a Petrobras. Também não houve reajuste na semana passada. Segundo o UBS, o diesel vendido nas refinarias da estatal está 14% acima da cotação noirte-americana do produto.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: O Globo - Economia

O relatório da UBS sobre os riscos que corre a Petrobras

Publicado: O Globo Impresso 14.05.2020 PÁG.13 | On Line 14/05/2020 • 08:00
por Por Ancelmo Gois

Ancelmo Gois O bancão UBS soltou um relatório dizendo que a interferência nos preços é o maior risco para a Petrobras, agora.
Argumenta que a estatal baixou os preços, mas que as distribuidoras e postos não repassaram para os consumidores e que Jair Sempre Ele Bolsonaro cobrou da estatal quando ela voltou a subir os preços.

N.daR.: É a consequência da adoção, pela Petrobras, de uma polítca de preços injustificável, para não dizer incompátivel com a tradição da empresa.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia

Petrobras testa trabalhadores de refinarias para conter disseminação da Covid-19
- Número de contaminados na companhia chega a 806 trabalhadores. Testagem será realizada entre empregados e prestadores de serviços

Publicado: O Globo | On Line 12/05/2020 - 15:31 / Atualizado em 12/05/2020 - 15:34
por Ramona Ordoñez

Petrobras RIO - A Petrobras decidiu aumentar as medidas para evitar a propagação da contaminação pela Covid-19 entre seus empregados e também dos trabalhadores das empresas prestadoras de serviços. A companhia informou nesta terça-feira que começou nesta semana a realizar os testes rápidos na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro.
Segundo a empresa, as demais refinarias, térmicas e unidades de tratamento gás (UPGNs) em todo o país também já começam a ser atendidas através de laboratórios contratados ou com distribuição de kits de testes rápidos adquiridos pela Petrobras.
Desde o início de abril, quando se agravou a contaminação pelo novo coronavírus no país, vem aumentando o número trabalhadores próprios ou de empresas terceirizadas, infectadas em que pese os protocolos de segurança adotados pelas empresas.
De acordo com levantamento do Ministério de Minas e Energia (MME) sobre o monitoramento da Covid-19 nos setores de energia, mineração e petróleo do dia 11 de maio, a Petrobras estava com 222 empregados  próprios  contaminados e 474 suspeitos, de um efetivo total de 46.416 empregados. No relatório do MME do dia 4 de maio constavam 806 empregados contaminados na Petrobras, dos quais 330 e empregados  próprios.
A Petrobras informou que já foram realizados mais de 8 mil testes para Covid-19 entre empregados, prestadores de serviço com sintomas ou que tiveram contato com casos suspeitos.
“A companhia testa todos os colaboradores com suspeita, sendo uma das primeiras empresas brasileiras a realizar esse procedimento em larga escala. A estratégia de testagem da Petrobras segue as ecomendações das autoridades sanitárias e órgãos reguladores”, afirmou a Petrobras em nota.
Na realização desses testes rápidos serão priorizados os trabalhadores de saúde e de todas as unidades e as equipes operacionais nos estados onde o quadro de saúde é mais crítico, como o Amazonas, onde a companhia já implementou nas operações no polo Arara / Urucú e Reman, além da expansão dos testes também para as térmicas, no Ceará e Pernambuco. Os testes rápidos estão sendo feitos nos trabalhadores antes e depois do embarque em todas as plataformas marítimas.
Os testes rápidos detectam a presença de anticorpos no sangue e, portanto, é útil para identificar pessoas que possam estar com uma infecção ativa há alguns dias, mas sem manifestação de sintomas, assim como aquelas que possam ter tido uma infecção assintomática no passado.

N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha de São Paulo - mercado
Mesmo competitivo, etanol despenca nas vendas em abril - Sob efeito da pandemia do coronavírus, queda na comercial do tipo hidratado foi de 38,38% ante a 2019
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 12.mai.2020 às 15h46
Por Marcelo Toledo

Etanol  - Foto: Alan Marques  / 14.out.2015 / Folhapress Ribeirão Preto - Apesar de estar competitivo em 88% dos municípios de São Paulo, incluindo a capital, o etanol fechou o mês de abril com queda nas vendas nas usinas do centro-sul do país, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), devido à pandemia do novo coronavírus.
Foram comercializados no mercado doméstico em abril 1,1 bilhão de litros de etanol hidratado –utilizado diretamente no abastecimento dos veículos nos postos–, o que representou redução de 38,38% em relação ao mesmo período do ano passado, quando as vendas alcançaram 1,78 bilhão de litros.
Até a primeira quinzena do mês, a queda era de 35,77% nas vendas (560,48 milhões de litros), o que significa que a segunda quinzena do mês foi marcada pelo aprofundamento da redução na comercialização do combustível.
Já o etanol anidro –misturado à gasolina antes da chegada aos postos– teve redução de 18,97% no mês passado, com 480,19 milhões de litros vendidos pelas usinas, ante os 592,62 milhões de litros do mesmo período do ano anterior.
Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), na semana entre os dias 3 e 9 de maio em 88% das cidades paulistas era mais vantajoso para o consumidor abastecer com etanol em vez de gasolina, mas a vantagem na paridade não foi suficiente para que as vendas fossem maiores.
O combustível derivado da cana-de-açúcar é competitivo quando seu preço equivale a até 70% do valor do litro da gasolina.
Como as usinas exportaram 76,77 milhões de litros, o volume total de vendas alcançou 1,78 bilhão de litros em abril, ou 29% menos que o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidos 2,55 bilhões de litros.
Diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues disse que, apesar do preço competitivo em relação à gasolina, a demanda do etanol tem futuro incerto devido aos impactos da pandemia com o isolamento social e às oscilações nos preços da gasolina.
O cenário de queda já tem sido sentido pelas usinas desde a segunda quinzena de março, período que coincide com o início das medidas de isolamento social decretadas em virtude da pandemia do novo coronavírus.
No período, porém, a redução na venda do hidratado tinha sido de 20,81% em relação ao mesmo período de 2019.
Na segunda quinzena de abril cresceu nas usinas a porcentagem de cana destinada à produção de açúcar: enquanto em 2019 30,87% da cana moída teve como fim a sua fabricação, no mesmo período deste ano o índice chegou a 45,76%. Para Rodrigues, esse aumento é reflexo da perda de atratividade do etanol

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: Folha de São Paulo - mercado
Após anulação no STF, sucessor de Moro volta a condenar ex-presidente da Petrobras na Lava Jato - Aldemir Bendine tinha sido beneficiado por decisão relativa à ordem de fala de delatores e delatados
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 11.mai.2020 às 16h24 Atualizado: 11.mai.2020 às 18h39
Por Felipe Bächtold

Aldemir Bendine  - Foto: Alan Marques  / 14.out.2015 / Folhapress São Paulo - Após ter sua sentença anulada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2019, o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine foi novamente condenado na Lava Jato nesta segunda-feira (11), agora pelo sucessor do ex-juiz Sergio Moro na operação.
Bendine havia sido condenado por corrupção e lavagem em 2018, mas sua condenação foi revista em agosto do ano passado pelo Supremo por causa da ordem de fala de delatores e delatados no processo.
O caso teve etapas anuladas pela corte, incluindo a sentença em primeira instância e o julgamento da apelação em segunda instância.
Agora, com fases refeitas, o ex-executivo foi novamente condenado pelo juiz federal Luiz Antonio Bonat, que está à frente da Lava Jato na vaga que era de Moro.
A sentença de Bonat nesta segunda fixa a pena em seis anos e oito meses de prisão, dos quais serão descontados o período em que o réu já ficou preso. Bendine esteve na cadeia preventivamente de julho de 2017 a abril de 2019.
A condenação expedida por Moro estabelecia condenação de 11 anos de prisão, pena que passou para sete anos e nove meses de prisão na decisão de segunda instância.
O ex-presidente da Petrobras é acusado de receber R$ 3 milhões em propina da Odebrecht. Ele sempre negou ter cometido crime.
Bonat escreveu: "Embora as solicitações de vantagem indevida tenham se iniciado quando Aldemir Bendine era Presidente do Banco do Brasil (final de 2014) e se prolongado até meados de 2015, quando passou a ocupar a presidência da Petrobras, os elementos probatórios sinalizam que os pagamentos decorreram mais da expectativa de que Aldemir Bendine fosse um aliado do Grupo Odebrecht na Petrobras".
A acusação de lavagem de dinheiro já tinha sido derrubada em segunda instância e não foi novamente avaliada em primeiro grau. Outras três pessoas também foram novamente sentenciadas.
Ainda caberá recurso contra a nova sentença.
A decisão do Supremo que anulou a sentença de Bendine foi à época uma das principais derrotas da Lava Jato, uma vez que o procedimento que provocou a nulidade foi adotado em praticamente todas as sentenças da Lava Jato no Paraná.
Advogados de alvos da operação argumentaram ao STF que réus delatores e réus delatados se manifestavam nos processos nos mesmos prazos, o que, para eles, prejudicava o direito à ampla defesa.
Em julgamento em plenário, os ministros da corte concordaram com essa tese. Até hoje, porém, ainda não foi definido de que forma essa decisão terá seus efeitos estendidos a outros processos já julgados. Uma das sentenças potencialmente afetadas é a que condenou o ex-presidente Lula por corrupção e lavagem no caso do sítio de Atibaia (SP).

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: O Globo - Economia

Corte de gastos da Petrobras ameaça até 45 mil empregos no setor de óleo e gás
- Freio da estatal por causa do coronavírus coloca em risco a operação de 300 fornecedores com a revisão de R$ 6 bi em contratos

Publicado: O Globo Impresso 12.05.2020 Pág. 14 | On Line 12/05/2020 - 04:30 / Atualizado em 12/05/2020 - 08:34
por Ramona Ordoñez e Bruno Rosa

Petrobras RIO - Os cortes nos gastos que a Petrobras vem fazendo para preservar sua saúde financeira diante da crise gerada pelo coronavírus - que derrubou a demanda por combustíveis e os preços internacionais do petróleo - atingem contratos com grandes fornecedores, mas também ameaçam pequenas e médias empresas da cadeia de óleo e gás.
Com o freio na produção de petróleo e combustíveis, cerca de 300 prestadoras de serviços de manutenção temem não conseguir manter 45 mil empregos ligados a contratos com a estatal que somam R$ 6 bilhões, de acordo com dados da consultoria BrainMarket. Isso porque a estatal já sinalizou que pretende rever os contratos.
Se forem levados em conta trabalhadores que atuam em projetos novos, como as obras do Comperj, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, o total de empregos ameaçados com a retração das atividades da Petrobras chega a 50 mil.
No mês passado, a Justiça concedeu liminar suspendendo a decisão da empresa de redução de jornada de trabalho e salários, como uma das medidas para cortar custos com despesas de pessoal neste momento de crise.
A Petrobras já reduziu a produção de petróleo em 200 mil barris por dia, paralisou plataformas e campos terrestres, adiou investimentos e reduziu a menos de 60% a operação de refinarias em todo o país.
O cenário é preocupante principalmente para a economia do Estado do Rio, maior produtor de petróleo do país. O setor responde por cerca de 30% do PIB fluminense, de acordo com dados da Federação das Indústrias do Rio (Firjan).
- Até o momento a Petrobras apenas formalizou para cada contratada que a pandemia é um caso fortuito de força maior, e que estes impactos financeiros deverão ser suportados por cada uma das partes. As empresas não sabem o que fazer. Corremos o risco iminente de uma demissão em massa — diz Eduardo Aragon, diretor da BrainMarket.
Ele descreve um clima de insegurança entre as pequenas e médias empresas do setor.
- Nenhum órgão público sinalizou com alguma ajuda ao setor, que está buscando diálogo com a Petrobras. As demissões já começaram. Cada empresa está demitindo naqueles contratos que acha que não vão ser renovados. Essa insegurança é o que mata os empresários.

Ação reduzida no Comperj
Karine Fragoso, gerente de Petróleo e Gás da Firjan, acredita que, com a pandemia, todas as petroleiras vão tirar o pé do acelerador, não só a Petrobras. Isso, diz ela, vai afetar os empregos em toda a cadeia de fornecedores do setor:
- A economia do Rio é dependente do petróleo. Se o mercado de óleo e gás vai bem, o Rio vai bem. Mas temos que aproveitar a competência instalada no Rio.

N.daR.: Por óbvio, a crise do Coronavírus afetará a todos e não só a Petrobras.
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
O tamanho da encrenca -> O confinamento no País suficientemente forte para deflagrar uma crise econômica épica, mas não o bastante para frear a escalada da contaminação
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 11 de maio de 2020 | 05h00
Por Luís Eduardo Assis*, O Estado de S.Paulo

Charge: Clovis Lima - Coronavírus O confinamento à brasileira é meia-boca. É suficientemente forte para deflagrar uma crise econômica épica, mas não o bastante para frear a escalada da contaminação. Da mesma forma, a resposta do governo federal fica no meio do caminho. Vai estraçalhar as finanças públicas, mas não evitará o colapso do Produto Interno Bruto (PIB). O próprio governo estima que o déficit primário vai superar os R$ 600 bilhões, quase cinco vezes mais que o montante original que consta do Orçamento. Ao mesmo tempo, as previsões para o PIB mergulham a cada dia e os mais pessimistas arriscam uma queda de até 11% em 2020. Não se fazem mais pessimistas como antigamente.
A combinação entre explosão de despesas e queda do produto vai catapultar a relação dívida/PIB, que estava em 78% em março, para algo além dos 90%. A marca dos 90% carrega um estigma. Em 2010, os laureados economistas K. Rogoff e C. Reinhard publicaram um artigo em que concluíam que o crescimento econômico desacelera quando a relação dívida/PIB supera 90%. O texto deu alento aos defensores da austeridade até que um estudante da Universidade de Massachusetts descobriu um erro na planilha Excel que os autores usaram. Não era um deslize qualquer. A planilha correta levava a uma conclusão oposta. O fato é que os economistas simplesmente não sabem qual é o limite máximo para a dívida pública. Sabe-se apenas que não é possível aumentá-la indefinidamente para financiar o déficit porque, se fosse assim tão fácil, o Burundi, por exemplo, não seria um país miserável.
A equipe econômica, que vive em confinamento conceitual, tem cólicas ao pensar no aumento dos gastos públicos. O fervor ideológico, no entanto, turva a visão, mistura as cartas e impede a seleção de prioridades. O ministro Paulo Guedes não aloca seu recurso escasso (a ameaça de pular fora do barco) de forma a maximizar sua função objetiva (viabilizar o crescimento). O que resta agora? Sobram três alternativas para estancar a sangria dos cofres públicos. Estamos falando de um ajuste da ordem de R$ 500 bilhões, já que o Orçamento aprovado antecipava um déficit primário de R$ 124 bilhões.
A primeira tentação é elevar impostos. O problema, aqui, é a magnitude do rombo. O gasto adicional no Orçamento excede à soma do que foi arrecadado em 2019 de IPI e Imposto de Renda. Sem falar que não há condições políticas para elevar a carga tributária e o governo nem sequer definiu ainda uma reforma tributária para chamar de sua.
Uma segunda opção seria a venda de ativos estatais. Mas mesmo a privatização da Petrobrás mal cobriria 1/5 do aumento da dívida em 2020. Também é preciso considerar que o presidente não tem o zelo dos cristãos novos e sua conversão recente ao liberalismo não permite tais exageros. Não é permitido entrar no curral das vacas sagradas e privatizar o que realmente importa.
Sobra o corte das despesas. Feita a reforma da Previdência que foi possível, o item mais polpudo é a despesa de pessoal. Se fosse viável fazer um corte linear de 10% da folha, a economia seria menos de 7% do aumento do déficit em 2020. Mas também não é factível fazer um corte dessa magnitude, já que o governo é refém do lobby do funcionalismo.
É claro que poderíamos ter uma mistura dessas três alternativas e sinalizar que, ao longo do tempo, a relação dívida/PIB pode se estabilizar, mesmo que em patamar mais alto. O ajuste não precisa ser feito de uma só vez. Ainda assim, vamos esbarrar no essencial. Faltam ao presidente força, habilidade e convicção para levar adiante reformas essenciais para nos tirar desta barafunda. O País, atarantado, espera um sinal que aponte o norte. Mas todo caminho é difícil quando não se sabe para onde ir.
* ECONOMISTA, FOI DIRETOR DE POLÍTICA MONETÁRIA DO BANCO CENTRAL E PROFESSOR DE ECONOMIA DA PUC-SP E DA FGV-SP. E-MAIL: LUISEDUARDOASSIS@GMAIL.COM

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Política
Gás natural no pós-pandemia: construindo a transição
Com pandemia, empresas modificam processos e investem em equipamentos

Publicado: Estado de São Paulo | On Line 11 de maio de 2020 | 04h00
Por Rivaldo Moreira Neto *

Gasoduto Brasil-Bolívia - Foto: Diogo Giudica / Bloomberg News A crise provocada pela covid-19 e suas implicações não têm qualquer paralelo na história recente. Para o setor de óleo e gás, o freio brutal da atividade econômica somado à queda vertiginosa nos preços do petróleo estabeleceu uma nova dinâmica, exigindo a reorganização de prioridades. Quando o foco é lançado sobre a abertura do mercado de gás natural no Brasil, a nova realidade também se impõe, trazendo incertezas que provocam, naturalmente, dúvidas sobre sua continuidade.
A demanda de gás dos grandes consumidores industriais pode sofrer redução estrutural, dependendo da extensão da crise. Em paralelo, novos projetos termelétricos são adiados, na medida em que não há previsão de retomada dos leilões de energia. Tais condições preocupam, dado que esses segmentos de consumo são elementos de base para a viabilização de nova oferta de gás – principalmente do pré-sal, que é chave para consolidar a abertura.
Por outro lado, os fundamentos para a abertura do mercado – viabilizados pelo Termo de Compromisso de Cessação (TCC) da Petrobras e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) – permanecem sólidos. Ainda que o programa de desinvestimentos da estatal sofra uma pausa em razão da volatilidade nos mercados provocada pela crise – que dissolve referências relevantes para qualquer transação de compra e venda de ativos –, o ambiente de negócios de gás já se transformou. Há disponibilidade de gás nacional que não deverá encontrar na Petrobras destino comercial, ao mesmo tempo em que há indicação de abertura de espaço nos gasodutos de transporte dos sistemas Sudeste e Nordeste em questão de meses. O TCC também reforçou as diretrizes para o acesso de terceiros às rotas offshore existentes e plantas de processamento, além da cessão de terminal de gás natural liquefeito (GNL) da estatal para operação privada, num momento de grande liquidez e preços baixos no mercado internacional.
Antes da crise, o fechamento de contratos de suprimento entre agentes privados – com ganhos de competitividade para os usuários – era impedido, em essência, por duas incertezas: a falta de previsibilidade quanto à realização das chamadas públicas para acesso efetivo às malhas de transporte no Sudeste e no Nordeste; e a ausência de instrumentos que permitam aos produtores e comercializadores privados garantir o chamado suprimento de última instância. A dúvida e a indeterminação seguem presentes no atual cenário.
O primeiro ponto depende de uma melhor comunicação do regulador e dos transportadores com o mercado. Indicar uma data-objetivo para a realização das chamadas e dar clareza quanto aos desafios que ainda impedem sua realização são sinalizações que trazem transparência ao trabalho que já vendo sendo feito.
Ademais, instrumentos que permitam aos agentes privados garantir o suprimento permanecem de extrema importância e sua ausência precisa ser endereçada. O fato é que apenas a Petrobras tem essa capacidade hoje, e a história tem vários exemplos para oferecer quanto à sua competência para garantir o atendimento dos seus contratos mesmo em situações adversas.
A saída esperada pelo mercado era que o TCC estabelecesse alguma determinação nesse sentido. Como isso não ocorreu, essa solução pode e deve ser estruturada de forma privada: num primeiro estágio, a Petrobras, praticando preços que entenda justos, poderia oferecer uma espécie de contrato com característica de “cheque especial”, cujo acionamento seria decidido pelo agente contratante em caso de necessidade. Assim como no sistema bancário, os custos seriam mais altos que o suprimento regular, e os produtos poderiam variar conforme a região de atendimento, prazos para a entrega e volumes envolvidos. À medida que terminais privados de GNL, como de Sergipe e do Rio de Janeiro, se conectem à rede de gasodutos, poderiam passar a competir com a estatal na oferta desses produtos.
Essa transição é essencial para que o mercado decole e a Petrobras é, com o portfólio que ainda controla, o elemento de partida. Trata-se de saída imprescindível para que o programa Novo Mercado de Gás, que já muito transformou em termos de expectativas e engajamento, entregue o resultado esperado: o choque de energia barata. E não se pode perder a janela de oportunidade criada pelo TCC e reforçada pela crise econômica que aprofunda a busca, tanto da oferta como da demanda, por saídas competitivas via mercado.
Em termos de oferta, por sua vez, apesar da redução abrupta dos preços do petróleo, os campos do pré-sal são em sua maioria competitivos e resilientes num contexto de preços baixos, além de ocuparem espaço central no portfólio das empresas produtoras globalmente. Ainda que com ajustes, projetos considerados essenciais para a elevação da oferta nos próximos anos tendem a ser mantidos. Entretanto, a mera produção não garante sua disponibilidade ao mercado. Daí a relevância da comunicação acurada do regulador e dos mecanismos de gestão do risco do suprimento para que o engajamento entre mercado consumidor e ofertantes seja aproveitado.
Ademais, ainda que o caminho da regulação acerca do mercado livre de gás natural esteja sendo pavimentado nas diferentes regiões do Brasil, estados-chave já fizeram movimentos que oferecem condições suficientes para ao menos não se apresentarem como empecilhos para a concretização dos primeiros negócios entre agentes privados.
É inegável a relevância dos desafios impostos pela pandemia. Mas, ao menos em seu microambiente, o gás natural poderá injetar ânimo para a retomada dos investimentos quando a crise sanitária passar. As condições estruturantes já foram lançadas, deixando pouco espaço para retrocessos, as barreiras são conhecidas e seu encaminhamento é possível. Proporcionar condições para que as negociações se concretizem, seja para consumos existentes ou futuros, permitirá que a cadeia do setor contribua de forma decisiva para a recuperação mais acelerada da economia e dos empregos.
*Rivaldo Moreira Neto é CEO da Gas Energy

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: O Globo - Opinião

Crise vai impor uma reestruturação ampla à indústria global de petróleo
- Entre mudanças de regulação que o abalo neste mercado força está o fim do regime de partilha no Brasil

Publicado: O Globo | On Line 11/05/2020 - 00:00
por Editorial

Barril de petróleo O rumo da indústria mundial de petróleo começou a ser esboçado nos resultados das maiores empresas do setor nos Estados Unidos e na Europa durante o primeiro trimestre. As cinco maiores produtoras dos EUA e da Europa preveem cortes de custos em torno de 23% nos próximos meses, além de redução drástica em dividendos e suspensão parcial de produção. Shell, Exxon, Chevron, Total e British Petroleum perderam valor de mercado nos três primeiros meses do ano. O lucro da BP entre janeiro e março caiu 67% (para US$ 800 milhões). No Brasil, a Petrobras divulga resultados na quinta-feira.
Nada indica uma recuperação do setor nos próximos meses. Há excesso de estoques, guerra de preços e a pandemia do novo coronavírus só começou a ter impacto econômico fora das fronteiras da China a partir de meados de fevereiro. A Petrobras já paralisou 62 plataformas. Ao colapso nos preços soma-se uma queda de 30% no consumo global devido à pandemia.
Sobra petróleo em terra e no mar. Os EUA começam esta semana com 85% de ocupação do armazenamento terrestre, além de manter navios carregados com 20 milhões de barris ancorados na costa oeste, segundo a consultoria francesa Kpler. A Petrobras já reduziu sua produção em 23 mil barris/dia e, talvez, precise ir além, porque o frete para exportação subiu muito. Para portos chineses, por exemplo, aumentou de US$ 3 para US$ 11 por barril no espaço de 12 meses — e esse nível de custo supera o de extração em alguns campos brasileiros. O preço de referência mundial, o do óleo tipo Brent, caiu de US$ 70 em janeiro para US$ 20 por barril.
Esse cenário vai impor uma ampla reestruturação em toda a indústria.
No caso brasileiro, por exemplo, constata-se um otimismo governamental que contrasta com a realidade. Pelas projeções oficiais, na etapa pós-crise seria possível atrair até US$ 100 bilhões em investimentos privados na área de petróleo. Tudo é possível, sempre, mas a dinâmica recessiva da indústria petrolífera em todo o mundo sugere ser essa retórica reveladora de um governo ansioso por fontes externas de financiamento.
Mais realista seria uma união do Executivo com o Legislativo para empreender reformas na regulação setorial. Por exemplo, acabando com regimes de partilha e de cessão onerosa, e adotando um sistema único de concessão. Facilitaria a atração de capitais, até porque as reservas nacionais têm parâmetros de custos de produção bem competitivos.

N.daR.: Quase nada foi dito pelo artigo da Seção "Opinião" de O Globo.
Não só na área do petróleo o pós-pandemia se fará sentir de forma de previsibilidada óbvia.
É consenso de todos que acompanham a crise do Covid-19 e seus efeitos, que tudo irá se acomodar após alguns meses ou mesmo por pouco mais de ano.
t Aproveitar o presente cenário para, mais uma vez, incentivar, ainda que subliminarmente, a privatização de tudo e o desmanche da Petrobras é que é injustificável e anti-patriótico.
Nesse aspecto não há mudança de linha editorial de O Globo, pois jamais quis investigar o que aconteceu no Sistema Petobras e no seu Fundo de Pensão - PETROS, nas inuúmeras vezes que denúncias lhe foram oferecidas.
A omissão se explica pela tendenciosidade do jornal quando se trata de Petrobras.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
Tecnologias sem toque para mundo pós-covid-19 - Com pandemia, empresas modificam processos e investem em equipamentos
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 10 de maio de 2020 | 05h00
Por Fernando Scheller

PETROBRAS/CENPES usa câmera que detecta temperatura - Foto: Wilton Junior / Estadão Uma atitude antes automática – apertar o botão para abrir a cancela do estacionamento do supermercado – virou, no mundo pós-coronavírus, operação complexa. Fazer o quê? Achar um papel para não tocar onde vários dedos possivelmente contaminados já passaram ou dispensar a proteção e lambuzar as mãos de álcool em gel logo depois? Para evitar esse dilema, redes de supermercados começaram a substituir botões por tecnologias de aproximação, que excluem o toque. É um exemplo de escolhas tecnológicas – às vezes, simples e baratas, outras caras e complexas – que as empresas terão de fazer a partir de agora.
A corrida pela adoção de novas tecnologias se intensificará à medida que as mortes pelo coronavírus no Brasil atingirem novos picos, diz Heitor Salvador, presidente da empresa de segurança corporativa SegurPro. Entre os projetos em andamento, diz o executivo, estão soluções simples, como adaptação de antigas câmeras de segurança para medição de distância entre funcionários, até a substituição de inteiros sistemas de identificação por digital por tecnologias de reconhecimento facial. Ele garante que é possível programar as câmeras para reconhecer pessoas mesmo quando elas usam máscaras para se protegerem da covid-19.

Investimentos já realizados
Entre as empresas que já investiram em tecnologias sem toque estão a Petrobrás e a Vale. A mineradora adquiriu câmeras térmicas capazes de identificar, em um grupo de trabalhadores iniciando um turno em uma mina, um indivíduo com febre. Os equipamentos fazem parte de um lote de 86 câmeras térmicas compradas por R$ 7,5 milhões. As câmeras são capazes de identificar as variações de temperatura – e colorir a silhueta do funcionário potencialmente doente.
A Petrobrás trabalha em diferentes frentes. Instalou câmeras térmicas – modelos mais simples, que mostram variações de temperatura de profissionais que passam, um a um, por uma catraca – e trabalha em várias frentes para ampliar a distância social, principalmente nas plataformas de produção, onde o espaço é limitado. O índice de infecção pela covid-19 nesses ambientes é acompanhado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), como mostrou ontem reportagem do Estadão.
Segundo Juliano Dantas, gerente do centro de pesquisa da estatal (Cenpes), a tecnologia sem toque – ou low touch, em inglês – é uma “preocupação central”. A companhia analisa seus processos para evitar que superfícies sejam tocada por um grande número de pessoas. “Isso começa pelas catracas”, diz Dantas. Sem gastar muito, é possível também aumentar a vigilância de determinados comportamentos, como aglomerações de funcionários. “Uma câmera pode ganhar um novo software e ser ‘treinada’ para disparar um alarme para dispersar pessoas”, explica.

Digital x face
Como lembra Salvador, da SegurPro, alternativas low touch terão de ser adotadas também da “porta para fora” e vão influenciar a relação entre negócios e clientes. É o caso das já mencionadas cancelas de estacionamento e de outros pontos de atendimento, como totens de pagamento e caixas eletrônicos de bancos. Segundo uma fonte ouvida pelo Estadão, um grande banco brasileiro já estuda trocar a identificação do correntista da impressão digital para a identificação facial.
A empresa japonesa de tecnologia NEC já adota, em sua sede, em São Paulo, sistema de identificação facial em que trabalhadores e visitantes são identificados por uma câmera, que libera o acesso ao prédio, sem necessidade de encostar crachá – e, quase sempre, a mão – numa superfície de uso coletivo. Já a SegurPro oferece uma portaria virtual em que a pessoa se coloca diante de uma tela e apenas mostra o documento a um porteiro que trabalha remotamente, em uma central. Ao “ler” a foto do documento, a solução é capaz de liberar ou não o visitante.

Fator humano
Modificar processos depende, claro, do “fator humano”. A fábrica da Volkswagen no ABC Paulista deve retomar atividades no dia 18 deste mês. Para garantir o cumprimento de medidas de segurança, funcionários agirão como monitores e vão separar aglomerações. “Todo mundo vai ter de respeitar. Vamos esquecer hierarquias. O monitor poderá chamar a atenção de qualquer um, até de mim”, disse Pablo Di Si, presidente da Volkswagen na América Latina, durante a série de entrevistas Economia na Quarentena, na semana passada.
E sempre haverá formas de driblar regras, alerta Leonardo Fonseca Netto, diretor da NEC. A câmera que identifica funcionários febris, por exemplo, só é capaz de medir a temperatura no momento em que filma a pessoa. “Não sou contra a solução, mas, se a pessoa tiver tomado um antitérmico horas antes e a temperatura estiver temporariamente normal, a câmera não vai identificar nada”, pondera. É a prova de que a tecnologia pode ir longe, mas não é capaz de garantir que humanos desenvolvam certas qualidades. Nesse caso, o senso de bem comum.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
Estatal diz que enfrentou 'enorme dificuldade' para adquirir testes Fernanda - Petrobrás afirma que, ainda assim, foi uma das primeiras empresas no Páis a realizar exames em larga escala
Publicado: Estado de São Paulo - Impresso 09/05/2020 Pág. B8 | On Line 09/05/2020 08h15
Por Fernanda Nunes e Denise Luna

Charge: Erasmo Spadotto - Coronavírus A Petrobras, por meio de sua assessoria de imprensa, diz que enfrentou "enorme dificuldade" para adquirir testes e serviços especializados para enfrentar a disseminação da covid-19 entre seus funcionários. Mas que, ainda assim, foi uma das primeiras empresas brasileiras a realizar exames em larga escala. "Na companhia são feitos cerca de 40 testes por grupo de mil pessoas e, a título comparativo, essa taxa nos Estados Unidos é de cerca de 23 por mil pessoas", afirmou, acrescentando que o dado americano é da Johns Hopkins University.
A companhia afirma também que, desde o início da pandemia, vem adotando uma série de medidas preventivas. Entre elas, "orientações sobre higiene e etiqueta respiratória, redução do efetivo nas atividades operacionais, alterações na rotina operacional para possibilitar o distanciamento entre as pessoas, monitoramento contínuo e testagem de todos os colaboradores com suspeita, isolamento com monitoramento médico pré-embarque, triagem médica e testagem rápida pré-embarque".
Sobre o uso de máscaras, que passaram a ser distribuídas pela estatal no dia 26 de abril, quando a empresa tinha 510 confirmações da Covid-19, a companhia argumenta que teve dificuldade de encontrar o item no mercado e, por isso, num primeiro momento, orientou os funcionários a adquirirem por conta própria.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) diz que as empresas "vêm estabelecendo procedimentos de contingência para manutenção das operações de forma segura e em conformidade com a regulação, o que vem sendo acompanhado diariamente pela ANP".

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Política
Relembre as investigações que envolvem líderes do Centrão com quem Bolsonaro negocia - Centrão começou a assumir vagas negociadas; presidente Jair Bolsonaro tenta se blindar com apoio do grupo
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 08 de maio de 2020 | 17h15
Por Redação

Charge: J Bosco - Pacote da Corrupção Eleito com um discurso contra a “velha política”, o presidente Jair Bolsonaro cedeu e se aproxima do Centrão, negociando cargos no governo em troca de apoio no Congresso Nacional. O movimento ocorre diante da escalada da crise política e para se blindar de um eventual processo de impeachment.


O bloco informal pode ter o controle de um orçamento total que ultrapassa R$ 78 bilhões em 2020. Nesta semana, indicados de deputados do Progressistas e do Republicanos já assumiram o comando do Departamento Nacional de Obras Contra Secas (Dnocs) e da Secretaria de Mobilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional.
Relembre investigações que envolvem os principais líderes do Centrão:

O deputado federal e líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL) - Foto: Agência Câmara Arthur Lira (PP-AL), deputado federal
No âmbito da Operação Lava Jato, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) é réu pelo crime de organização criminosa junto com três colegas de partido. De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), entre 2006 e 2015, os parlamentares participaram de um esquema de “cometimento de uma miríade de delitos” e arrecadação de propina por meio da utilização de diversos órgãos da administração pública, como a Petrobrás, a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades. O esquema ficou conhecido como “Quadrilhão do PP”.
Nesse caso, Lira é acusado de receber vantagens indevidas por meio de doações eleitorais oficiais que totalizariam R$ 2,6 milhões.
O deputado responde ainda a outro processo no âmbito da Lava Jato, por improbidade administrativa. Segundo a força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná, Lira teria encabeçado a negociação do pagamento de propina entre a Jaraguá Equipamentos Industriais, empresa que fornecia fornos à refinaria da Petrobrás Abreu e Lima, e agentes públicos, com repasses que somariam R$ 1,9 milhão.
Em troca, o PP garantiria a permanência de Paulo Roberto Costa no cargo de diretor de Serviços da estatal. Costa, por sua vez, manteria o contrato da Jaraguá. Os valores seriam repassados a empresas de fachada utilizadas pelo doleiro Alberto Youssef para lavar o dinheiro e entregar aos políticos.
Em outro caso, o deputado é réu pelo crime de corrupção passiva. Segundo a PGR, Lira aceitou propina de R$ 106 mil oferecida pelo então presidente da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), Francisco Colombo, com o objetivo de obter apoio político para permanecer no cargo. A quantia teria sido entregue em dinheiro vivo a um assessor parlamentar do deputado, que foi detido pela Polícia Federal no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Lira também teria participado de um esquema de desvio de recursos públicos enquanto ocupava cargo na mesa diretora da Assembleia Legislativa de Alagoas, entre 2003 e 2006, época em que era deputado estadual. O dinheiro teria sido desviado por meio da apropriação de cheques emitidos em nome de servidores comissionados laranjas e da realização de falsos empréstimos bancários quitados com as verbas de gabinete.
Segundo a denúncia, entre 2001 e 2007, Lira movimentou mais de R$ 9,5 milhões em sua conta. Dois de seus intermediários movimentaram cerca de R$ 12,4 milhões em 2004 e 2005. A PGR denunciou o deputado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

Ciro Nogueira (PP-PI), senador O senador Ciro Nogueira (PP-PI) - Foto: Lia de Paula/Agência Senado
O senador e presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI), também foi alvo da Operação Lava Jato. Segundo a PGR, o parlamentar teria recebido R$ 7,3 milhões de propina da construtora Odebrecht. O homem forte do PP na Petrobrás, Paulo Roberto Costa, arrecadaria os valores a parlamentares da legenda em duas frentes. Em uma, atuaria pela contratação de empresas com as quais já haveria um acerto com o PP. Na outra, acertaria os repasses diretamente com as empreiteiras.
Nogueira teria recebido os valores em troca de atuar por medidas e leis favoráveis à Braskem, do grupo Odebrecht.
O parlamentar também é alvo da denúncia pelo crime de organização criminosa no “Quadrilhão do PP”. De acordo com a denúncia da PGR, o deputado recebeu da empreiteira UTC Engenharia um total de R$ 1,8 milhão.
O senador é investigado no processo em que colaboradores do Grupo J&F, dono da JBS, afirmaram terem repassado cerca de R$ 43 milhões ao PP, em pagamentos em espécie e doações oficiais, para comprar o apoio do partido à então candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) em 2014. Nogueira teria sido o responsável por intermediar os pagamentos.

Deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) - Foto: André Dusek/Estadão Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), deputado federal
O deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) também é alvo da denúncia da PGR sobre o “Quadrilhão do PP”, desdobramento da Operação Lava Jato, que investiga suposto crime de organização criminosa e envolve seus colegas de partido Arthur Lira, Ciro Nogueira e Eduardo da Fonte.
Dentro do esquema de arrecadação de propina por meio de órgãos como a Petrobrás, a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades, Ribeiro teria sido o responsável por “ordenar a captação e o repasse da propina” decorrente de contratos relacionados à diretoria de abastecimento da Petrobrás.

Marcos Pereira (Republicanos-SP), deputado federal Deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) - Foto: José Cruz / Agência Brasil - 19/3/2017
O deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP) teria negociado um repasse de R$ 7 milhões do caixa 2 da construtora Odebrecht para o partido, então PRB, na campanha de 2014, segundo indicou um depoimento que integrou a delação da empreiteira na Operação Lava Jato. De acordo com as investigações, os recursos teriam sido entregues em dinheiro vivo para comprar o apoio do partido, à época presidido por Pereira, à campanha de reeleição de Dilma Rousseff (PT).
Em outro caso, o empresário Joesley Batista, dono da JBS, declarou em seu depoimento de delação premiada que acertou o pagamento de R$ 6 milhões ao deputado. Segundo o que foi relatado pelo executivo, o acerto teria sido feito em troca da aprovação de um empréstimo de R$ 2,7 bilhões da Caixa Econômica Federal. A negociação teria sido mediada pelo vice-presidente da Caixa, Antônio Carlos Ferreira, que dependeria da transferência dos valores para permanecer no cargo, já que deveria atender “certos pedidos feitos por quem lhe indicou”.

Deputado Paulinho da Força (SD-SP) - Foto: Agência Câmara Paulinho da Força (Solidariedade-SP), deputado federal
Também envolvido na Operação Lava Jato, o deputado federal e presidente nacional do Solidariedade Paulinho da Força (SP) foi denunciado pela PGR pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da delação da construtora Odebrecht. O parlamentar é acusado de receber propina no valor total de R$ 1,8 milhão em dinheiro vivo para atuar a favor dos interesses da empreiteira. 
O objetivo do pagamento, segundo delatores, era comprar o apoio do parlamentar, tanto para dissuadir eventuais movimentos grevistas quanto para garantir o apoio do deputado à participação privada no setor de saneamento básico, área de interesse da Odebrecht Ambiental.
Paulinho da Força também é réu em uma ação que o acusa de praticar atos ilícitos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, o parlamentar teria cometido os crimes entre dezembro de 2007 e abril de 2008, período em que indicou duas pessoas para o conselho de administração da instituição.
De acordo com as investigações, Paulinho e os indicados teriam cobrado uma comissão conseguir três contratos de financiamento pelo BNDES – dois para as Lojas Marisa, de R$ 220 e R$ 174 milhões, e um para a Prefeitura de Praia Grande, de cerca de R$ 130 milhões.

Wellington Roberto (PL-PB), deputado federal Deputado Wellington Roberto (PL-PB) - Foto: André Dusek/Estadão
O deputado federal Wellington Roberto (PL-PB) foi denunciado pela CMPI dos Sanguessugas, em 2006. Segundo as investigações, o esquema fraudava licitações para compra de ambulâncias com verba do Ministério da Saúde. O grupo fazia contato com prefeituras para oferecer a entrega de ambulâncias com maior rapidez, sem ter de passar pelos trâmites normais.
Se o prefeito concordasse, a quadrilha negociava com assessores de parlamentares a apresentação de emendas individuais ao Orçamento da União para liberar o dinheiro. Assim que fossem liberados os recursos, o grupo manipulava a licitação e fraudava a concorrência usando empresas de fachada. Dessa maneira, os preços da licitação eram superfaturados, chegando a ser até 120% superiores aos valores de mercado. O valor era dividido entre os envolvidos no esquema, inclusive parlamentares.

Ex-deputado Valdemar Costa Neto - Foto: Leonardo Prado / Câmara dos Deputados Valdemar Costa Neto (PL)
O ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, um dos caciques do PL, foi condenado no julgamento do mensalão a uma pena de 7 anos de prisão, além de multa de 1 milhão de reais, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia da PGR, Valdemar teria recebido R$ 10 milhões para a compra do apoio de seu partido no Congresso. Renunciou duas vezes ao cargo de deputado federal, em 2005 e 2013, para evitar a cassação.

Roberto Jefferson (PTB) Roberto Jefferson Monteiro Francisco, presidente nacional do PTB - Foto: JF Diorio / ESTADÃO
O ex-deputado federal e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, foi condenado a 7 anos de prisão e multa de R$ 720 mil no julgamento do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). O político foi considerado culpado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em 2005, declarações de Jefferson acabaram levando à descoberta do esquema de compra de deputados federais da base aliada do governo. Ele reconheceu à época que recebeu R$ 4 milhões do PT em troca do apoio parlamentar do PTB ao governo Lula.

N.daR.: "Se gritar pega Centrão, não fica um meu irmão" lembrou o gal. Heleno, cantarolando em público, quando, em 2018, se referiu ao "Centrão".
E hoje, qual é a posição dos ex-militares ou não?
Patriotismo ou subserviência? Petrobras?

* Fonte primária: Estadão
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Fontes: O Globo - Economia

O que a Petrobras dirá a Bolsonaro quando ele reclamar do reajuste da gasolina

Publicado: O Globo | On Line 08/05/2020 • 13:12
por Por Lauro Jardim

Posto de gasolina - Foto: Domingos Peixoto Jair Bolsonaro disse ontem que vai questionar a Petrobras a respeito do reajuste de 12% no preço da gasolina nas refinarias, anunciado anteontem. Chegou a qualificar de "manobra" a decisão.
Até agora, no entanto, o incontido espírito intervencionista de Bolsonaro não saiu do armário. Oficialmente, a Petrobras não foi ainda instada a se explicar.
Se o for, terá uma resposta na ponta da língua e da máquina de calcular.
Dirá que o preço da gasolina no mercado internacional subiu muito nas duas últimas semanas devido à paralisação de várias refinarias e do aumento de consumo com o relaxamento do distanciamento social nos EUA e outros países. Além disso, ocorreu desvalorização do real.
A Petrobras tem outro número a apresentar a Bolsonaro, se ele for mesmo em busca de explicações: o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras, de R$1,02 por litro, é o mais baixo desde 2 de setembro de 2005.

N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia

Brasil é um dos países com menor queda de preços de gasolina nos postos de combustível
- Levantamento realizado nos dez maiores mercados mostra redução de 14,4%; nos EUA, queda foi de 24%

Publicado: O Globo - Impresso 09/05/2020 Pág. 22 | On Line 09/05/2020 - 04:30
por Ramona Ordoñez e Bruno Rosa

Petrobras RIO - Em meio à pandemia do coronavírus, o preço da gasolina virou alvo de queixas generalizadas. Primeiro foi o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que chamou os revendedores de “inimigos do capitalismo” por não baixarem o valor do combustível na mesma proporção em que a estatal reduz os preços na refinaria. Levantamento de uma consultoria mostra que a queda no Brasil é a menor nos dez principais mercados globais.
Segundo estudo da Global Prices Petrol, a redução do preço da gasolina ao consumidor foi de 14,4% entre 27 de janeiro e 4 de maio. Percentual mais discreto que mercados como Estados Unidos, onde a queda chegou a 24%.
Os postos se queixaram da concentração de mercado das distribuidoras. Para fechar, o presidente Jair Bolsonaro reclamou do aumento de 12% anunciado pela Petrobras na quinta-feira.
A celeuma em torno do tema ganha eco quando o país é comparado a outros mercados importantes de consumo de combustíveis. Preços da gasolina - O Globo
Falta de concorrência, nível de estoques e alta carga tributária aparecem como os principais motivos que explicam este cenário.
Ilan Arbetman, analista de Óleo & Gás da Ativa Investimentos, lembra que o caminho do combustível da refinaria até o consumidor final é longo e com uma carga fiscal que impede o repasse integral das reduções.
Bruno Gandolfo, do Stocche Forbes Advogados, diz que um dos fatores que impedem uma redução maior dos preços da gasolina nas bombas é a própria composição do combustível, que tem 27,5% de etanol anidro.
Para o empresário do setor de energia e ex-secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia Márcio Félix, a carga tributária é um dos principais motivos que explicam a diferença de preço no Brasil em relação aos EUA e à Europa.
O ICMS, calculado a cada 15 dias com base no levantamento de preços médios nos postos, é um problema.
— Cada estado tem uma forma de levantar o preço médio. Em uma sequência de reduções de preços nas refinarias, o valor absoluto (não a alíquota) do ICMS pode estar sendo calculado com base em um preço maior — explicou Márcio Félix.
Paulo Miranda, presidente da Fecombustível, entidade que representa os postos, lembra que 70% da distribuição de combustíveis no país estão concentrados nas mãos de BR, Shell e Ipiranga.
Em nota, as distribuidoras de combustíveis ligadas ao Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) ressaltaram que os preços no Brasil são livres. O IBP destacou ainda que a carga tributária está “praticamente inalterada”.

N.daR.: Há muita hipocresia em toda esta balbúrdia criada pelo atual governo.
Paulo Guedes, ministro da Economia, afirmou, repetidamente, que iria democratizar o mercado e aumentar a concorrência.
Ao invés disso permitiu a concentração do mercado com a venda de 30% das ações, que a Petrobras detinha na BR, para a Raízen/Shell.
Tmabém, entre outras ilegalidades, vendeu gasodutos da Petrobras. Segundo informações do mercado, os compradores terão o retorno desses investimentos em menos de 5 anos, já que a Petrobras passará a pagar pelo uso dos mesmos. Pagará pelo uso de investimentos que fez e que teve que passar para terceiros.
Que país é esse?
Tudo com a omissão de políticos, de ex-militares ou não.
Patriotismo, interesses estratégicos para o país, o que é isso?

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia

Mesmo com reajuste, gasolina na refinaria está 30% abaixo do exterior. Entenda os motivos
- Conheça a composição do preço do combustível e os motivos para as alterações feitas pela Petrobras não chegarem às bombas

Publicado: O Globo - Impresso 09/05/2020 Pág. 22 | On Line 09/05/2020 - 04:30
por Ramona Ordoñez e Bruno Rosa

Sede da Petrobras no RJ - Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil RIO - Com a disparada do câmbio e do barril do petróleo nas últimas semanas, a Petrobras  aumentou os preços da gasolina em 12% na última quinta-feira. A alta irritou o presidente Jair Bolsonaro. Mas, mesmo assim, especialistas do setor estimam que a gasolina vendida nas refinarias da Petrobras está em torno de 30% abaixo das cotações internacionais.
De acordo com Adriano Pires, do Centro Brasileiro de InfraEstrutura (CBIE), é natural que a Petrobras não tenha repassado todo o aumento do petróleo e do dólar de uma só vez aos preços no mercado interno. Segundo ele, se isso fosse feito, um aumento muito elevado, acima de 30%, causaria impacto na economia nacional.
— O mercado de petróleo funciona olhando o futuro. Há a expectativa de abertura da economia nos EUA e na Europa. E um dos produtos a aumentar o consumo são os combustíveis. Por isso, o petróleo já chegou a quase US$ 32 o barril — destacou Adriano Pires.
Em abril, o preço da gasolina registrou queda de 9,31% no Brasil, segundo o IBGE, provocando uma deflação de 0,31% no IPCA. Mas, segundo Pires, o movimento pode mudar a partir de maio. Ele acredita que a cotação do petróleo vai continuar acima de US$ 30 o barril,  forçando a estatal a anunciar novos reajustes na gasolina e também no diesel.


Entenda o que está acontecendo com os preços em sete perguntas:

O preço da gasolina está defasado no Brasil em relação ao praticado no mercado internacional?
Sim. Os preços da gasolina nas refinarias da Petrobras, apesar do aumento de 12% feito pela companhia no último dia 6 ainda está inferior em torno de 25% a 30% aos preços internacionais. A queda vai depender do porto que importa o produto. De acordo com especialistas, a Petrobras levou um tempo maior para reajustar seus preços, apesar da disparada do câmbio e da ligeira recuperação das cotações de petróleo, porque avaliou que seria difícil fazer um reajuste elevado de 30% de uma só vez no momento atual de crise econômica e forte queda no consumo por conta da quarentena. A expectativa é de que na próxima semana a Petrobras promova novos reajustes tanto para a gasolina como para o diesel se o petróleo continuar na faixa dos US$ 30 o barril.

Quanto o preço da gasolina já caiu no ano e por que a Petrobras decidiu reajustar o combustível nesta semana?
Neste ano, o preço da gasolina acumula redução de 46,6% nas refinarias. O litro da gasolina custa em média R$ 1,02 nas refinarias, o menor valor desde setembro de 2005. Na última quinta-feira, a estatal reajustou a gasolina em 12% nas refinarias devido ao aumento do preço do petróleo no mercado internacional. Segundo a Bloomberg, o barril do tipo Brent, usado como referência internacional, viu o preço subir de US$ 19,33, no dia 21 de abril, para US$ 31 no dia 5 de maio, forçando a estatal a reajustar seus preços. A alta do dólar frente ao real é outro motivo para o reajuste. Desde fevereiro, data do último reajuste da gasolina nas refinarias, a moeda americana pulou de R$ 4,39 para R$ 5,70.

Por que o preço do petróleo teve quedas bruscas neste ano e o que explica a recente alta?
O preço do petróleo caiu mais da metade desde o início deste ano. Primeiro, a falta de acordo entre os integrantes da Opep, que reúne os maiores produtores do mundo, e a Rússia, derrubou os preços, com um excesso de oferta sem que houvesse aumento na demanda. Depois, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou pandemia do coronavírus, o petróleo despencou mais ainda. Na mínima do ano, em 21 de abril, a cotação do Brent chegou a US$ 19,33. Nesta última semana, o preço do petróleo se recuperou, superando os US$ 30, devido às expectativas positivas da retomada da economia com a abertura gradual na Europa e nos Estados Unidos.

Por que a queda de preço nas refinarias não chega com a mesma intensidade às bombas?
Uma das explicações é que os estoques, tanto das distribuidoras quanto dos postos, estão elevados por causa da queda no consumo. Além disso, a parcela da Petrobras na composição do preço final na gasolina é de apenas 18% — que se somam a impostos federais de 18% (Cide, Pis-Confins) e estaduais (ICMS, de 33% em média), além de 11% do custo do etanol anidro que é adicionado à gasolina e de 20% de margem da distribuição e revenda. Ou seja, tem muitos outros elos no caminho da gasolina da refinaria até o posto que influenciam para a composição final de seus preços.

Recentemente, o petróleo chegou a ser negociado a valores negativos. Por quê?
O preço do petróleo tem duas referências internacionais. No dia 20 de março, o barril tipo WTI (West Texas Intermediate), usado nos Estados Unidos, fechou valendo a menos US$ 37,63. Isso aconteceu porque a economia americana reduziu drasticamente seu ritmo de atividade, afetando o consumo de petróleo. Com isso, as empresas de energia estavam com seus estoques cheios de petróleo. E, como os contratos do petróleo WTI exigem entrega física, quem estava com essa obrigação na mão, fez de tudo para se livrar do “problema”, derrubando os preços.

Como a queda de preço dos combustíveis afeta o Caixa da Petrobras?
A redução no preço dos combustíveis afeta em cheio o caixa da companhia, porque essa é uma de suas principais fontes de receita (cerca de 60%). Assim, quanto menor o preço do produto vendido, menor será sua receita.

Por que a queda no preço do diesel é menor que a da gasolina?
Porque são produtos diferentes, com custos diferentes. No caso do diesel, são levados em conta não apenas os preços do petróleo no mercado internacional mas ainda os preços do próprio diesel que variam sazonalmente. No verão do hemisfério norte, por exemplo, seus preços costumam aumentar por conta do maior uso dos automóveis nos Estados Unidos. Atualmente a defasagem do diesel nas refinarias em relação ao mercado internacional é da ordem de 12%.

N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia

Tripulantes contaminados por Covid-19 são retirados de navio na Baía da Guanabara
- Anvisa diz que outros trabalhadores da embarcação ficarão isolados até o dia 20 de maio

Publicado: O Globo - Impresso 09/05/2020 Pág. 22 | On Line 08/05/2020 - 14:59 / Atualizado em 08/05/2020 - 22:38
por Ramona Ordoñez

Navios de apoio à exploração de petróleo - Foto: Antonio Scorza / 17-02-2020 RIO - Quatro tripulantes com coronavírus foram resgatados ontem de helicóptero do navio Baru Mucura, da empresa Baru Offshore Navegação. A embarcação prestava apoio a atividades de exploração e produção de petróleo e estava ancorada na Baía de Guanabara desde a semana passada.
Os casos de Covid-19 têm se multiplicado no setor de petróleo. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), até a última quinta-feira, havia 551 trabalhadores em plataformas que tiveram teste positivo para a doença.
Segundo o relato dos tripulantes, foram quase dez dias de medo, apreensão e ansiedade. Antes do embarque, realizado no último dia 29 de abril, os trabalhadores fizeram teste para Covid-19, mas os resultados só seriam conhecidos dias depois. No dia previsto para o início da viagem foram submetidos à modalidade de teste rápido, que deu negativo para todos. Enquanto a embarcação permanecia fundeada na Baía de Guanabara, aguardando os serviços que executaria, os trabalhadores visitaram, por conta própria, o site do laboratório do primeiro exame, mais completo, e verificaram que quatro de um total de 11 pessoas tinham resultado positivo para a doença.
Um deles descreveu o período que passou no navio como “a sensação de ficar à deriva, só que não em alto-mar, mas aqui pertinho, na Baía de Guanabara”. Trabalhadores também se queixam da falta de apoio da empresa, que teria entregue apenas um kit de higiene aos funcionários.
Sem informações sobre medidas de auxílio, trabalhadores relatam que os tripulantes da embarcação começaram a passar mal, sem saber se atravessavam uma crise de ansiedade diante da perspectiva de passar dias retidos na Baía de Guanabara ao lado de pessoas com Covid-19 ou se já começavam a apresentar sintomas do vírus. “Estava todo mundo enlouquecendo”, resumiu um deles.
Os tripulantes relatam que as ações iniciais de proteção foram tomadas pelo grupo, como medidas de isolamento, comida e medicamentos.

Tripulantes restantes são monitorados
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que autorizou o desembarque dos quatro tripulantes e que já determinou as medidas sanitárias necessárias. A agência ressalta que monitora o estado de saúde de todos os tripulantes.
Coronavírus:Sindicatos dos petroleiros querem paralisação da operação em sete plataformas da Petrobras
O navio deverá permanecer no local até completar 14 dias de quarentena, a contar a partir do último dia 5 de maio, quando foram notificados os casos no diário de bordo da embarcação.
Desde que foram confirmados os casos, a Anvisa solicitou a avaliação médica de toda a tripulação diariamente, higienização e equipamentos de proteção individual.
O Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) informou que a situação dos trabalhadores na embarcação Mucura também está sendo acompanhada no âmbito do Projeto Ouro Negro. O MPT-RJ e outras instituições estão avaliando as medidas cabíveis a serem adotadas.
Em nota, a Baru Offhsore confirmou que o teste rápido mostrou resultados negativos para todos os tripulantes e que os testes mais completos só foram conhecidos dias depois do embarque. A empresa afirma que houve ainda um terceiro teste, cujo resultado só teria sido conhecido na última quinta-feira, que mostrou resultado negativo para todos os trabalhadores.
A empresa diz que antes do embarque todos os tripulantes realizaram os protocolos determinados pelas autoridades sanitárias e que, ao tomar conhecimento da situação, iniciou medidas de isolamento a bordo e acionou médico infectologista para avaliar remotamente o quadro de saúde de cada trabalhador. Segundo a empresa, todos estavam assintomáticos.

N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: O Globo - Economia

Com queda nos preços de combustíveis, abril registra deflação de 0,31%, menor índice em 22 anos
- Preço da gasolina caiu em todas as regiões pesquisadas. Na contramão, alimentação em casa tem alta de 2,24%

Publicado: O Globo - Impresso 09/05/2020 Pág. 21 | On Line 08/05/2020 - 09:06 / Atualizado em 08/05/2020 - 20:07
por Karen Garcia

Petrobras RIO — Com forte queda no preço dos combustíveis, o país teve deflação de 0,31% em abril, após ter registrado alta de 0,07% em março, divulgou o IBGE na manhã desta sexta-feira. É a menor variação mensal desde 1998, quando registrou queda de 0,51%.  Mas o IPCA ainda está positivo no ano. Acumula alta de 0,22% nos primeiros quatro de 2020 e 2,40% em 12 meses. Em abril do ano passado, a variação havia sido de 0,57%.
Para especialistas, a deflação do mês passado revela a fragilidade da economia e sinaliza recessão da economia brasileira.
O maior impacto negativo sobre o IPCA de abril foi o grupo transportes, que teve queda de 2,66% no mês, no qual está o item preços de combustíveis. Houve queda de quase 10% dos combustíveis em abril, puxada pela redução de 9,31% nos preços da gasolina.
A gasolina teve o maior impacto individual negativo sobre o índice no mês. Na quinta-feira, a Petrobras reajustou o preço da gasolina nas refinarias em 12%, seguindo recente alta do preço do petróleo no exterior e alta do dólar.
O presidente Bolsonaro chegou a dizer que vai questionar a empresa pelo reajuste, mas, no acumulado do ano, o combustível continua em queda. Além do preço do petróleo em declínio, há uma demanda menor pelos combustíveis, devido ao isolamento social.
"O resultado de abril foi muito influenciado pela série de reduções nos preços dos combustíveis, principalmente da gasolina, que caiu bastante e puxou o índice para baixo", explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

EntendaPor que a queda de 40% do preço da gasolina em 2020 nas refinarias não chegou ao seu bolso

De acordo com ele o recuo no preço da gasolina ocorreu em todas as 16 regiões pesquisadas, sendo a maior em Curitiba (-13,92%) e a menor no Rio de Janeiro (-5,13%).
Etanol (-13,51%), óleo diesel (-6,09%) e gás veicular (-0,79%) também apresentaram queda em abril. Para Kislanov, existe um efeito indireto da pandemia, na medida que houve um conflito dentro da OPEP e a Petrobras anunciou reajuste no preço dos combustíveis.
Segundo a economista do Itaú Unibanco economista Julia Passabom, as medidas de restrição de movimentação e a menor demanda por combustíveis para veículos ajuda explicar o resultado.
IPCA de abril/2020 - Infoglobo - O grande fator que joga para o negativo é a parte de combustível de veículos. Que tem a ver com a restrição de movimentação de pessoas. Isso chegou na bomba com um combustível mais barato. A Petrobras entregou vários cortes. E deve promover ajustes em breve.
Seis dos nove grupos aferidos pelo IBGE tiveram queda neste mês. O grupo alimentos e bebidas (+ 1,79%) foi um dos que registraram alta. Entre is destaques está a alimentação em domicílio, que passou de alta de 1,40% em março para 2,24% em abril.
O preço da cebola subiu 34,83%, a batata-inglesa teve alta de 22,81%. Itens como o feijão-carioca (17,29%) e leite longa vida (9,59%) também tiveram reajustes. Já as carnes (-2,01%) ficaram mais baratas, com queda pelo quarto mês consecutivo.
"Há uma relação da restrição de oferta, natural nos primeiros meses do ano, e do aumento da demanda provocado pela pandemia de Covid-19, com as pessoas indo mais ao mercado, cozinhando mais em casa", explica Kislanov.
Por outro lado, a alimentação fora de casa, passou de 0,51% em março para 0,76% em abril, pressionada pela alta do lanche (3,07%). A refeição registrou deflação (-0,13%) pelo segundo mês consecutivo. Em março, a queda havia sido de 0,10%.

Recessão à vista
Para André Braz, coordenador do Índice de Preço ao Consumidor do FGV IBRE, a deflação é mais um indicador da fragilidade econômica:
- Ninguém tem dúvida que a economia brasileira não vai crescer e ter PIB negativo. Isso está no mundo inteiro. Bens duráveis, como geladeira e carro novo não tem variação, porque não tem demanda. O desemprego aumentou e quem está empregado não quer se endividar.
O resultado de abril aponta uma inflação abaixo da meta de 4% estipulada pelo governo. Para André Braz, essa diferença indica a chegada de uma recessão.
- A inflação boa é inflação na meta. Abaixo da meta significa que a economia pode entrar em recessão. Não está gerando novas oportunidades de negócio, por consequência não está empregando as pessoas e gerando renda.
Na visão de Julia Passobom, aspectos de curto prazo e temporários, como combustíveis e turismo, apontam para uma continuidade da deflação nos próximos meses.
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, reforça que o resultado da inflação é como um termômetro da economia e a necessidade de cortes de juros.
- Com a pandemia, as pessoas foram para casa, mudaram o padrão de consumo. Quem ganhava dinheiro na rua, não tem mais renda. O IPCA de abril é sinal de que a atividade está muito fraca. Foi tudo muito rápido. Tudo o que ocorreu ao longo do mês de abril está amarrado nessa deflação. Os juros têm potência na economia apenas sobre uma parte da inflação. Os itens sensíveis da política monetária estão sofrendo mais por conta do choque de demanda e precisam de uma resposta do Banco Central.

Variação é sentida pelos mais pobres
A inflação, segundo André Braz, é mais sentida neste momento pelas camadas de menor renda.
- Alimentação responde por cerca de 20% do índice e subiu mais de 2,20% em um único mês. Essa inflação está sendo sentida para as famílias mais pobres, que geravam renda muito em função de serviços. Muitos estão sem emprego e sem salário. E sentem mais essa inflação. Se o preço dos alimentos não tivessem subido, ainda teriam a sensação de que ficaram mais caro.
e acordo com Braz, a perspectiva é que o resultado do próximo mês ainda seja negativo.
- Daqui para frente não devemos ter aumento tão forte em alimentação. Devemos continuar com essa inflação negativa.

Coleta à distância
Segundo o IBGE, para o cálculo do IPCA do mês, foram comparados os preços coletados no período de 31 de março a 29 de abril de 2020 com os preços vigentes no período de 3 a 30 de março de 2020.
Em virtude do quadro de emergência de saúde pública causado pela Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.

N.daR.:
* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha de São Paulo - mercado
Recém-aliado a Bolsonaro, centrão é suspeito de usar apoio e cargos para obter propina - Principais pré-candidatos ao comando da Câmara são do grupo; líder do bloco, Arthur Lira (PP-AL) é o mais implicado na Justiça
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 8.mai.2020 à 0h00
Por Ranier Bragon

Dep. Arthur Lira PP-AL), líder do centrão na Câmara dos Deputados  - Foto: Kleyton Amorim / UOL / Folhapress Charge: Cesari - Corrupção Os deputados federais hoje mais cotados para disputar a presidência da Câmara daqui a nove meses são implicados no escândalo da Lava Jato justamente sob suspeita ou acusação de usar cargos federais ou apoio ao governo para obter vantagem indevida.
O líder do bloco do centrão, Arthur Lira (PP-AL), e o líder da maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), tiveram denúncia recebida pelo Supremo Tribunal Federal. O vice-presidente da Casa, Marcos Pereira (Republicanos-SP), é investigado em um inquérito.
Os três estão entre os principais líderes do centrão e são, atualmente, os nomes mais fortes na corrida sucessória, apesar de haver boa margem para reviravoltas até fevereiro de 2021.
Jair Bolsonaro ofereceu e está distribuindo a esse bloco de partidos cargos de segundo e terceiro escalão em troca de apoio no Congresso. O primeiro, a diretoria-geral do Dnocs (departamento de obras contra a seca), foi entregue nesta quarta (6) ao Avante, em uma intermediação feita por Arthur Lira.
O líder do PP teve ao menos três encontros recentes com Jair Bolsonaro (sem partido) e é o que tem o maior número de anotações na Justiça, nem todas relacionadas à Lava Jato.
O parlamentar, de 50 anos, é filho do ex-senador Benedito de Lira, e está em seu terceiro mandato consecutivo na Câmara, tendo sido vereador nos anos 90 e deputado estadual na década seguinte.
É do tipo de parlamentar que pouco usa o microfone, preferindo os bastidores. E, segundo colegas, tem perfil de embate, mas é cumpridor da palavra empenhada. "Comigo as pessoas têm a garantia que a conversa não mudará no meio do caminho", afirma Lira.
Em uma das reuniões com Bolsonaro —que já foi filiado ao PP, embora nunca tenha tido atuação orgânica na legenda—, o presidente gravou um vídeo amistoso para a família do parlamentar.

Composição do Congresso - FSP / 08.05.2020

Lira é um dos favoritos a ser o candidato do centrão à sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) —esse também objeto de inquéritos da Lava Jato no STF, que aguardam posição da Procuradoria-Geral da República sobre oferecimento ou não de denúncia.
Um dos problemas judiciais que Arthur Lira enfrenta é da época em que era deputado estadual. Ele foi um dos alvos da Operação Taturana, que apurou desvio de verbas da Assembleia Legislativa de Alagoas por meio de apropriação de salário de servidores e empréstimos na rede bancária pagos com verba de gabinete.
Na esfera criminal, foi denunciado em 2018 pela então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, por peculato e lavagem de dinheiro. Após o STF decidir restringir o foro privilegiado, o caso foi para a Justiça de Alagoas.
Na esfera cível, a Operação Taturana levou o deputado a ser condenado em ações por improbidade, uma delas em segunda instância. O deputado afirma que não foi citado validamente para se defender e que a condenação está com efeito suspensivo.
Os demais casos surgiram quando ele migrou da Assembleia para a Câmara e são todos relacionados à Lava Jato.
Dep. Aguinaldo Ribeiro - Folha Corrupção Figura em parte desses inquéritos, ao seu lado, o colega de partido Aguinaldo Ribeiro, de temperamento mais conciliador, ex-ministro no governo Dilma Rousseff (PT), e apontado como possível beneficiário do apoio de Maia.
O atual presidente da Câmara, que está no terceiro mandato, tem hoje chances reduzidas de aprovar uma emenda à Constituição para disputar uma quarta temporada.
Os casos que juntam Lira e Aguinaldo, além de outros caciques do PP, são baseados especialmente, mas não só, nas afirmações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, responsáveis pelas delações premiadas que deram o impulso inicial à Lava Jato.
Em um desses, o Supremo Tribunal Federal acolheu no ano passado denúncia feitas pela PGR. Os dois são acusados de integrar o "quadrilhão do PP, que teria desviado verbas da Petrobras por meio de cargos comandados pela legenda.
Em outro, Lira e Aguinaldo são investigados sob suspeita de recebimento de R$ 1,6 milhão do grupo Queiroz Galvão, em 2011 e 2012, também ao lado de outros políticos do PP.
Isoladamente, Lira é alvo de um terceiro caso, esse também com denúncia acolhida pelo STF, sob acusação de cobrar, em 2012, R$ 106 mil de propina do então presidente da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), Francisco Colombo.
Um assessor de Lira à época, Jaymerson José Gomes de Amorim, foi preso no aeroporto de Congonhas com o dinheiro sob as vestes, incluindo meias, quando passou no raio-x tentando embarcar para Brasília.
Conforme a denúncia, a passagem aérea foi paga com o cartão de crédito de Lira. A Folha localizou o ex-assessor, por telefone, mas após o repórter se identificar, Jaymerson encerrou a ligação.
No memorial da apuração do inquérito do "quadrilhão", Dodge relembra o fato de que Lira e Aguinaldo, ao lado do hoje presidente do PP, Ciro Nogueira, e do deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), desbancaram o então grupo dominante na bancada, formado, entre outros, por João Pizzolatti (SC), Mario Negromonte (BA) e Nelson Meurer (PR), primeiro parlamentar condenado pelo STF na Lava Jato, em maio de 2018.
A procuradora afirma que o novo grupo assumiu para si o controle sobre o esquema, substituindo Youssef pelo operador Henry Hoyer de Carvalho.
As duas denúncias recebidas pelo STF estão em fase de análise de novos recursos. Os parlamentares solicitam, entre outros pontos, que os casos sejam arquivados com base em lei aprovada pelo Congresso em 2019 estabelecendo que o recebimento de denúncias não pode ser embasado exclusivamente em afirmações de delatores.
A nova regra, defendida por quase todos os partidos, foi um dos pontos incluídos pelos parlamentares no pacote de alterações penais elaborado pelo então ministro da Justiça, Sergio Moro, que foi o juiz responsável pela Lava Jato em Curitiba até 2018.
Em resposta aos recursos no STF, o Ministério Público diz que há várias outras provas, não só em delações. Aguinaldo disse que está recorrendo da aceitação da denúncia e que o outro caso ainda está sem conclusão.
Lira afirma que as denúncias têm por base a delação de Youssef. "A falsidade de suas declarações já foi reconhecida pelo STF, que rejeitou duas denúncias baseadas nos mesmos fatos e identificou inconsistências nos relatos. Como eu respeito as decisões do Judiciário, acredito na justiça e tenho certeza que a minha inocência ficará comprovada."
Em relação ao caso da CBTU, afirmou que a acusação é fantasiosa e que não tem nenhuma relação com o ato, "fato já confessado pelo assessor".
No inquérito, Jameyrson afirma ter viajado com dinheiro vivo a São Paulo para comprar um carro de luxo, mesmo estando endividado e não tendo informado isso à esposa, versão considerada completamente inverossímil pelo Ministério Público.
Além do STF, Lira tem pendências com a Justiça do Paraná, ninho da Lava Jato. Em 2016 e 2017 o Ministério Público, a Advocacia-Geral da União e a Petrobras moveram ações de improbidade contra o parlamentar e outros políticos. Uma delas resultou ainda em 2017 em ordem de bloqueio de seus bens no valor de até R$ 7,77 milhões.
Em decisão de 20 de abril deste ano, o juiz federal Friedmann Anderson Wendpap atendeu parcialmente a pedido da Petrobras e determinou o confisco de 10% do salário do parlamentar (que é de R$ 33,7 mil), relatando que, até aquele momento, haviam sido bloqueados "alguns veículos, R$ 496,59 via Bacenjud [canal de interlocução entre a Justiça e as instituições financeiras] e um imóvel".
Sobre os casos do Paraná, Lira diz que 99% dos investigados pela Lava Jato não tiveram ação proposta. "Esse foi mais um movimento político sem fundamento ou qualquer prova, apenas com o intuito de destruir reputações. "
Em dois outros inquéritos, em que era investigados sob suspeita de receber propina da UCT e de contratos da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, o Supremo rejeitou a denúncia contra ele sob o argumento, principal, de que as afirmações dos delatores não estavam amparadas em provas.
Jair Bolsonaro é recebdo pelo Dep. Marcos Pereira na Câmara dos Deputados - Foto: André Coelho/ Folhapress No ano passado, o senador Cid Gomes (PTD-CE) chegou a se referir a Lira como "achacador" e "projeto do futuro Eduardo Cunha", em referência ao ex-presidente da Câmara, hoje preso em decorrência da Lava Jato. "A minha relação com o Eduardo Cunha foi a mesma que outros parlamentares estabeleceram com ele no Congresso", afirma Lira.
Já Marcos Pereira foi apontado na delação da Odebrecht como receptor de R$ 7 milhões de dinheiro desviado da Petrobras em troca do apoio do PRB (hoje Republicanos) à campanha à reeleição de Dilma Rousseff, em 2014. O inquérito foi remetido no ano passado para a Justiça de São Paulo.
"Não rspondo e nunca respondi a nenhuma ação cível ou criminal, seja decorrente de minha atividade pública, seja da minha vida privada. Existe inquérito policial para apurar os supostos fatos narrados na delação mencionada. Tenho absoluta confiança que ao final será reconhecida a minha inocência", afirmou o parlamentar.

N.daR.: Entram governos, saem governos, ...e tudo continua parecido entre eles.
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Saúde
Petrobrás e Firjan estudam teste de covid-19 que reduz custo em 85% e amplia em 10 vezes alcance - Valor poderá chegar até R$ 13 contra R$ 90 dos atuais testes, do tipo RT-PCR, de alta precisão e considerado padrão ouro
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 07 de maio de 2020 | 15h47
Por Denise Luna

Petrobras RIO - Petrobrás e Firjan Senai estão pesquisando em parceria uma nova metodologia de testes para identificar a contaminação do novo coronavírus, com potencial de aumentar em até 10 vezes a capacidade de análise e reduzir em 85% os custos. Os atuais testes, do tipo RT-PCR, de alta precisão e considerado padrão ouro, custam em média R$ 90, ao passo que, com a nova abordagem, o valor poderá chegar até R$ 13, informa a Petrobrás em nota.
"A inovação é na metodologia de realização das testagens. A nova abordagem vai acelerar o protocolo de testes RT-PCR, pois permite a avaliação em pool, e não individual, da presença do vírus”, disse um dos líderes do projeto na Petrobrás, Rubens Akamine.
A nova metodologia, batizada de “pooling multiplex”, prevê a análise, em tempo real, das amostras para detecção da Covid-19 num mesmo grupo de pessoas - de uma mesma empresa, por exemplo. Com esse formato, o laboratório ainda otimiza a quantidade de reagentes químicos nos ensaios - de três para apenas um - e aumenta a escala das testagens, barateando o processo. Outro ganho é o melhor aproveitamento da infraestrutura de laboratórios.
"Para se ter uma ideia, uma máquina de testes RT-PCR consegue fazer 1.500 testagens por dia, ao passo que a nova abordagem permitirá a realização de até 15 mil testes diariamente", explica a Petrobrás em nota, observando que essa estimativa é conservadora, com possibilidade de aumentar em até 24 vezes o número de testes.
A expectativa é de que os novos testes sejam implementados nos próximos meses e a intenção é tornar viável os testes em massa no País, informa a Petrobrás.
“O Brasil enfrenta dois problemas: a demanda por testes supera a capacidade de execução e os preços são muito altos. Com o multiplex, o ganho em escala será muito maior. Nosso objetivo é reduzir a dependência à importação e ajudar a virar o jogo no combate à pandemia”, disse o líder de produção das esteiras técnicas da frente científica de combate ao coronavírus na Petrobrás, André Concatto.
O aumento de casos de Covid-19 na Petrobrás tem trazido preocupação aos trabalhadores da empresa, com os números de contaminados subindo diariamente, principalmente nos que têm acesso a plataformas de exploração e produção offshore. Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), até segunda-feira já eram 806 os contaminados pelo coronavírus na estatal, entre empregados e terceirizados.
A nova metodologia será aberta, para poder ser aplicada em outros laboratórios no País e no mundo. “Nossa expectativa é replicar essa abordagem para viabilizar as testagens em massa. A inovação é aberta. A intenção é que os fornecedores de insumos ajustem os kits com este novo método e adaptem suas linhas de produção”, complementou Concatto.
A metodologia RT-PCR - considerada padrão ouro pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para detecção do vírus SARS-CoV2 - requer que uma amostra seja testada em três diferentes reações para validação dos resultados. Além de o protocolo ser relativamente longo, a disponibilidade de insumos no mercado está limitada em todo o mundo.
"A ideia visa otimizar protocolos, combinando as três reações, de maneira que os testes individuais sejam realizados apenas após a detecção de um positivo neste grupo de amostras”, explica o pesquisador-chefe do Instituto Senai de Inovação em Química Verde, Antonio Fidalgo.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Opinião
O que explica o saldo comercial na pandemia - A força dos produtos primários compensou, em larga medida, a queda das exportações de manufaturados
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 08 de maio de 2020 | 03h00
Por Notas & Informações

Charge: Gilmar Fraga - Coronavírus Exportações de US$ 18,3 bilhões e importações de US$ 11,6 bilhões permitiram, em abril, um superávit comercial de US$ 6,7 bilhões, o maior para o mês nos últimos três anos, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia. Apesar da queda de 2,2% da corrente de comércio (soma de exportações e importações), para US$ 123 bilhões no primeiro quadrimestre do ano, o comércio exterior brasileiro parece sofrer menos as consequências da pandemia do que outras atividades econômicas, ajudando a atenuar seu impacto sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, bem como contribuindo para evitar déficit maior na conta corrente do balanço de pagamentos.
Pelo critério de média diária, as exportações caíram 0,3% entre abril de 2019 e abril de 2020 e as importações declinaram 10,5%. Especialistas já reveem, para mais, as expectativas para o superávit comercial do ano. A Secex espera saldo positivo da ordem de US$ 46,6 bilhões, apenas 3% inferior ao de 2019. A elevada competitividade dos produtos primários brasileiros e a demanda asiática, região para a qual se destinaram 47,2% do total das exportações brasileiras do primeiro quadrimestre, com crescimento de 15,5% em relação a igual período de 2019, tiveram papel decisivo no comportamento do comércio exterior.
Produtos do agronegócio como soja e farelo de soja, carnes bovina e suína e algodão bateram recordes históricos mensais de exportações em volume em março. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as exportações de itens agropecuários cresceram 17,5% no período.
Em contraste com a crise no mercado de petróleo, as exportações de óleo bruto atingiram 1 milhão de barris/dia em abril, 145% mais do que em abril de 2019. A Petrobrás atribuiu o fato à qualidade do óleo brasileiro.
A força dos produtos primários compensou, em larga medida, a queda das exportações de manufaturados, como veículos, celulose e motores. As vendas para a Ásia, não só para a China, mas para a Coreia do Sul, Cingapura e Tailândia, ajudaram a compensar a queda das vendas para os Estados Unidos e a América do Sul, não só para Argentina, mas para Chile, Uruguai, Paraguai e Peru. A China, ressalte-se, continua sendo o grande importador de produtos brasileiros, o que figuras importantes em Brasília não querem admitir.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: O Globo - Economia

Bolsonaro vai questionar Petrobras sobre reajuste da gasolina em 12%
- Presidente diz que não houve elevação da cotação do petróleo no mercado internacional para justificar essa decisão

Publicado: O Globo - Impresso 08/05/2020 Pág. 20 | On Line 07/05/2020 - 23:50 / Atualizado em 07/05/2020 - 23:56
por Rafael Walendorff, do Valor

Petrobras BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro disse que vai questionar a Petrobras sobre o aumento de 12% no preço da gasolina nas refinarias, que classificou de “manobra”. Ele afirmou que não constatou elevação no petróleo a nível mundial, o que não justificaria a atualização no Brasil.
O comentário foi feito após Bolsonaro afirmar que não vai aumentar a Cide sobre o combustível como pediu o setor sucroalcooleiro, medida defendida pelos ministros Bento Albuquerque, de Minas e Energia, e da Agricultura, Tereza Cristina.
- A Petrobras subiu 12% a partir de hoje. Eu não vi o preço do petróleo aumentar lá fora para subir 12 % aqui dentro. Quero saber que manobra foi essa. Não é interferir, é um direito que tenho de saber. Não sei porque a Petrobras aumentou, ela segue a política internacional do preço do petróleo - disse Bolsonaro, na porta do Palácio da Alvorada.
A decisão da Petrobras foi anunciada na quarta-feira, com efeitos a partir desta quinta. Foi a segunda vez que a Petrobras aumenta os preços da gasolina no ano. No dia 20 de fevereiro o reajuste foi de 3%, que foi seguido por sucessivas reduções após o início do isolamento social, que fez a demanda despencar, e da crise internacional do petróleo.

N.daR.: O cometário de Bolsonaro demonstra o total desencontro entre o que diz pensar e aquilo que é executado sob o seu "comando".
A cada dia uma nova contradição, um novo ataque a qualquer um, uma desmontração de desgoverno.
Sobre o assunto a reportagem já dissemos: Quem reclama quando a Petrobras baixa os preços? Quem reclama quando a Petrobras aumenta os preços? Os mesmos. Considerando que qualquer interessado pode importar combustíveis, são estes, que atuam em paralelo à Petrobras, é que se insurgem contar a Petrobras.
Pois, se o preço baixa, suas margens/lucros diminuem. Se os preços sobem, mas não o suficiente para garantir suas margens/lucros, fazem pressão para que isto ocorra.
Então, se não houvesse a Petrobras como estariam os preços? Bem maiores para que lucros sejam garantidos em patamar acima do que seria razoável.
E é por essas e outros razões que o desmanche da Petrobras, promovido por Paulo Guedes, ministro da Economia, e seu acólito e presidente da empresa, Castello Branco, tem que ser concretizado, para que poucos possam ganhar muito.
A tudo, impassíveis, omissos e - quem sabe - coniventes, assitem políticos, mídia, ex-militares ou não.
Patriotismo? Onde? Quem?
No Brasil a nação perde os anéis e os dedos.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
Com mais de 800 casos de Covid-19, Petrobrás pode enfrentar ação do Ministério do Trabalho - Estatal tem mais casos confirmados que o total registrado em três Estados; outros 1.642 possíveis infectados ainda estão sendo analisados
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 07 de maio de 2020 | 07h00
Por Fernanda Nunes e Denise Luna

Charge: Gilmar Fraga - Coronavírus RIO - Essenciais à continuidade do abastecimento de combustíveis no País, trabalhadores em plataformas e refinarias da Petrobrás estão na linha de frente de exposição ao coronavírus. Mais de 800 petroleiros próprios da empresa e terceirizados já foram contaminados, segundo o Ministério de Minas e Energia, que no seu cálculo utilizou informação repassada pela própria petroleira. Há ainda 1.642 casos sendo investigados.
O número de confirmações dentro da Petrobrás supera o total de casos contabilizado pelo Ministério da Saúde em três Estados - Mato Grosso (365), Mato Grosso do Sul (283) e Tocantins (303).
Os casos de contaminação em plataformas e ambientes da Petrobrás são analisados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). "Temos algumas investigações em andamento em relação às empresas afretadas (empresas contratadas pela estatal para operar as plataformas) para que elas apliquem os mesmos procedimentos adotados pela estatal. Se a gente não conseguir, numa eventual ação judicial, a Petrobrás também tem de ser responsabilizada, porque ela é a concessionária (do campo)", diz a coordenadora nacional do Trabalho Portuário e Aquaviário do MPT, Flávia Baule.
A aglomeração e o confinamento próprios do trabalho nas plataformas de petróleo, naturalmente, facilitam a disseminação da Covid-19 entre os petroleiros, dizem especialistas. O MPT e os sindicatos dos trabalhadores questionam a efetividade e os prazos das medidas tomadas pela empresa para lidar com o problema.
O diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, afirma que os "trabalhadores do Sistema Petrobrás não se sentem seguros, desde a hora que têm de pegar o transporte até o trabalho nas unidades operacionais para garantir serviços essenciais à população". A maior parte da contaminação acontece no Rio de Janeiro, na Bacia de Campos. São 620 casos confirmados no Estado, segundo o MPT.
Parte da explicação para o forte avanço da doença na Petrobrás está na natureza da atividade de exploração e produção de petróleo, diz Yuri Lima, engenheiro de produção e pesquisador do Laboratório do Futuro (LabFuturo) da Coppe/UFRJ. Segundo ele, a atividade nas plataformas marítimas é naturalmente propícia à proliferação do coronavírus, porque nelas os trabalhadores ficam confinados em espaços fechados de hotelaria, que são os locais de convívio diário de toda tripulação.
Dependendo do tamanho da unidade, de 50 a 200 pessoas compartilham essa área, que inclui quartos, refeitório, área de lazer, banheiros, escritórios e salas de operação remota. Com a aglomeração nesses espaços, rapidamente um doente pode virar foco de contaminação dos demais trabalhadores e, ao desembarcar, pode ser um transmissor para a família e passageiros do transporte até em casa, destaca Lima.
"O problema é que a Petrobrás demorou a agir e algumas medidas básicas ainda não estão sendo tomadas, como a realização de testes em todas as unidades operacionais. O sindicato tem alertado a empresa desde janeiro por meio de ofício e parecer do nosso médico do trabalho, mas a linha tem sido de evitar nossa participação e negligenciar vidas", diz Tezeu Bezerra, coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), representante dos empregados da Bacia de Campos.

Medidas de contenção
Na tentativa de fazer frente à pandemia, os gestores da Petrobrás começaram a adotar iniciativas de prevenção em meados de março. A principal delas foi a medição de temperatura e anamnese, feita por uma equipe de saúde da empresa, de quem embarcava para as unidades marítimas. Em seguida, alterou a rotina nas embarcações. A escala de trabalho passou de 14 para 21 dias consecutivos. O contingente embarcado foi reduzido à metade. E foram estabelecidas restrições ao uso dos espaços de convívio.
Mas, até então, não havia qualquer garantia de que os petroleiros já não chegavam contaminados para o confinamento. Somente no último dia 20 a empresa passou a analisar mais criteriosamente a tripulação antes de liberá-la ao embarque. Neste momento, porém, 236 empregados próprios e terceirizados já estavam contaminados e havia a suspeita de que mais de mil também estivessem com a doença, segundo o MME.
Apenas na semana passada, no dia 26 de abril, com 510 confirmações da Covid-19, a estatal passou a distribuir máscaras de pano, as mesmas usadas pela população em geral. Ela argumenta que teve dificuldade de encontrar máscaras no mercado para vender e, por isso, num primeiro momento, orientou os funcionários a adquirirem por conta própria.
Um tripulante de uma grande plataforma, que pediu para não ter o nome e o local de trabalho revelados, contou ao Estadão/Broadcast que embarcou para uma plataforma no início de abril, quando ainda não eram feitos testes pré-embarque. No fim do mês, voltou para casa com receio de ter sido contaminado por um colega de trabalho com sintomas da doença. Como não dividiu quarto com esse colega, não passou pelo teste da empresa no pós-embarque. Resolveu, então, pagar a um laboratório particular seu próprio exame, que deu positivo. Ele continua sem sintomas. Mas sua mulher começa a sentir febre.

Estatal já testa colaboradores
A Petrobrás, por meio de sua assessoria de imprensa, diz que já realizou cerca de 6,3 mil testes para Covid-19 entre seus empregados, prestadores de serviços e contactantes de casos suspeitos. Desse total, cerca de 4 mil foram testes do tipo rápido, que detectam anticorpos e vêm sendo usados, por exemplo, para triagem dos profissionais antes do início das atividades em áreas operacionais, principalmente em plataformas.
A companhia afirma também que, desde o início da pandemia, vem adotando uma série de medidas preventivas. Entre elas, "orientações sobre higiene e etiqueta respiratória, redução do efetivo nas atividades operacionais, alterações na rotina operacional para possibilitar o distanciamento entre as pessoas, monitoramento contínuo e testagem de todos os colaboradores com suspeita, isolamento com monitoramento médico pré-embarque, triagem médica e testagem rápida pré-embarque".
A Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) diz que as empresas "vêm estabelecendo procedimentos de contingência para manutenção das operações de forma segura e em conformidade com a regulação, o que vem sendo acompanhado diariamente pela ANP".

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
Sindicato entra com ações na Justiça para Petrobrás reforçar medidas contra pandemia - A Federação Única dos Petroleiros (FUP) já pediu na Justiça a alteração da jornada de trabalho nos Estados do Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Espírito Santo
Publicado: Estado de São Paulo | On Line 07 de maio de 2020 | 07h00
Por Fernanda Nunes e Denise Luna

Charge: Erasmo Spadotto - Coronavírus RIO - A contaminação acelerada da Covid-19 entre funcionários de plataformas e refinarias da Petrobrás é o foco de dezenas de ações judiciais impetradas pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa a maioria dos empregados da estatal. Especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast afirmam que, no futuro, a empresa pode ter as finanças afetadas por essas ações.
Mais de 800 petroleiros próprios da empresa e terceirizados já foram contaminados, segundo o Ministério de Minas e Energia, que no seu cálculo utilizou informação repassada pela empresa. Há ainda 1.642 casos sendo investigados.
A companhia petrolífera, por meio de sua assessoria de imprensa, informa que até o dia 2 de maio, 330 empregados (em um total de 46.416) tiveram teste positivo para Covid-19, sendo que 143 já se encontram recuperados. Todos os empregados com suspeita passam por teste. Ela não contabiliza a contaminação de terceirizados, que são maioria nas plataformas. A empresa também não divulga possíveis mortes. Mas a FUP diz ter conhecimento de pelo menos seis óbitos.
Na Justiça, o sindicato questiona, principalmente, a distribuição pela empresa de máscaras eficientes e a realização de testes para examinar possíveis contaminações dos empregados de todas as unidades operacionais. Os processos não vão chegar a ser julgados neste ano, por conta da quarentena no judiciário. Ainda assim, a FUP vai recorrer às liminares para tentar forçar a companhia a atender suas reivindicações.
Até agora, a federação entrou com pedido de liminar contra alterações da jornada de trabalho na Justiça do Amazonas, Duque de Caxias (RJ), Rio Grande do Sul, Paraná e Espírito Santo.
"A Petrobrás vem aproveitando a emergência da pandemia para reduzir o custo da mão de obra. Promove modificações para pior em termos de Jornada de Trabalho, remuneração, e segurança, saúde e meio ambiente", diz Jorge Normando Rodrigues, assessor jurídico da FUP.
Para o sócio do Terciotti Andrade Gomes Donato Advogados, Marcelo Marinho, a infecção por Covid-19, se for configurada como doença ocupacional, pode gerar o direito à estabilidade no emprego por 12 meses após o retorno, "o que certamente teria impacto no caixa da empresa, ainda mais se pensarmos na grande quantidade de pessoas que podem se contaminar", afirmou Marinho.
Já Rodrigo Moreira, sócio do Vieira Rezende, afirmou que a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou sem efeito artigo da Medida Provisória 927/2020, que dizia que a Covid-19 não seria considerada doença ocupacional faz com que as empresas possam ser responsabilizadas caso o empregado seja contaminado no ambiente de trabalho, ou até mesmo no trajeto entre o trabalho e a residência. "Isso certamente terá grande impacto nas relações de trabalho e no passivo trabalhista das empresas", avaliou.
"Junto do Ministério Público do Trabalho (MPT), os sindicatos podem promover uma ação civil pública. Ao definir possíveis multas, a Justiça considera o tamanho do dano, o número de pessoas atingidas e o potencial econômico da empresa. Para uma empresa como a Petrobrás, costuma ser alta. Já vi casos semelhantes com multas de até 30% do faturamento anual e efeitos no caixa", avalia Leonardo Carvalho, sócio das áreas trabalhista e previdenciária do BVA Advogados.

MPT acompanha avanço do vírus na empresa
A coordenadora nacional do Trabalho Portuário e Aquaviário do MPT, Flávia Bauler, acompanha diariamente o avanço da Covid-19 na Petrobrás. Segundo ela, a estatal está fazendo um monitoramento domiciliar da doença entre os seus empregados e testes rápidos nos embarques para as suas plataformas. Mas nem todas as medidas envolvem terceirizados, que nas plataformas são maioria.
"A gente tem algumas investigações em andamento em relação às empresas afretadas (empresas contratadas pela Petrobrás para operarem as plataformas) para que elas apliquem os mesmos procedimentos adotados pela estatal. Se a gente não conseguir, numa eventual ação judicial, a estatal também tem que ser responsabilizada, porque ela é a concessionária (do campo)", acrescenta.
Outro prejuízo possível de acontecer à empresa, segundo a FUP, é que, com o crescimento da doença, e com menos gente disponível para a operação, a produção das plataformas seja afetada.
A Petrobrás, por meio de sua assessoria de imprensa, diz que testa os terceirizados no embarque. Afirma também que tem tomado uma série de medidas preventivas desde o início da pandemia. Além das mudanças na rotina de trabalho para ampliar o distanciamento entre os funcionários, tem realizado testes nos que apresentam suspeita de contaminação e, nas plataformas marítimas, adota medidas preventivas antes do embarque, como o monitoramento médico e a realização de testes rápidos. Suspeitos e contaminados são isolados, segundo a companhia, que iniciou também o monitoramento domiciliar.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Política
Tribunal da Lava Jato nega recurso de Lula e mantém pena de 17 anos de prisão no caso sítio de Atibaia - Recursos da defesa do petista foram rejeitados pelos desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4); é a mais pesada sanção imposta pela Lava Jato ao ex-presidente
Publicado: Estado de São Paulo - Impresso 07.05.2020 Pág. A7 | On Line 06 de maio de 2020 | 16h27
Por Paulo Roberto Netto

Lula no sítio de Atibaia - Do laudo Os desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o Tribunal da Lava Jato, negou os recursos apresentados pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e mantiveram a sentença proferida pela corte em novembro do ano passado, de 17 anos e um mês de prisão, em regime fechado. É a pena mais pesada imposta pela Lava Jato ao petista.
Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do sítio de Atibaia. O recurso buscava reverter aspectos da sentença. Os desembargadores também negaram pedido preliminar da defesa de Lula, que buscava remarcar o julgamento para uma data futura, de forma a garantir que ele fosse feito presencialmente.
O julgamento desta quarta, 6, foi concluído no plenário virtual do TRF-4. A análise do caso começou na semana passada.
O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF-4, afirmou que os recursos de Lula demonstram ‘inconformismo da defesa’ com a condenação e buscavam rediscutir o mérito do caso, o que não pode ser feito com embargos de declaração.
Segundo Gebran Neto, a defesa deve buscar a modificação pretendida por via recursal adequada.
O relator destacou em sua manifestação que, nos autos, ficaram demonstrados a ‘autoria do ex-presidente’ nos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ‘destacando-se a sua posição na engrenagem do esquema formado na Petrobrás e o fato de ser o real destinatário das benfeitorias realizadas no sítio em Atibaia, ocultando a origem dos valores e a titularidade do imóvel.
É a segunda sentença em segundo grau de Lula nos processos da Lava Jato, em Curitiba. Em janeiro de 2018, o mesmo TRF-4 condenou o ex-presidente a 12 anos de prisão no processo do tríplex do Guarujá (SP) e determinou a prisão do petista para início do cumprimento provisório da pena, assim que esgotado os recursos no tribunal. A pena foi depois reduzida para 9 anos, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em julgamento no ano passado.
Lula foi preso em abril de 2018, após a condenação em segunda instância do caso triplex, e solto em novembro do ano passado após o Supremo Tribunal Federal rever entendimento sobre execução de pena antes do transito em julgado (quando o caso já não cabe recursos). Por conta da mudança jurídica, o petista segue respondendo aos dois processos em liberdade.
m primeira instância, Lula foi sentenciado no caso do sítio de Atibaia em fevereiro de 2019 pela 13.ª Vara Federal em Curitiba por supostamente receber R$ 1 milhão em propinas via reformas do sítio de Atibaia, que está em nome de Fernando Bittar, filho do amigo de Lula e ex-prefeito de Campinas, Jacó Bittar.
A Lava Jato apontou que o sítio passou por três reformas: uma sob comando do pecuarista José Carlos Bumlai, no valor de R$ 150 mil, outra da Odebrecht, de R$ 700 mil, e uma terceira reforma na cozinha, pela OAS, de R$ 170 mil. Total de R$ 1,02 milhão gastos pelos acusados. Os pagamentos tiveram relação com negócios na Petrobrás e os caixas de propinas acertados entre as empreiteiras e o PT.
Moro. Outro pedido da defesa de Lula era relacionada a suspeição do ex-juiz federal Sérgio Moro. De acordo com Gebran Neto, relator da Lava Jato, o hoje ex-ministro não presidiu o interrogatório de Lula e nem deferiu a sentença no sítio de Atibaia – proferida pela juíza substituta Gabriela Hardt.
Gebran Neto também pontuou que, durante o mérito do julgamento de Lula no tribunal, a contaminação do processo por suspeição de Moro foi rechaçada pela 8ª Turma e que os recentes acontecimentos envolvendo o ex-ministro do governo Bolsonaro não invalidam os argumentos do colegiado.
Lula também teve negado pedido para realizar novas diligências, mas Gebran Neto afirmou que a fase de instrução do processo foi encerrada e, por isso, não é possível reabrir a fase em segundo grau por iniciativa da defesa.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA CRISTIANO ZANIN, QUE DEFENDE LULA:
Em relação ao julgamento virtual finalizado hoje (06/05/2020) pela 8ª. Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª. Região (“embargos de declaração” – Autos nº 5021365-32.2017.4.04.7000/PR), reforçamos o caráter injusto e arbitrário da decisão que manteve a condenação do ex-presidente Lula, originariamente imposta por sentença proferida por “aproveitamento” de outra sentença proferida pelo ex-juiz Sergio Moro – que também foi o responsável pela instrução do processo com a parcialidade que sempre norteou sua atuação em relação a Lula, como sempre demonstramos e como foi reforçado pelo escândalo da Vaza Jato. Esclarecemos ainda que:
1 – É sintomático que o TRF4, após ter julgado o recurso anterior (apelação) com transmissão ao vivo e grande espetáculo, tenha realizado esse novo julgamento, contraditoriamente, pelo meio virtual, que sequer permite aos advogados de defesa participem do ato e, se o caso, possam fazer as intervenções previstas em lei (Estatuto do Advogado) para esclarecimento de fatos ou para formulação de questões de ordem. Essa situação, por si só, configura violação à garantia constitucional da ampla defesa e violação às prerrogativas dos advogados.
2 – Com a rejeição do recurso, diversas omissões, contradições e obscuridades apontadas em recurso de 318 laudas e que dizem respeito a aspectos essenciais do processo e do mérito do caso deixaram de ser sanadas — inclusive o fato de Lula ter sido condenado nessa ação com base na afirmação de que “seria o principal articulador e avalista de um esquema de corrupção que assolou a Petrobras”, em manifesta contradição com sentença definitiva que foi proferida pela 12ª. Vara Federal de Brasília, que absolveu o ex-presidente dessa condenação com a concordância do Ministério Público Federal (Ação Criminal nº 1026137-89.2018.5.01.3400 – caso conhecido como “Quadrilhão”). Nesta decisão proferida pela Justiça Federal de Brasília, o juiz federal prolator, Dr. Marcos Vinicius Reis Bastos, fez consignar com precisão e de forma inconciliável com as decisões proferidas no processo em referência, que “a utilização distorcida da responsabilização penal, como no caso dos autos de imputação de organização criminosa sem os elementos do tipo objetivo e subjetivo, provoca efeitos nocivos à democracia, dentre elas a grave crise de credibilidade e de legitimação do poder politico como um todo”.
3 – Mesmo com todo o cerceamento de defesa imposto ao longo da fase de instrução pelo então juiz Sergio Moro, conseguimos comprovar, por perícia, a partir da análise da suposta cópia dos sistemas da Odebrecht que estão na posse da Polícia Federal, que os R$ 700 mil que o MPF acusou Lula de ter recebido em suposta reforma no sítio de Atibaia, foram, em verdade, sacados em favor de um alto executivo da própria Odebrecht. A prova, no entanto, foi simplesmente desprezada pela sentença e também pelo TRF4. O que foi levado em consideração foram apenas depoimentos de delatores que foram beneficiados para acusar Lula — inclusive o de Marcelo Odebrecht, que em depoimento posterior, prestado em ação penal que tramita perante a Justiça Federal de Brasília, reconheceu que “é tremendamente injusto fazer uma condenação de Lula sem que esclareça as contradições dos depoimentos de meu pai e Palocci”
4 – Assim que os votos proferidos no julgamento virtual forem disponibilizados na plataforma do TRF4 definiremos o recurso que será interposto para reverter essa absurda condenação.
Cristiano Zanin Martins

N.daR.: ...e continua gozando da liberdade?
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: O Globo - Economia

Petrobras anuncia aumento de 12% nos preços da gasolina
- Em média, o litro do combustível nas refinarias vai aumentar R$ 0,11 a partir desta quinta-feira. No ano, queda acumulada é de 46,6%

Publicado: O Globo - Impresso 07/05/2020 Pág. 23 | On Line 06/05/2020 - 15:56 / Atualizado em 06/05/2020 - 19:22
por Ramona Ordoñez

Petrobras RIO – Com a recuperação da cotação do petróleo no mercado internacional e a disparada do câmbio, a Petrobras anunciou nesta quarta-feira o aumento dos preços da gasolina no país. O reajuste médio nas refinarias será de 12%, ou, em média, R$ 0,1097 por litro. Os novos valores passam a vigorar nesta quinta-feira.
Até o momento, a estatal não anunciou alterações nos preços do diesel. Esta é a segunda vez que a Petrobras aumenta os preços da gasolina no ano. No dia 20 de fevereiro o reajuste foi de 3%, que foi seguido por sucessivas reduções após o início do isolamento social, que fez a demanda despencar, e da crise internacional do petróleo.
Na semana passada, a gasolina era vendida nos postos do país a um preço médio de R$ 3,929 o litro, com queda acumulada de 13,7% em comparação com os R$ 4,555 cobrados no último dia de 2019, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Nas refinarias, os preços da gasolina acumulam redução de 46,6% no ano, já considerando o novo reajuste de 12%. Com o aumento, o litro da gasolina passa a custar, em média, R$ 1,02, o menor valor desde setembro de 2005.
Normalmente, os aumentos são repassados de imediato para as bombas, mas as reduções seguem ritmo mais lento. Uma das explicações é que os estoques, tanto das distribuidoras como dos postos, estão elevamos por causa da queda no consumo. Além disso, a parcela da Petrobras na composição do preço final na gasolina é de apenas 18%, que se somam a impostos federais de 18% (Cide, Pis e Cofins) e estaduais, o ICMS de 33% em média, além de 11% do custo do etanol anidro e 20% de margem da distribuição e revenda.
Já o diesel acumula queda de 14,6% nas bombas. Na semana passada, o combustível era vendido, em média, por R$ 3,203, contra R$ 3,751 no último dia de 2019. Nas refinarias, a queda acumulada é de 44,1%, com o litro custando R$ 1,30, o menor valor desde julho de 2012.
Nos últimos dias, o barril do tipo Brent, referência no mercado internacional, começou a recuperar valor após tombo histórico. Nesta quarta-feira, ele está sendo negociado a US$ 28,95. No câmbio, do dia 1º de abril até 5 de maio, a valorização do dólar foi de 7,92%, passando de R$ 5,262 para R$ 5,679.
Para Sérgio Araujo, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o reajuste é natural e, na sua opinião, menor que o esperado. Desde o dia 21 de abril, quando a estatal fez sua última alteração no preço do combustível, com corte de 8%, o dólar e o barril de petróleo se valorizaram.
— Eu entendo que a Petrobras demorou a reagir porque está com estoques de gasolina muito elevados e a volatilidade está alta. Então, ela aguarda uma certa estabilização para a tomada de decisão. Mas esse aumento anunciado hoje é pouco, ainda não chega na paridade — afirmou Araujo, que estima defasagem em torno de 20% nos preços da gasolina.
Por Termo de Compromisso de Cessação assinado ano passado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, a companhia é obrigada a acompanhar os preços internacionais dos combustíveis.
Analistas do mercado descartam que a atual defasagem nos preços seja resultado de orientação do governo federal. Eles acreditam que o problema está no estoque elevado por causa na queda na demanda. E a estatal tem pouca margem para reduzir a produção, pois o combustível é produzido junto com o GLP, gás usado nos botijões para consumo residencial.

N.daR.: Quem reclama quando a Petrobras baixa os preços? Quem reclama quando a Petrobras aumenta os preços? Os mesmos. Considerando que qualquer interessado pode importar combustíveis, são estes, que atuam em paralelo à Petrobras, é que se insurgem contar a Petrobras.
Pois, se o preço baixa, suas margens/lucros diminuem. Se os preços sobem, mas não o suficiente para garantir suas margens/lucros, fazem pressão para que isto ocorra.
Então, se não houvesse a Petrobras como estariam os preços? Bem maiores para que lucros sejam garantidos em patamar acima do que seria razoável.
E é por essas e outros razões que o desmanche da Petrobras, promovido por Paulo Guedes, ministro da Economia, e seu acólito e presidente da empresa, Castello Branco, tem que ser concretizado, para que poucos possam ganhar muito.
A tudo, impassíveis, omissos e - quem sabe - coniventes, assitem políticos, mídia, ex-militares ou não.
Patriotismo? Onde? Quem?
No Brasil a nação perde os anéis e os dedos.
Aqueles que também

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha de São Paulo - mercado
Pandemia remodela papel de cadeias globais de produção - Globalização centrada em linhas da China é alvo de debate, inclusive no Brasil
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 6.mai.2020 à 0h00
Por Igor Gielow

Cadeias de Produção  - Folha de São Pulo / 06.05.2020

Entre os impactos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia mundial, o efeito sobre o modelo de cadeias globais de produção é um dos mais evidentes.
Afinal, foi no país-símbolo da globalização de linhas, a China, que a crise começou –e, apesar de a curva de infecção parecer sob controle, a reabertura econômica por Pequim ainda é tímida.
Cerca de 16% do Produto Interno Bruto mundial é chinês, ante 4,3% registrados na crise sanitária anterior de grandes proporções no país, a epidemia da Sars, em 2002-3.
"A globalização vai sofrer um choque, com maior protecionismo. Antes do lockdown, os EUA já vinham num movimento de reindustrialização", avalia Paulo Cardamone, da Bright Consulting.
Especialista no setor automotivo, ele lembra que cada mercado e setor tem sua peculiaridade, não sendo possível desenhar uma resposta única à crise.
"Cerca de 30% de um carro de entrada no Brasil é importado. Essa realidade será confrontada com o dólar a mais de R$ 5 quando o consumo voltar."
Em suas contas, pode haver um aumento de 7% a 8% no preço de carros dessa categoria, e bem mais em modelos mais sofisticados.
A GM, por exemplo, anunciou nesta terça (5) um aumento linear de 4% para sua linha.
A China é a maior fornecedora de autopeças para o Brasil, com 13% dos US$ 13,2 bilhões (cerca de R$ 73 bilhões nesta terça) importados no ano passado.
Mas é um mercado muito pulverizado, com 9 grandes atores e 154 países fornecendo 32% do que é comprado.
"O processo de nacionalização é natural. Montadoras têm milhares de fornecedores, se o custo empatar, elas preferem o produtor local pela logística", diz o diretor técnico da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos", Henry Joseph Junior.
A questão é que boa parte da eletrônica embarcada em carros vem hoje da afetada China. Cerca de 50% da frota brasileira hoje tem câmbio automático, que não é feito no país.
Há questões colocadas acerca da saúde das fornecedoras médias e pequenas.
Elas são cerca de 300 das 450 do gênero no país.
O setor já havia sido castigado na recessão de 2015-16 e ainda não havia se recuperado do tombo.
Mas o Brasil pode também lucrar com uma desconcentração de linhas da China.
Antes mesmo da crise, segundo Joseph, havia uma discussão na indústria de transformar o Brasil em fornecedor de motores a combustão para todo o mundo –parques mais sofisticados se dedicariam a modelos elétricos.
Para David Simchi-Levi, professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology, EUA) e especialista em cadeias de suprimento, ainda não é possível quantificar a disrupção em todo o mundo.
Na avaliação dele, o problema maior será o tombo financeiro que empresas conectadas às cadeias levarão, dado que o consumo dificilmente voltará aos níveis pré-crise tão cedo.
O especialista prevê que países do Sudeste Asiático tenderão a receber parte da capacidade instalada na China hoje em vários setores.
A globalização como a conhecemos atingiu seu pico em 2007. Desde então, os fluxos internacionais de comércio sofreram o baque da crise de 2008 e nunca voltaram ao nível anterior.
Mesmo a participação das cadeias na economia mundial parou de crescer, ficando na casa dos 50%, segundo o Banco Mundial.
Essa relativização, como dito, não é uniforme. A crise do coronavírus foi mais óbvia no setor de fármacos.
Talvez 80% dos insumos consumidos no Brasil venham da China e da Índia, que restringiu exportações por motivos de biossegurança: no aperto, os países priorizam seus habitantes.
Nos EUA, a importação é de 72%. Máscaras cirúrgicas, item essencial hoje, são 95% importadas da China, o que levou o governo a aplicar um ato de tempos de guerra para eventualmente forçar empresas a redirecionar suas linhas de produção.
Segundo o Instituto de Gestão de Suprimentos (EUA), a mais tradicional instituição de estudos sobre o tema do mundo, havia pouco preparo para a crise.
Em março, o instituto fez uma pesquisa com 628 grandes integrantes americanos de cadeias globais para aferir o impacto da paralisação da produção chinesa devido à emergência sanitária.
Nada menos do que 44% dos ouvidos disseram não ter planos de contingência na área, e 75% deles relataram algum tipo de interrupção de seus fornecedores chineses.
No Brasil, o setor químico é um dos mais preocupados com o desenvolvimento da crise. Há quatro anos, 30% de seus insumos vinham de fora; hoje o índice é de 43%.
"Nós temos escala global para produzir muitas coisas, mas hoje importamos ureia e amônia para fertilizantes", diz Ciro Marino, presidente da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química).
O setor virou um caso de estudo no começo da pandemia. O Brasil tem álcool de sobra, mas não produzia o espessante para fazer a agora imprescindível versão em gel.
O resultado foi a conversão de algumas linhas, como na Dow, para a produção do insumo que sumiu do mercado.
Para Marino, "o mundo se acostumou a essa globalização". "Nós não fazemos farmoquímicos para os defensivos agrícolas. É uma questão de biossegurança, de segurança alimentar", diz.
Ele admite que a transição para alguma nacionalização do setor não será nem fácil, nem rápida, especialmente com a saída progressiva da Petrobras do ramo petroquímico nos últimos anos.
Há entraves. Diversos setores entregaram ao Ministério da Economia um estudo mostrando que só a logística do custo Brasil custa anualmente ao país R$ 1,5 trilhão acima do custo médio de países da OCDE, o clube de economias mais avançadas.
Marino vê áreas que podem avançar mais rapidamente, como a exploração de gás natural liquefeito. Hoje, o gás nos EUA custa cerca de R$ 10 por milhão de BTUs (unidade métrica britânica, em inglês). Na Europa, é o dobro, e, no Brasil, cinco vezes mais.
A pasta de Paulo Guedes informou que está em discussões com diversos setores, mas que o foco agora são os impactos mais emergenciais da crise. Além disso, a equipe econômica tende a ver com desconfiança a ideia de nacionalizações que não obedeçam a lógicas de mercado.

N.daR.: Diz a equipe de Paulo Guedes, ministro da Economia: "a equipe econômica tende a ver com desconfiança a ideia de nacionalizações que não obedeçam a lógicas de mercado.".
Mas o que seria a lógica do mercado? O desmanche da Petrobras? A concentração do mercado como foi o caso da BR Distribuidora, nas mãos da Raízen/Shell?
Seria talvez, a saída compulsória da Petrobras do mercado de gás, mercado esse mais do que competitivo?
Tudo sob os olhares passivos e complacentes de políticos, ex-militares ou não, e com o apoio de Bolsonaro.
Entram governos, saem governos, ...e tudo continua parecido entre eles.

* Fonte primária: Estadão
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Fontes: Folha de São Paulo - colunas e blogs
Não há motivos para Procon ter tabelado preço máximo do gás, diz ANP - Agência afirma em parecer que medida é risco para dinâmica do mercado
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 6.mai.2020 às 8h00
Por Bruna Narcizo

Gás de cozinha - Foto: Caetano Barreira / Reuters A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) emitiu um parecer contrário à medida tomada pela Fundação Procon-SP, que fixou em R$ 70 o preço máximo do botijão de gás de cozinha de 13 kg no estado de São Paulo.
A agência se posicionou sobre o assunto após pedido da Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), órgão vinculado ao Ministério da Justiça.
O secretário da Senacon, Luciano Timm, afirmou que o órgão tomou conhecimento do caso por meio de uma reclamação formal feita pelo Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liqüefeito de Petróleo).
“Após isso, pedimos pareceres de órgãos como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a ANP”, disse.
No parecer, a ANP conclui que a medida tomada pelo Procon representaria riscos de redução da dinâmica competitiva no mercado.
A agência diz que não identificou aumentos abruptos e generalizados nos preços do botijão por causa da pandemia do coronavírus, e que portanto não haveria motivo para o tabelamento de preços.
A ANP afirma ainda que o aumento do número de pessoas cozinhando em suas casas foi o que fez com que os preços subissem.
Na semana passada, o Cade também se posicionou contrário à medida tomada pelo Procon paulista. Na nota técnica enviada para a Senacon, o órgão afirma que a atuação pode causar efeitos indesejados.
Segundo o Cade, a fixação de valores máximos de GLP pode gerar efeitos negativos como a falta de sinalização de preços para consumidor e "geração de ponto focal para revendedores que possuíam preços mais baixos que os indicados pelo Procon SP”.
O órgão chama atenção para o fato de que possa haver desabastecimento eventual nos estabelecimentos que possuíam preços mais altos aos indicados pelo Procon.
“Frise-se também que tal intervenção é destinada exclusivamente à revenda de GLP, sem impacto no debate de preços de outros elos da cadeia, que também podem ter algum tipo de papel na precificação, punindo-se o revendedor, em detrimento de outros agentes que também lucram neste mercado”, segue o documento feito pelo Cade.
O diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez, afirma que se surpreendeu com os posicionamentos do Cade e da ANP. Ele diz que o preço máximo foi estipulado após acordo do órgão com os revendedores do estado.
“Falamos com os revendedores que iríamos uma fiscalização intensa com relação aos preços e eles disseram que poderiam vender a R$ 70. Eles já nos garantiram que não há risco de desabastecimento. O preço normalizou abaixo de R$ 70”, afirmou.
Timm, da Senacon, afirma que outro problema desse tipo de prática é que Procons de outros estados podem ser pressionados a fazer o mesmo.
“No fundo, uma atitude assim gera pressão nos outros Procons. O Procon de Minas Gerais, por exemplo, disse que as escolas tinham que dar desconto de 29% na mensalidade. Com isso, as populações de outros estados vão em cima dos seus respectivos Procons”, disse ele.
Nas refinarias da Petrobras, o preço do gás de cozinha despencou no fim de março e o repasse ainda não foi feito para o consumidor final.
A Petrobras já promoveu quatro cortes no preço do gás de cozinha em 2020 --um de 3% em fevereiro e outro dois, de 5% e 10%, em março--, já em meio aos efeitos da pandemia do coronavírus sobre as cotações do petróleo.
No ano, o valor de venda do combustível pelas refinarias da estatal acumula queda de 21%.
De acordo com a ANP, o preço médio de venda do botijão no país era na semana passada 0,24% inferior ao praticado na segunda quinzena de março, a última antes dos cortes mais profundos nas refinarias.
Timm afirma que o setor tem problemas de concentração, o que, segundo ele, pode dar margem para as práticas de cartel. “Só que não se resolve com preço máximo, mas atacando o problema na causa.”
A Senacon também oficiou o Procon-SP. “Precisamos entender o que aconteceu. Não vamos tomar um posicionamento sem ter a ciência completa. A gente entende que tabelamento não existe no brasil, mas quer entender exatamente o que houve. O Procon deve ter tido razões”, diz Timm.
Segundo ele, a Senacon deve emitir um posicionamento sobre o assunto até o final do mês.
Capez diz que vai ignorar as notas e seguir fiscalizando. “Hoje estive em uma distribuidora que fica em São Miguel Paulista. A família do revendedor disse que era bom que a gente tava fazendo o trabalho e que estavam vendendo a R$ 65 que é o preço justo.”
Ele diz que tem um ótimo relacionamento com a Senacon. “Mas desculpe. Não dá para aceitar essa crítica que protege o lobby dos distribuidores de gás. Nossa função é proteger o consumidor no momento em que ele está perdendo poder aquisitivo por conta do coronavírus”, afirma.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: Folha de São Paulo - colunas e blogs
'Linha do tempo' muda e embaralha uso político do coronavírus - Mortes pela Covid-19 nos EUA e Europa teriam começado semanas ou até 'meses antes' do que se pensava
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 6.mai.2020 à 0h00
Por Nelson de Sá

Exportações - Mercado e Consumo - Reprodução De uma hora para outra, desapareceram as manchetes digitais sobre a cobrança pelos EUA de reparação da China, da Fox News ao New York Times.
No lugar, em letras menores, como na home do NYT, "Coronavírus chegou à França em dezembro, dizem médicos, reescrevendo a linha do tempo da epidemia".
Começou com a entrevista ao vivo de um dos médicos franceses ao canal de notícias BFM TV, no domingo (acima, à esq.). Ele relatou que foi constatado, em amostra coletada em 27 de dezembro na periferia de Paris, um caso de coronavírus. E que a mulher do paciente, não testada, havia tido sintomas no dia 20.
Na segunda a Reuters já despachou que, "Após retestar, hospital francês descobre caso de Covid-19 em dezembro". Mas os veículos e agências dos EUA, como Wall Street Journal, Fox News e Associated Press, só foram entrar no assunto na terça.
O NYT lembrou então que "médicos nos EUA documentaram mortes pelo vírus semanas antes do que foi reportado inicialmente, e uma projeção sugere que surtos silenciosos se espalharam por semanas antes da detecção". No caso da França, acrescentou o WSJ, talvez "meses antes".

TEORIA CIRCULAR
As manchetes sobre cobrança de reparação chinesa haviam sido motivadas por entrevistas de Donald Trump e seu secretário Mike Pompeo, dizendo ter evidências de que o vírus saiu de um laboratório em Wuhan.
Na segunda, com repercussão, a National Geographic entrevistou Anthony Fauci, principal referência da força-tarefa americana contra a Covid-19, sob o título "Não há nenhuma evidência científica de que o coronavírus foi feito num laboratório chinês". Ele lamenta o "argumento circular".

TEM QUE COMPRAR
O South China Morning Post escolheu destacar um outro ponto da entrevista de Trump à Fox News, sobre a "primeira fase" do acordo comercial que prevê importação de US$ 40 bilhões em produtos agrícolas dos EUA, como a soja.
O enunciado, no alto da home, foi "'Eles têm que comprar': Trump diz que vai matar acordo se China não gastar".

DEPRECIAÇÃO
O problema de Trump é o Brasil, onde, segundo a Reuters, "os preços da soja alcançaram valores nominais recordes na esteira da forte desvalorização do real ante o dólar", levando a recorde de importação pela China.
Sites como Sohu registram que os preços brasileiros caíram tanto que, mesmo com a derrubada das tarifas chinesas sobre a soja americana, o Brasil segue em vantagem. Segundo a agência Xinhua, até a "Petrobras registrou recorde de exportações em abril", graças à China.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: O Globo - Fato ou Fake

Mesmo com crise global do petróleo, Petrobras bate recorde de exportação em abril
- Demanda por combustíveis despencou em todo o mundo, mas estatal conseguiu vender mais ao exterior com preferência pelo tipo de óleo que produz

Publicado: O Globo | On Line 04/05/2020 - 12:12 / Atualizado em 04/05/2020 - 12:17
por Reuters

Navio José de Alencar - Transpetro - Divulgação RIO - A Petrobras exportou recorde de 1 milhão de barris por dia de petróleo em abril, alta de 145% ante mesmo mês de 2019, à medida que seu produto, com baixo teor de enxofre, tem mantido a valorização apesar de uma crise do setor petrolífero.
A expectativa da estatal é manter a boa performance em função da retomada da demanda da China e de ações para desenvolver novos mercados para seus produtos, informou a companhia em mercado em comunicado nesta segunda-feira.
O recorde anterior era de 771 mil barris por dia, alcançado em dezembro de 2019. O resultado ocorre em período desafiador da economia mundial, com grande redução da demanda global por petróleo e derivados, ocasionada pelo surto do novo coronavírus.
A Petrobras frisou que, diante de forte contração do mercado nacional, está direcionando esforços para exportação de sua produção, após atendimento à demanda interna.
No primeiro quadrimestre de 2020 a China foi o principal destino das vendas, absorvendo 60% do petróleo exportado pela estatal. Além do gigante asiático, a Petrobras usualmente comercializa petróleo para os mercados norte-americano, europeu, indiano e outros destinos na Ásia.
“Estamos atentos aos movimentos internacionais e acessando todos os mercados. Nosso petróleo, de baixo teor de enxofre, mantém sua valorização no mercado internacional em função das especificações do IMO 2020”, afirmou no comunicado a diretora executiva de Refino e Gás Natural da Petrobras, Anelise Lara.
Novas regras da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês) passaram a exigir neste ano menor teor de enxofre para o combustível naval (bunker), o que pode ser obtido a menor custo com uso do petróleo do pré-sal.
“Estamos direcionando nossos esforços para exportação de petróleo e derivados através de uma série de ações logísticas, que possibilitam a expansão da nossa capacidade”, disse Lara.
“Esperamos continuar com uma boa performance das nossas exportações, em função da retomada da demanda da China em conjunto com ações para desenvolver novos mercados para nossos produtos.”
O crescimento acompanha tendência observada no primeiro trimestre de 2020, quando as exportações tiveram aumento de 25% em relação ao trimestre anterior.
Ao publicar o resultado da produção dos primeiros três meses do ano, na semana passada, a Petrobras informou que reviu um corte de produção anteriormente previsto para abril, após verificar uma demanda melhor do que a esperada por seus produtos, especialmente os exportados.

N.daR.: Pergunta que não cala: Qual o valor da operação? Comparativamente, foi uma operação que possa ser considerada razoável?
Mas, como sói acontecer, as reportagens são fracas com poucs informações úteis.
É de se observar que, depois da exigência de que os jornalistas devam ter cursado faculdae específica, a qualidade caiu drasticamente.

* Fonte primária: O Globo
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Fontes: Folha de São Paulo - Mercado
Petrobras tenta contornar excesso de combustível usando tanques de terceiros - Com queda nas vendas de gasolina e diesel, capacidade de armazenagem é gargalo
Publicado: Folha de São Paulo - On Line 5.mai.2020 à 0h00
Por Nicola Pamplona e Júlia Moura

Tanque da Petrobras em Brasília - Foto: Ueslei Marcelino / 30.set.2015 / Reuters Rio de Janeiro e São Paulo - A Petrobras tem consultado distribuidoras de combustíveis em busca de tanques para guardar provisoriamente sua produção de gasolina, em um momento em que decidiu ampliar as produções de suas refinarias, tanto para garantir o abastecimento de gás de cozinha quanto para produzir combustível de navegação.
A estratégia indica gargalos na capacidade nacional de armazenamento de derivados de petróleo em meio à pandemia do coronavírus, que derrubou as vendas de combustíveis automotivos no país. Segundo autoridades, porém, ainda não há problemas para estocar petróleo no Brasil.
As vendas de gás de cozinha cresceram 12% em março após o início das medidas de isolamento para conter a contaminação pelo novo coronavírus. A expectativa do setor é que os números de abril venham ainda maiores, já que consideram o mês inteiro de isolamento.
O cenário levou a Petrobras a intensificar as importações do combustível, mas há gargalos também na estrutura para trazer o produto ao país. Gasolina e gás de cozinha são produzidos nas mesmas unidades de refino, o que significa que o aumento na produção de um deles amplia também a do outro.
A redução do nível de utilização das refinarias havia sido anunciada no início da pandemia, mas foi revertida na semana passada. Além da demanda por gás de cozinha, a Petrobras vem sendo beneficiada pela maior procura, no mercado internacional, por combustível de navegação menos poluente.
Segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), as exportações de óleos combustíveis pelo Brasil vêm se sustentando em elevados patamares apesar da crise. Na média diária de abril, até a semana passada, foram 71,2 mil toneladas, 47,6% a mais do que no mesmo mês de 2019.
O aumento das vendas ocorre desde o fim de 2019, atingiu recorde em fevereiro, e se mantém durante a pandemia em resposta a novas restrições a emissões de poluentes no transporte marítimo que começaram a vigorar em janeiro.
Com baixo teor de enxofre, o petróleo do pré-sal produz combustível para navios mais limpo e é valorizado por isso: em 2019, a Petrobras chegou a vender o barril com prêmio de US$ 4 sobre a cotação do Brent, referência internacional negociada em Londres.
A exportação de petróleo também vem em alta: em abril, a Petrobras atingiu recorde histórico nas vendas de óleo para o exterior, com a marca de 1 milhão de barris por dia. No início da pandemia, a estatal havia estabelecido um teto para a produção de petróleo em 2,07 milhões de barris, mas também reviu a decisão.
“Com a evolução da demanda por nossos produtos se mostrando melhor do que o esperado, optamos pelo retorno gradual para um patamar de produção média de 2,26 milhões de barris por dia, acompanhado de aumento do fator de utilização da capacidade de refino”, disse a empresa.
Suas refinarias, que chegaram a operar quase à metade da capacidade na primeira quinzena de abril, estão retomando as operações para produzir mais combustível. No dia 26, segundo o MME (Ministério de Minas e Energia), estavam em pouco mais de 60%.
A mudança de rumos deslanchou um esforço para evitar estrangulamento da capacidade de armazenamento de outros derivados. Uma das estratégias é a busca por tanques de outras empresas para colocar produtos que saem das refinarias junto com o combustível marítimo.
Em outra frente, a empresa acelerou a realização de leilões de gasolina e diesel com descontos para atrair distribuidoras que ainda tenham tanques disponíveis e queiram aproveitar para guardar produto mais barato. Apenas na semana retrasada, foram realizadas duas ofertas.
Não há dados públicos sobre o uso da capacidade de armazenagem de combustíveis no país, mas o setor vê gargalos diante da queda da demanda, percepção reforçada pela estratégia que a estatal vem colocando em prática.
Para especialistas, a situação pode piorar caso o governo aprove a elevação de impostos sobre a gasolina para melhorar a competitividade do etanol. Por algumas ocasiões neste mês, a Petrobras já alertou para os impactos da medida, que é defendida pelos usineiros, sobre suas operações.
Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), refinarias, terminais e distribuidoras no país podem guardar até 137 milhões de barris de combustíveis, o equivalente a 77 dias de produção de derivados em 2019.
Em nota à Folha, a Petrobras confirma que consultou clientes sobre a disponibilidade de tanques para estocar temporariamente seus produtos. Já a infraestrutura para armazenar petróleo tem “folga razoável”, diz a companhia.
A falta de espaço para guardar o óleo nos Estados Unidos levou a cotação do petróleo tipo WTI (West Texas Intermediate), referência no mercado americano, a operar em terreno negativo pela primeira vez na história no dia 20 de abril.
A crise colocou no noticiário internacional a pequena Cushing, cidade de 7,8 mil habitantes no estado americano de Oklahoma, que é um dos principais centros de armazenagem de petróleo nos EUA.
Na sexta-feira anterior ao colapso do WTI, 76% da capacidade de armazenagem em Cushing estava ocupada. Na sexta seguinte, já eram 81%. Com medo de não ter onde guardar petróleo, investidores preferiram pagar para não receber os barris.
O problema é mais acentuado nos Estados Unidos, mas há gargalos em outros países. O setor vem recorrendo a navios como alternativa de tancagem, o que fez as ações de empresas de transporte marítimo de petróleo dispararem.
Entre o dia 20 e esta segunda (4), o valor de mercado da Nordic American Tankers , por exemplo, saltou 50,4%. Apenas no dia do colapso no contrato do WTI, a empresa subiu 19%. Outras companhias do setor também dispararam no dia, como a Scorpio Tankers, que experimentou valorização de 12%, e a Tsakos Energy Navigation, com alta de 18%.
No Brasil, boa parte da produção é guardada nos tanques das próprias plataformas - devido às dificuldades para construir dutos ligando os poços em alto-mar ao litoral, a Petrobras é a petroleira global que mais usa unidades conhecidas como navios-plataformas.
Segundo a ANP, os navios-plataformas em operação em águas brasileiras podem guardar 87 milhões de barris de petróleo. Em terminais e tanques de refinaria, há espaço para outros 76 milhões de barris. Essa infraestrutura garantiria 57 dias da produção média de 2019.
“Mesmo com a redução da demanda por derivados de petróleo, a capacidade de armazenamento de petróleo continua bastante robusta”, diz a ANP.
“Armazenagem não é um problema para o Brasil. A Petrobras pode cortar produção se não tiver mais como armazenar. E, por mais que você armazene e venda depois, o alto nível do estoque leva o preço a cair, o que não é vantajoso para a Petrobras”, afirma Luiz Carvalho, analista do banco suíço UBS.
Além disso, por ser altamente inflamável, o custo de armazenamento e transporte do petróleo é alto.
“O petróleo pode conter gases que, em contato com o oxigênio, podem explodir. É necessário um sistema de ventilação adequado ou tanques sem oxigênio. Se tivesse espaço e o custo de estocagem não fosse tão caro, valeria a pena comprar”, afirma Ricardo Cabral de Azevedo, professor do curso de Engenharia do Petróleo da USP.

Postos mandam carta a Bolsonaro contra aumento em tributo
Entidades que representam donos de postos de gasolina enviaram carta ao presidente Jair Bolsonaro se posicionando contra a proposta de aumento de impostos sobre a gasolina, que vem sendo negociada pelos produtores de etanol.
Na sexta (1º), o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), que integra a Frente Parlamentar da Agropecuária, afirmou que o governo já tomou a decisão de elevar em R$ 0,20 por litro a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), que hoje é de R$ 0,10, e instituir imposto de importação sobre a gasolina. O Ministério da Economia afirmara que nenhuma decisão havia sido tomada.
"Esse aumento viria em um momento completamente inoportuno para a revenda de combustíveis, que também está em crise, com queda vertiginosa nas vendas", dizem os donos de postos na carta, que é assinada pela Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes) e por 34 sindicatos.
Os donos de postos sugerem que, em vez de ampliar o imposto sobre a gasolina, o governo zere a alíquota de PIS/Cofins sobre o etanol, que também é um dos pleitos dos usineiros. Os produtores de etanol pedem ainda crédito para financiar os estoques que estão empacados por falta de demanda.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
Aumento da Cide tem queda de braço entre representantes do setor e governo - Revendedores de combustíveis mandam carta para presidente Bolsonaro para tentar impedir um reajuste da contribuição
Publicado: Estado de São Paulo - On Line 05 de maio de 2020 | 05h00
Por Mônica Scaramuzzo e Denise Luna

Sede da Petrobras, no RJ - Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) e os sindicatos do setor da revenda enviaram ontem ofício à presidência da República, com cópia para os ministérios de Minas Energia, Economia e Casa Civil, para pedir ao governo que não aumente o imposto da gasolina (Cide), nem eleve a taxa de importação dos combustíveis, conforme pedido feito pelas usinas de açúcar e álcool.
“Seria uma incoerência o governo ajudar os usineiros e prejudicar os consumidores”, disse Paulo Miranda, presidente da Fecombustíveis ao Estadão. Miranda afirmou que o aumento da Cide teria impacto direto ao consumidor, uma vez que o valor iria ser repassado aos preços nas bombas. “As margens das revendedoras são muito baixas e não teríamos como absorver”, afirmou.
Em carta enviada ao presidente Jair Bolsonaro, as revendedoras de combustíveis afirmaram que o aumento viria também em um momento completamente inoportuno para o setor, que também está em crise e amarga uma queda vertiginosa nas vendas, entre 50 e 75%, em média no Brasil, assim como para os demais elos da cadeia de combustíveis
O Estadão apurou que as refinarias da Petrobrás estão operando a 60% de sua capacidade.
Em abril, o setor de açúcar e etanol pediu um pacote de medidas de apoio ao governo para ajudar as usinas a passar pelo momento mais crítico da crise provocada pelo coronavírus. Entre as reivindicações, estavam o aumento da Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide) de R$ 0,10 para R$ 0,30 no litro da gasolina e o aumento da alíquota de imposto de importação de zero para 15%. As usinas também pedem financiamento para estocar 6 bilhões de litros de etanol e a suspensão do PIS/Cofins.
O aumento da Cide sobre a gasolina torna o etanol mais competitivo. “O consumo de gasolina já está muito baixo. Houve uma queda forte. Por que beneficiar uma categoria que tem recebido ajuda do governo há mais de 500 anos?”, ressaltou José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro).
“Os revendedores de todos os Estados se posicionaram contra e cobram uma posição do governo”, afirmou. O setor sugere que, em vez de elevar a Cide, o governo zere os impostos PIS/Cofins do etanol durante a pandemia, como forma de ajudar os usineiros.

Apoio
O setor sucroalcooleiro encontra apoio na Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Com 350 usinas em operação, o setor tem enfrentado dificuldades para estocar seus produtos e levantar capital de giro para pagar as dívidas de curto prazo.
“Nosso pleito é altamente justificável. Se o governo aumentar a Cide, favorece os Estados no recolhimento do ICMS. Parte desse dinheiro pode voltar como forma de investimento na saúde nos Estados e municípios”, disse Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Agroindústria da Cana-de-Açúcar (Unica).
Cerca de 100 usinas estão em recuperação judicial no País e uma boa parte dessas empresas pode fechar as portas até o fim do ano por conta da crise.
A demanda por etanol caiu 50% desde março. As cotações do álcool também tiveram forte recuo por conta do derretimento dos preços do petróleo.
Procurada, a Petrobrás não comenta.

N.daR.: Independentemete da crise do petróleo, agravada pela a do Covid-19, a política de preços aplicada pela Petrobras, com ingerência ou não da ANP., é bastante primária e carece de mais profissionalismo competente.
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
Pandemia pode prejudicar desinvestimentos e atrapalhar redução de dívida da Petrobrás - Apesar do presidente da companhia, Roberto Castello Branco, insistir que programa está intacto, analistas já traçam cenário de queda nas vendas da estatal
Publicado: Estado de São Paulo - On Line 05 de maio de 2020 | 07h00
Por Denise Luna

Sede da Petrobras, no RJ - Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil RIO - A Petrobrás iniciou 2020 com uma chuva de anúncios de venda de ativos, com objetivo de repetir este ano o sucesso que garantiu à estatal lucro recorde no ano passado e redução de endividamento. O carro chefe foi a venda da Transportadora Associada de Gás (TAG), por US$ 8,6 bilhões. Porém, diante da inesperada queda do preço do petróleo trazida pela pandemia do novo coronavírus, que derrubou a demanda pelo ativo no mundo e não tem previsão de chegar ao fim, as vendas em série da estatal devem, segundo analistas, ficar na prateleira por um bom tempo, por mais que o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, insista que o programa de desinvestimentos da empresa está intacto.
Em nota na segunda a Petrobrás reafirmou ao Estadão/Broadcast a manutenção do programa e disse que segue monitorando o mercado. Comprovando o otimismo, anunciou no mesmo dia mais uma venda, do campo de Manati, na Bahia. Quase ao mesmo tempo, porém, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que prorrogou, a pedido da própria estatal, o prazo para a concluir e submeter à agência os termos de cessão de direitos dos contratos de campos em terra e em águas rasas de 25 polos incluídos no programa de desinvestimentos da companhia, indicando a dificuldade de se desfazer dos ativos.
Desde o dia 31 de janeiro foram publicados 20 teasers de vendas em fase vinculante (para habilitação de interessados) e não vinculantes (sem compromisso) de ativos da empresa. As ofertas envolvem refinarias - postergadas por tempo indeterminado no dia 20 de março; usinas eólicas; campos em mar e em terra; ativos de downstream no Uruguai e Colômbia; unidades de fertilizantes; Gaspetro, também adiada (para 30 de abril); fatia remanescente na Nova Transportadora do Sudeste (NTS); e duas usinas de biodiesel da BSBios. A única venda feita este ano arrecadou US$ 3 milhões, com a venda em março de campos terrestres na bacia de Tucano, na Bahia, que ainda dependem de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Na avaliação do analista da Ativa Investimentos Ilan Arbetman, as vendas só vão avançar quando o petróleo iniciar a recuperação de preço e atingir um patamar próximo aos US$ 35/US$ 40 o barril, contra a cotação atual de US$ 20.
Podemos fazer um paralelo com o relatório de produção (divulgado na semana passada). As vendas internas foram substituídas por exportações, mas não se sabe a que desconto do preço. Se sair alguma venda vai ser a preços subavaliados, explicou, lembrando que os dados financeiros sobre as exportações do primeiro trimestre serão conhecidos na divulgação do relatório financeiro da estatal, no próximo dia 14, quando será possível fazer essa avaliação. Na última segunda-feira, 4, a Petrobrás informou que bateu recorde de exportações em abril, mas também não informou o valor recebido.
A indicação de que a companhia já não conta com as vendas neste ano, na avaliação do analista, foi a mudança anunciada recentemente na maneira de medir o endividamento prevista no planejamento estratégico para o período de 2020 a 2024, mantendo a dívida de 2020 no mesmo patamar de 2019, em US$ 87 bilhões. Na prática, a medida abandona a meta de atingir uma alavancagem de 1,5 vez do Ebitda (geração de caixa) sobre a dívida, prometida pela companhia ao mercado no ano passado.
Isso para mim é um indicativo claro que o management (gestão) já trabalha com uma parte operacional fraca, uma Ebitda mais fraca. Manter a dívida em US$ 87 bilhões significa que não contam em vender nada. Isso prepara o mercado para uma nova fase da empresa, explica Arbetman.
Ele alerta que a parte operacional vai ditar o rito das vendas, que podem sair a qualquer preço se houver uma necessidade muito grande de caixa. A questão do repasse de preços (venda de combustíveis nas refinarias) pode ser fundamental. Se houver perda de receita forte, pode haver alguma venda, mas perde totalmente o poder de barganha, explica, observando que no momento que o preço do petróleo voltar a subir a estatal devera retomar de forma acelerada o processo de venda.
Para Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, assim como outras petroleiras a Petrobrás terá que fazer ajustes, e nisso se inclui adiar vendas. Ele prevê pelo menos mais três meses de forte recessão por conta do covid-19 antes do mundo voltar ao normal. Acredito que mais para o final do ano a economia mundial já esteja melhor, aí (vender) será uma questão de preço, avaliou Galdi.
Para o presidente da União Brasileira do Biodiesel e do Bioquerosene (Ubrario), Juan Diego Ferrés, as vendas das refinarias, inclusive as duas de biodiesel, anunciadas na semana passada, devem ser adiadas em pelo menos dois anos, para não serem negociadas por preços bem inferiores ao que valem. A companhia tem ainda mais duas usinas em operação segundo a Petrobrás, que informou que segue avaliando alternativas também para esses ativos.
Essa tentativa de venda das refinarias vai ser adiada pelo menos por dois anos. Se fosse feita agora iria subvalorizar os ativos e iria evidenciar uma ideologia de condução econômica, avaliou Ferrés durante um debate com outros agentes do setor em webinar na agência EPBR na semana passada.
De acordo com o especialista da consultoria Wood Mackenzie Marcelo de Assis, os desinvestimentos de campos em terra e águas rasas igualmente devem ser adiados. Detentores de reservatórios com petróleo muito pesado, ao contrário dos localizados no pré-sal, a venda se torna inviável.
Campos maduros são muito sensíveis a preços, disse também em webinar da EPBR. A partir dos US$ 60 (o barril) podem aparecer operadores. Com preço baixo é difícil justificar a compra, afirmou, prevendo, assim como os outros analistas, pelo menos dois anos para que as vendas sejam bem sucedidas.

N.daR.: A forma como foi apresentada esta e outras reportagens mostram como uma notícia aparentemente boa pode mascarar operações estranhas ou suspeitas.
No caso em tela, a venda TAG, dá a entender o texto, foi responsável pricipal pelo lucro da Petrobras.
Confunde lucro contábil com lucro real. O lucro contábil decorre de uma subvalorização do ativo, que é colocado a venda por preço maior do que consta do patrimônio.
Gera-se, assim, um lucro contábil. Entretanto o valor do bem, se avaliado realisticamente, é muito maior do que o realizado pelo venda.
No caso da venda da TAG, corre "a boca pequena" no mercado que o valor aplicado na compra será recuperado em menos de 5 anos o que, num cálculo rasteiro, representa um retorno de 20% a.a. Um "negócio da china" como se dizia antigamente.
Mas como será recuperado este investimento? Por incrível que possa parecer, pelo aluguel que a Petrobras terá de pagar ao comprador pelo uso do gasoduto que ela construiu e operava, sob risco daquela iniciativa há anos passados. E é claro com bom resultado, com ganho, com vantagens.
Indaga-se, por que grupos que tanto reclamam da Petrobras, alegando seu monopólio, não investiram e construíram seus próprios gasodutos, a exemplo do que é a relidade em outros países (como nos EEUU)?
Mas como alegar, enfática e repetidamente, um "monopólio" se qualquer um pode construir refinarias, explorar a distribuição de derivados do petróleo?
Como explicar a venda de 30% das ações da BR Distribuidora para a Raízen/Shell? Não era para demcratizar o mercado e aumentar a concorrência, conforme repetitdamente afirmado por Paulo Geudes, ministro da Economia, e seu acólito e presidente na Petrobras, Castello Branco?
São negócios que causam perplexidade e dúvidas quanto à sua necessidade, oportunidade e utilidade para a Petrobras.
No entender de muitos, trata-se de crimes de Lesa-Pátria.
Muitos saem ganhando, mas o País sai perdendo e muito. Brasil, onde sai e entra governo, nada muda e em que vão-se os anéis e os dedos.

* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Economia & Negócios
Petrobrás doa 3 milhões de litros de combustíveis para o combate à covid-19
Publicado: Estado de São Paulo - On Line 04 de maio de 2020 | 18h19
Por Ranier Bragon e Julia Chaib

Petrobras A Petrobrás está tomando novas medidas para ajudar no combate ao coronavírus. Depois de doar equipamentos médicos e testes para covid-19, a companhia vai enviar às secretarias de saúde dos 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal e diversos municípios, cerca de 3 milhões de litros de combustíveis para ambulâncias, veículos de transporte de médicos e hospitais de campanha em todo o Brasil. A ideia é atender a demanda dos Estados no enfrentamento à pandemia pelo período de até três meses.

N.daR.: Enfim, uma boa ação soical da Petrobras.
* Fonte primária: Estadão
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Fontes: ESTADÃO - Opinião
O petróleo e as distorções da pandemia - A crise do novo coronavírus vem gerando consequências absolutamente inéditas
Publicado: Estado de São Paulo - On Line 04 de maio de 2020 | 03h00
Por Bruno Boghossian

Barril de petróleo Como se quisesse trazer à realidade todos os que, em alguma medida, relativizam os fatos, a pandemia do novo coronavírus vem gerando consequências absolutamente inéditas, nos mais variados setores. Há alguns dias, foi a vez do petróleo. Pela primeira vez na história, preços de algumas classificações da principal matéria-prima mundial ficaram negativos. O dado é tão insólito que merece explicação.
A pandemia do novo coronavírus gerou uma forte e abrupta queda na demanda de petróleo. Isolamento social e proibição de viagens, com menos deslocamentos de carro e menos aviões voando, são alguns dos exemplos de como a crise atual afeta o consumo de petróleo. Estima-se uma redução de até um terço da demanda global do óleo em relação ao período anterior à pandemia.
Além disso, o setor do petróleo tem duas especificidades que agravaram a queda repentina da demanda. Diferentemente do que ocorre em outras áreas, reduzir a produção de petróleo é um processo lento e, em alguns casos, virtualmente irreversível. Por exemplo, a interrupção da produção em um poço antigo pode ocasionar a despressurização do campo, o que exigiria, para retomar a produção, injetar pressão artificialmente. Em muitos casos, isso envolve um investimento desproporcional ao retorno esperado.
O diretor executivo da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), Fatih Birol, informou que as reduções na produção devem começar a surtir efeito apenas em maio e, mesmo assim, em escala insuficiente para reequilibrar imediatamente o mercado.
A complicar o quadro, a capacidade de estocagem de petróleo é limitada e, em muitos países, está muito próxima do seu limite. O banco Morgan Stanley estima que os estoques em Cushing, principal centro de estocagem nos EUA, podem chegar ao limite de capacidade até junho. Segundo a Reuters, cerca de 160 milhões de barris estão armazenados em navios-tanque, um número recorde. No auge da crise financeira iniciada em 2008, 100 milhões de barris estavam armazenados em navios. Fontes do setor avaliam que a capacidade dos navios petroleiros está próxima – seria questão de semanas – do seu esgotamento.
A inédita distorção ocorrida no dia 20 de abril, com preços negativos de petróleo West Texas Intermediate (WTI) para contratos futuros para maio, foi resultado desses três fatores: queda repentina da demanda de óleo, lenta e difícil redução da produção e dificuldades de armazenamento da quantidade excedente.
A distorção de preços é ainda mais significativa por ter ocorrido dias depois de um acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) a respeito da redução da produção de petróleo. Resultado de longas negociações, o chamado Acordo de Páscoa foi considerado histórico pelo secretário-geral da Opep, Mohammed Barkindo. EUA, Rússia e Arábia Saudita chegaram a um consenso sobre a necessidade de conter a queda dos preços do óleo no mercado mundial, com um corte equivalente a 10% da oferta global.
O Acordo de Páscoa foi tratado neste espaço no dia 21 de abril (Trégua no mercado de petróleo). Ressalvando que não representava o fim das tensões geopolíticas que crispam as relações entre alguns países-membros da Opep+, dissemos que a trégua pontual poderia ajudar a diminuir a alta volatilidade do setor observada nos últimos dois meses. É de reconhecer que, no dia em que foi publicada a nota, essa previsão sobre a capacidade de o acordo gerar maior estabilidade no mercado havia sido superada por fatos mais recentes.
O que se tem visto é uma forte oscilação do preço do petróleo. No dia 22 de abril à tarde, por exemplo, os preços da commodity estavam em ascensão, ainda que em valores historicamente muito baixos.
A crise da covid-19 afeta, em proporções inéditas, a economia, com efeitos sobre a oferta e a procura, a produção e o consumo. Longe de ser um convite ao relaxamento das medidas de enfrentamento ao novo coronavírus, tal cenário reforça a necessidade de prudência e bom senso, também para retificar quando for necessário.

N.daR.:
* Fonte primária: Estadão
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Obs.: Não foram encontradas notícias relevantes sobre a Petrobras, BR e Petros em 03/05/2020 nos jornais pesquisados.
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Fontes: Folha de São Paulo - Mercado
Coronavírus
Bolsonaro ameaça demitir ministro que não aceitar ceder cargos para centrãoa - Demonizado pelo presidente na campanha, grupo ganha convite para ocupar postos de segundo e terceiro escalões no governo

Publicado: Folha de São Paulo - On Line 2.mai.2020 à 0h00
Por Ranier Bragon e Julia Chaib

Charge: Sinovaldo - Bolsonaro e o Centrao Líderes de partidos do chamado centrão afirmam que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) enquadrou nos últimos dias ministros que resistiam em ceder cargos de suas pastas ao grupo, deixando claro que quem se opuser pode ser demitido do governo.
Segundo relato desses parlamentares, a atitude de Bolsonaro se deu em dois atos: primeiro, forçou a demissão de Sergio Moro (Justiça), que no começo da gestão chegou a ser considerado “indemissível”, justamente em um contexto de que tem a palavra final sobre cargos-chave. Antes da exoneração, ele havia deixado claro em reunião com todos os ministros que a prerrogativa de fazer nomeações no governo era dele.
Depois, reafirmou a quem ficou, em encontros coletivos e a sós, que ele irá distribuir postos de segundo e terceiro escalão ao centrão e que não aceitará recusas. A conduta do presidente foi confirmada por integrantes do governo à Folha.
Demonizado na campanha por Bolsonaro como sendo exemplo do que chama de velha política, formada por parlamentares adeptos ao “toma lá, dá cá”, o centrão reúne cerca de 200 dos 513 deputados e virou a esperança do presidente de, pela primeira vez, ter base de sustentação no Congresso.
Ao mesmo tempo em que promoveu uma ruptura pública com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Bolsonaro passou a procurar um a um líderes e presidentes de partidos do grupo, formado principalmente por PP, PL, Republicanos, PTB e PSD —esse último nega fazer parte, mas integra oficialmente o bloco do centrão na Câmara, liderado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL).
O repasse de cargos ao centrão perpassa secretarias estratégicas em ministérios e vai do Porto de Santos à Funasa (Fundação Nacional de Saúde).
O grupo aceitou de pronto as ofertas —ainda não entregues, devido à burocracia federal para as trocas e o prosseguimento de acertos específicos— e saiu em defesa do presidente no Congresso, rechaçando a possibilidade de abertura de processo de impeachment contra ele, situação que passou a ser aventada com mais força após a participação de Bolsonaro em atos de rua favoráveis ao fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.
Para evitar esse risco, Bolsonaro precisa ter ao seu lado pelo menos 171 dos 513 deputados federais.

Foto: Reprodução
Em outra frente, o centrão também apoiou a queda de Moro, mas aí a rixa do grupo com o ex-xerife da Lava Jato é antiga. A operação baseada em Curitiba levou ao banco dos réus vários dos líderes do grupo, sob acusação de desvio de recursos da Petrobras.
A Folha ouviu relatos de líderes do centrão e de ministros de Bolsonaro, que falaram sob condição de anonimato.
Segundo eles, o presidente já foi cobrado pela relativa demora nas nomeações e, como resposta, disse a ministros que eles têm que abrigar os indicados pelo centrão, sob pena de perder apoios.
Integrantes do Planalto informaram que os trâmites para que os nomes sejam publicados no Diário Oficial são demorados e que os indicados devem ser formalizados a partir da próxima semana.
Inicialmente, alguns auxiliares resistiram a entregar postos chaves de sua pasta. Segundo integrantes do centrão, os principais seriam Paulo Guedes (Economia), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Abraham Weintraub (Educação) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional).
Esse último, que comanda pasta com obras em vários locais que serviriam de alavanca para o plano do governo de reaquecimento da economia no pós-pandemia, deve ter que ceder a Secretaria de Mobilidade ao Republicanos, ex-PRB, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. Outras secretarias da pasta são cobiçadas pelas demais siglas do centrão.
A Folha perguntou ao ministro, por meio de sua assessoria, se Marinho concorda com a diretriz de Bolsonaro e se fez alguma ressalva ou estabeleceu alguma condição para a entrega dos postos. “As indicações para cargos no ministério são encaminhadas pela Secretaria de Governo após análise de critérios técnicos”, limitou-se a dizer a pasta.
Na Educação, Weintraub terá de ceder a presidência do FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação) para o PP, além de diretorias do órgão para Republicanos e PL. Segundo relatos, quando foi avisado pelo presidente de que teria de abrigar os indicados, o ministro pediu a Bolsonaro para criar filtros que garantissem controle de gestão e mecanismos de governança nos órgãos.
Procurado, Weintraub não respondeu às perguntas feitas, se limitando a dizer que não fala com a família Frias, proprietária da Folha.
Nesta semana, os partidos já enviaram nomes à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, que ficará com o PL, e à Secretaria de Mobilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional, cujos postos estavam em negociação, como mostrou a Folha.
Outros órgãos terão a presidência dada a um partido e as diretorias divididas entre os demais. O FNDE e o Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), sob o guarda-chuva do Desenvolvimento Regional, devem ser partilhados dessa forma.
Já o PL, além da Secretaria de Vigilância em Saúde, do time do recém-empossado ministro Nelson Teich, deverá comandar o Banco do Nordeste. O partido de Valdemar Costa Neto também queria o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), dentro do Ministério da Infraestrutura, área que controlou por anos, mas o governo vetou.
Outros cargos federais nos estados foram colocados, de acordo com os parlamentares, à disposição dos partidos em troca de apoio. A ideia dos líderes de siglas maiores é também trazer para a base de Bolsonaro legendas menores.
As assessorias da Economia, Infraestrutura, assim como do Palácio do Planalto, foram procurados para se manifestar sobre as informações de oferta e distribuição de cargos ao centrão, mas não quiseram comentar.
Quando deu início ao seu governo, Bolsonaro tentou criar uma base de apoio no Congresso negociando com frentes parlamentares (como ruralista e evangélica), escanteando líderes e presidentes de partidos. O modelo não deu certo e a situação do presidente se agravou quando ele rompeu com a cúpula do próprio partido o PSL, se desfiliando em seguida.
Ao longo da última semana, Bolsonaro foi questionado sobre as tratativas com esses partidos, mas não deu respostas diretas e não confirmou a oferta de postos no governo.
“Por que não vou conversar com nomes do Partido Progressista que foram meus colegas por uns 15 anos? Qual o problema? Eles que votam. Se eles têm algum pecado, o eleitor do seu estado é que deve tomar providência, não vota mais. Eu não estou aqui para julgar, condenar, acusar, pedir cassação de qualquer parlamentar. Vou fazer meu trabalho e conversar.”?

N.daR.: "É dando que se recebe" é o dito popular, mas que se aplica ao pé da letra à política.
O antes auto-titulado como inimigo da corrupção, Bolsonaro, agora procura fazer composição com os que dizia serem o que havia de pior na política, entre else: Valdemar Costa Neto, Ciro Nogueira, Arthur Lira, Roberto Jefferson.
Vários dos componentes do "Centrão", com os quais governo procura negociar, são condenados pela justiça.
É o Brasil mostrando e remostrando a sua cara!

* Fonte primária: Estadão
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Fontes: Folha de São Paulo - Poder
Coronavírus
Fórmula de Bolsonaro para ministérios amplia fratura entre alas do governo - Pedido de demissão de Moro revela sinal de exaustão do método adotado pelo presidente para formar sua equipe

Publicado: Folha de São Paulo - On Line 2.mai.2020 à 0h00
Por Bruno Boghossian

Bolsonaro e minstros após saída de Moro e Mandetta - Foto: Pedro Ladeira / Folhapress
Identificação dos presentes no final do documento

Brasília - Há pouco mais de um mês, Jair Bolsonaro se queixou do tratamento que recebe quando algum ministro é elogiado. O presidente comparou o governo a um time de futebol e disse merecer crédito pela escolha dos jogadores. “Se o time está ganhando, vamos fazer justiça, vamos elogiar o seu técnico. E o seu técnico se chama Jair Bolsonaro”, afirmou.
Embora o presidente goste de fazer propaganda da escalação de sua equipe, o primeiro escalão do governo foi marcado até aqui por uma série de choques internos —tanto entre os grupos aninhados no poder quanto entre os ministros e o próprio chefe.
Nos 16 meses de mandato de Bolsonaro, a fratura da equipe entre diferentes alas se aprofundou, o presidente entrou em embate público com diversos subordinados e 7 dos 21 ministros que tomaram posse em janeiro de 2019 deixaram seus cargos.
O comportamento de Bolsonaro faz com que o jogo de forças dentro do governo se torne uma batalha diária por influência. Sem direcionamento claro do presidente sobre as ações da máquina estatal, os ministérios passaram a atuar em caminhos divergentes. Quando o chefe é chamado para arbitrar, o confronto já está instalado.
O lançamento do programa de investimentos públicos para reativar a economia após a crise do coronavírus é um dos símbolos dessa desarrumação.
O plano Pró-Brasil foi gestado pelos ministérios da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional. Recebeu o patrocínio da chamada ala militar do governo ao ser abraçado pelo chefe da Casa Civil, o general Walter Braga Netto.
O pacote de obras foi anunciado numa entrevista coletiva transmitida ao vivo pela TV oficial do governo no dia 22, sem a participação do ministro Paulo Guedes. O chefe da equipe econômica era contra o plano, que amplia as despesas do governo, e precisou bombardeá-lo por quase uma semana até que Bolsonaro ordenasse o congelamento do programa.
O tumulto observado nesse episódio tornou pública a oposição entre Guedes e o grupo fardado.
Braga Netto, que ganhou assento no Palácio do Planalto para resolver a falta de coordenação das ações do governo, reproduz uma visão enraizada na doutrina militar que enxerga o Estado como indutor de atividades estratégicas da economia. Guedes, um ultraliberal convicto, demonstrou que despreza movimentos dessa natureza mesmo em tempos de crise.
Bolsonaro chegou atrasado ao embate, quando investidores e empresários enxergavam um enfraquecimento tão grande de Guedes que já apostavam em sua substituição. O presidente precisou sair do Palácio da Alvorada ao lado do ministro da Economia na segunda-feira (27) para reafirmar seu apoio ao subordinado.
Guedes balança porque o próprio chefe está mais próximo do receituário militar do que da agenda liberal. Quando Bolsonaro vetou a ideia do ministro de recriar a CPMF ou quando procurou diretamente o presidente da Petrobras para cobrar a redução do preço da gasolina, o comandante da equipe econômica precisou baixar a cabeça.
A fórmula adotada por Bolsonaro para montar sua equipe estimula essa formação de núcleos desordenados. O presidente deu poder a grupos com pensamentos opostos, que passaram lançar ataques contra os integrantes da própria Esplanada dos Ministérios.
A tensão permanente entre os militares e a chamada ala ideológica do Planalto é uma das principais marcas dessa discórdia. Os dois lados disputam influência sobre as decisões de Bolsonaro desde os primeiros meses de governo e chegaram a protagonizar confrontos ferozes.
Sob a bênção dos filhos do presidente e do escritor Olavo de Carvalho, ideólogo do bolsonarismo, o segundo grupo defende uma pauta ultraconservadora e a exploração de recursos públicos e da máquina estatal numa guerra contra seus adversários políticos. Parte dos militares atua para conter os danos dessa agenda.
Os generais precisaram entrar em campo, por exemplo, para adiar a tentativa de Bolsonaro de transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
Defendida pela ala ideológica, a medida seria um aceno a grupos evangélicos, que se tornaram uma peça relevante da base política de Bolsonaro desde a eleição. Os militares, porém, apontaram que a mudança provocaria uma retaliação comercial dos países árabes. O presidente topou esperar.
Vendo-se cercados, os olavistas fazem uma campanha intermitente contra os generais. O vice-presidente, o general Hamilton Mourão, costuma ser apontado como um conspirador que trama a derrubada de Bolsonaro.
Ainda no primeiro ano de mandato, a ala ideológica comandou um ataque ao general Santos Cruz, então ministro da Secretaria de Governo. O grupo queria expandir sua influência sobre a política de comunicação do Planalto e conseguiu forçar a demissão do militar.
Bolsonaro nunca deixou claro qual é o peso exato de cada um desses grupos. O presidente ampliou o espaço dos generais no centro do poder, incluindo a militarização da Casa Civil, mas também costuma exaltar publicamente integrantes do núcleo ideológico.
A intenção é fazer acenos constantes a sua base de apoio fiel, principalmente em momentos de crise.
No pronunciamento de sexta-feira (24) da semana passada, em que Bolsonaro respondeu às declarações feitas por Sergio Moro ao sair do Ministério da Justiça, um dos poucos ministros citados nominalmente foi Abraham Weintraub (Educação).
O presidente defendeu o auxiliar de críticas e disse que ele “luta contra uma doutrinação de décadas”.
Já o pedido de demissão de Moro, além de fazer explodir a acusação de que o presidente tenta blindar filhos e aliados, revela outro sinal de exaustão do método adotado por Bolsonaro para formar sua equipe.
Quando convidou o juiz-símbolo da Lava Jato para o Ministério da Justiça, o então presidente eleito ofereceu mais do que estava disposto a entregar. Prometeu carta branca ao novo auxiliar, mas passou a drenar o poder do subordinado a ponto de anunciar a secretários estaduais, no início deste ano, que estudava retirar do ministro as ações do governo federal na área da segurança pública.
Bolsonaro só prometeu autonomia a Moro porque estava ansioso para tomar emprestado o lustro do ex-juiz, mas não demorou a deixar claro que seus contratos trazem letras miúdas e submetem os auxiliares a seus interesses individuais e vontades políticas.

Bolsonaro e minstros após saída de Moro e Mandetta - Foto: Pedro Ladeira / Folhapress
  1. Abraham Weintraub • Educação
    Integrante do núcleo ideológico do governo, é um dos principais defensores do presidente nas redes sociais. Apesar de contar com respaldo, acumula tropeços e polêmicas à frente da pasta. Isolado, é sempre cotado a ser demitido às vésperas de reformas ministeriais
  2. Tereza Cristina • Agricultura
    Elogiada pelo setor agropecuário, tem papel importante na resolução de impasses diplomáticos criados pelo presidente, seja com a China seja com a Liga Árabe. Filiada ao DEM, passou a ser alvo de ataques do núcleo ideológico, mas tem recebido apoio de Bolsonaro para seguir no cargo
  3. Wagner Rosário • Controladoria-Geral da União
    Mantido da gestão Temer, foi indicado ao cargo pelo também ministro Jorge Oliveira (Secretaria-Geral) e chegou a ser cogitado para o lugar de Sergio Moro. É ligado à cúpula militar e, apesar de manter boa relação com o presidente, não faz parte de seu núcleo de amizade
  4. Walter Braga Netto • Casa Civil
    Homem forte da atual gestão e um dos principais conselheiros do presidente, é sempre escalado para apagar os incêndios do governo. Atuou como mediador da crise entre Bolsonaro e Moro na tentativa de um acordo que evitasse a saída do ex-ministro da Justiça, mas acabou derrotado
  5. Luiz Eduardo Ramos • Secretaria de Governo
    Ao lado de Braga Netto, passou a ser uma das raras vozes que o presidente leva em consideração em momentos de dificuldade. Também tentou assegurar, sem sucesso, a permanência de Moro. Apesar do prestígio junto a Bolsonaro, sua atuação como articulador político é reprovada pelo Legislativo
  6. Hamilton Mourão • Vice-Presidente
    No primeiro ano de mandato manteve uma relação conturbada com o presidente, de idas e vindas. Lamentou a saída de Moro da Justiça e, com o agravamento da crise, passou a ser defendido por deputados e senadores como uma autoridade mais sensata que Bolsonaro para gerir o país
  7. Bento Albuquerque • Minas e Energia
    Almirante de esquadra, vem perdendo apoio junto ao presidente. As principais queixas são a resistência em nomeações políticas e a lentidão em viabilizar projetos. Como saída honrosa, Bolsonaro avalia indicá-lo em maio a uma vaga no STM (Superior Tribunal Militar)
  8. Jorge Oliveira • Secretaria-Geral da Presidência
    Major da reserva, é o único ministro que faz parte do círculo de amizade do presidente. Era o nome desejado para substituir Moro; Bolsonaro chegou a comunicá-lo da decisão de transferi-lo, mas recuou ao não ter encontrado nome de confiança para a SAJ (Subchefia para Assuntos Jurídicos)
  9. Tarcíscio Gomes de Freitas • Infraestrutura
    Discreto, o chamado “ministro modelo” tem garantido sua sobrevivência ao se manter alheio aos embates políticos e apresentado resultados satisfatórios na pasta. Seu perfil conciliador o transformou em uma espécie de conselheiro informal do presidente para assuntos econômicos
  10. Ernesto Araújo • Relações Exteriores
    Indicado ao cargo pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), também faz parte do núcleo ideológico. O presidente já afirmou mais de uma vez que pode retirá-lo da função, mas até agora não tomou uma decisão. Sua atuação costuma ser alinhada às opiniões do filho do presidente
  11. Nelson Teich • Saúde
    Com perfil técnico, chegou ao governo em meio à pandemia do coronavírus, após a demissão de Luiz Henrique Mandetta. Para evitar que também entre em choque com Bolsonaro, tem sido tutelado pela ala militar e, até aqui, adotado discurso alinhado ao do presidente, a favor da retomada gradual da atividade econômica
  12. Onyx Lorenzoni • Cidadania
    Aliado de primeira hora do presidente, foi perdendo prestígio por erros de gestão e tropeços na articulação política, o que o levou a ser substituído da chefia da Casa Civil. Foi um dos principais defensores da nomeação de Moro na Justiça, mas pouco fez para impedir sua saída
  13. Damares Alves • Mulher, Família e Direitos Humanos
    Com respaldo da bancada evangélica, tornou-se um dos nomes mais populares da Esplanada dos Ministérios. Evita entrar em embates políticos, não critica as posturas do presidente e tornou-se amiga da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o que tem assegurado sua permanência no posto
  14. André Mendonça • Justiça
    Pastor presbiteriano, vinha desagradando Bolsonaro por acumular derrotas jurídicas à frente da AGU (Advocacia-Geral da União). Com o dilema na indicação de Jorge Oliveira para a Justiça, foi escolhido sob a bênção do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli
  15. Helio Lopes • Deputado federal (PSL-RJ)
    Aliado de primeira hora de Bolsonaro, foi o deputado mais votado no Rio de Janeiro, eleito na esteira da popularidade do hoje presidente. É presença constante no Palácio do Planalto. Apesar do acesso livre, pouco opina ou influencia em decisões estratégicas do Poder Executivo
  16. General Fernando Azevedo • Defesa
    Com perfil conciliador, também é escalado para apagar os incêndios do governo, sobretudo quando eles ameaçam criar uma crise institucional. Tem boa interlocução tanto com o Legislativo como com o Judiciário e também tentou evitar a saída de Moro da Justiça
  17. Rogério Marinho • Desenvolvimento Regional
    Nomeado com o desafio de melhorar a articulação política e aproximar o governo da bancada nordestina. Nas últimas semanas, aproximou-se do núcleo militar e ajudou a elaborar um plano de recuperação econômica, tornando-se desafeto de Paulo Guedes (Economia)
  18. Eduardo Bolsonaro • Deputado federal (PSL-SP)
    Filho 03 do presidente, foi um dos maiores defensores da saída de Moro do governo e um dos que convenceram o presidente a não fazer um acordo com o ministro para que ele permanecesse na Justiça. Ajudou a elaborar o pronunciamento do presidente com críticas ao ex-juiz
  19. Paulo Guedes • Economia
    Um dos fiadores da eleição de Bolsonaro, foi quem sondou Moro para a Justiça; tentou até a última hora viabilizar um acordo. Nas últimas semanas, foi escanteado em meio à discussão de um plano econômico elaborado pela cúpula militar. Com receio de perder o “posto Ipiranga”, Bolsonaro congelou a medida
  20. Marcos Pontes • Ciência, Tecnologia e Comunicação
    O ex-astronauta assegurou sua permanência no cargo ao evitar embates e declarações polêmicas. Recentemente, porém, entrou em conflito com Bolsonaro sobre ferramenta que monitora o deslocamento de pessoas em meio à pandemia do coronavírus, o que levou siglas do centrão a reivindicarem seu cargo
  21. General Augusto Heleno • Segurança Institucional
    Chamado de tutor do presidente no início do mandato, com o tempo aproximou seu discurso ao do grupo ideológico. A mudança o afastou do tom moderado adotado pela ala militar e o fez perder espaço para Braga Netto e Luiz Eduardo Ramos. Defendeu a permanência de Moro
  22. Roberto Campos Neto • Presidente do Banco Central
    Com perfil técnico, chegou ao cargo por recomendação do ministro Paulo Guedes. No embate atual com o núcleo militar, posicionou-se ao lado do “posto Ipiranga”, em favor do controle de despesas públicas em meio à pandemia do coronavírus
  23. Fabiano Guimarães | Tradutor de Libras da Presidência da República
N.daR.: O que leva ex-militares ou não a se submeterem a tantas estultices de Boslsonaro?
O inadequado presidente Bolsonaro e seus minitros apoiadores estão levando o Brasil para a beira do principício.
E a corrupção permanece com jeitinho de moeda de torca.

* Fonte primária: Estadão
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Fontes: Folha de São Paulo - Mercado
Coronavírus
Governo vai aumentar em R$ 0,20 tributo sobre gasolina, diz deputado da frente agropecuária - Deputado Arnaldo Jardim afirma ainda que gasolina importada será tributada em 15%

Publicado: Folha de São Paulo - On Line 1º.mai.2020 às 17h05
Por Danielle Brant e Bernardo Caram

Foto: Reprdução Brasília - O governo vai anunciar aumento de R$ 0,20 na Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) incidente sobre a gasolina, afirmou o deputado federal Arnaldo Jardim (SP), líder do Cidadania e integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária.
Em vídeo divulgado em uma rede social, Jardim afirma que a crise sanitária e econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus tem impactado fortemente o setor sucroenergético, especificamente o etanol.
Segundo ele, as perdas levaram a frente parlamentar a negociar com o governo, que decidiu, então, adotar medidas de estímulos ao setor.
“O governo anuncia agora decisões importantes, R$ 0,20 a mais na Cide da gasolina.15% sobre qualquer gasolina importada. E virá também uma linha de financiamento para o nosso etanol, para a sua estocagem”, afirmou, no vídeo.
Hoje, a alíquota atual da Cide sobre a gasolina é de R$ 0,10 por litro. Usineiros afirmam que a queda do preço do petróleo, que barateou a gasolina, provocou perda de competitividade do etanol em relação àquele combustível. Diante desse cenário, eles defendem que o governo adote uma série de medidas compensatórias, entre elas o aumento da Cide na gasolina.
Nesta sexta (1º), em entrevista coletiva, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, confirmou que o governo estava analisando medidas ligadas ao setor de etanol, mas ressaltou que ainda não havia tomado uma decisão.
“Em momento apropriado, os ministros Bento [Albuquerque, Minas e Energia] e [Paulo] Guedes [Economia], em conjunto com outros ministros, anunciarão [as medidas]”, afirmou.
A medida tem o apoio do Ministério da Agricultura.
A queda do preço da gasolina reflete o excedente global de petróleo e combustíveis, fruto da redução da demanda e de divergência entre os exportadores sobre cortes na produção, que levou a cotação do Brent, referência internacional de preços, ao menor valor em 18 anos na terceira semana de março.
Os usineiros defendem que o governo aproveite o atual contexto de preços baixos na gasolina para formar um colchão financeiro que permitisse reduzir o repasse ao consumidor de disparadas nas cotações internacionais do petróleo.
Em meados de abril, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, reclamou do "lobby" para aumentar impostos no Brasil, em referência a pressões dos usineiros pela elevação da Cide sobre a gasolina.
"Não é hora de extrair lucros extraordinários às custas do consumidor. Nem tampouco é hora de fazer lobby no governo para pedir impostos para se defender da competição", afirmou ele, em seminário virtual promovido pela FGV.

N.daR.: Como se demonstra, não se pode confiar no que Paulo Guedes fala.
O principal objetivo do ministro da Economia e de seu acólito e presidente da Petrobras, Castello Branco, é o desmanche da Petrobras.
Ao contrário do que diz - publica que é necessária a concorrência e democratização do mercado -, permitiu a concentração do mercado ao passar para a Raízen/Shell mais de 30% das açoes da BR Distribuidora. Uma profunda contradição.
Outros casos suspeitos foram as transferências/"vendas" dos gasodutos da Petrobras, em negociação extremamente favorável aos atuais proprietários.
E tudo é assistido por políticos, ex-militares ou não, judiciário e pela mídia em geral.
Brasil mostra a sua cara!

* Fonte primária: Estadão
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Fontes: O Globo - Fato ou Fake

É #FAKE mensagem que fala em doação de combustível para trabalhadores pela Petrobras em meio a pandemia
- Empresa diz que a mensagem é falsa. Texto fala em 'vale-combustível' e sugere clicar em link suspeito que pode roubar dados

Publicado: O Globo | On Line 30/04/2020 - 19:30
por Roney Domingos (G1)

AMS RIO - Circula pelas redes sociais uma mensagem que diz que a Petrobras não tem mais onde guardar combustível em razão da pandemia do novo coronavírus e, por isso, vai doar para os trabalhadores. A mensagem indica ainda um link para que o leitor clique e faça um cadastro. É #FAKE.
De acordo com a Petrobras, "são falsas as mensagens circulando pelas redes sociais sobre uma suposta distribuição de combustíveis para a população mediante cadastro em links".
A estatal acrescenta que, ao clicar em um link desta mensagem, os dados poderão ser roubados por pessoas mal-intencionadas que estão se aproveitando do momento da pandemia da Covid-19.
A empresa recomenda conferir sempre seus canais oficiais para verificar a veracidade de promoções e convites suspeitos. Não existe hoje nenhum "vale-combustível", como afirma a mensagem falsa.
Basta inserir o endereço eletrônico da mensagem na ferramenta do Laboratório de Segurança Digital da PSafe para ver o resultado: "Alerta: link potencialmente perigoso".

N.daR.: Deve ser mais uma proeza de um dos "gabinetes dos ódios".
* Fonte primária: O Globo
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